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Regresso das férias: Como fazer um check-up às suas finanças pessoais

Há quanto tempo não analisa todos os seus encargos e as suas poupanças? Saiba como fazer um check-up às suas finanças pessoais neste artigo

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Regresso das férias: Como fazer um check-up às suas finanças pessoais

Há quanto tempo não analisa todos os seus encargos e as suas poupanças? Saiba como fazer um check-up às suas finanças pessoais neste artigo

Fazer um check-up financeiro após as férias é um passo essencial para garantir a saúde e estabilidade das suas finanças pessoais depois dos gastos com o período de verão e até com o regresso às aulas.

Nesta altura, é aconselhável que faça um diagnóstico para identificar o que está bem e o que pode melhorar, e que estratégias precisa de adotar para colocar novamente as suas contas no bom caminho.

Neste artigo, mostramos, passo a passo, como fazer um check-up às suas finanças pessoais após as férias.

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1 - Crie um orçamento familiar e mantenha-o atualizado

O orçamento familiar é uma forma de ter um planeamento sobre a aplicação do seu dinheiro. Caso nunca tenha criado um orçamento, saiba que este é um passo fundamental para controlar as suas despesas e manter as suas finanças saudáveis.

Embora a criação do primeiro orçamento familiar requeira alguma dedicação para fazer um levantamento de todos os seus rendimentos e despesas essenciais e não essenciais, a partir daí, a sua manutenção é bastante simples. Além disso, hoje em dia, pode contar com a ajuda de várias aplicações que permitem a criação do seu orçamento de forma mais rápida, podendo fazer atualizações em tempo real.

Desta forma, fica a saber o valor que precisa para pagar todas as suas despesas (mensais e anuais), traçar metas de poupança e, em casos de maior aperto financeiro, sabe exatamente quais são os encargos que tem de cortar.

No caso de já ter um orçamento familiar, deve atualizá-lo e fazer uma análise minuciosa aos seus rendimentos e despesas. Ou seja, precisa de verificar se os seus rendimentos não sofreram alterações, se as contas não ficaram afetadas após o período de férias, se as suas despesas não aumentaram nos últimos tempos e se pode maximizar as suas poupanças.

Contudo, tenha em conta que, se não fizer um check-up ao seu orçamento, a forma com gere o seu dinheiro pode ficar comprometida e levar à tomada de decisões que colocam em risco as suas finanças pessoais.

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2 - Faça uma análise aos seus créditos

Quando tem um ou mais créditos contratados, é necessário estar bem informado sobre as condições contratuais que tem, os valores em dívida atuais e se é possível reduzir este tipo de encargos.

Por exemplo, muitas pessoas pagam as suas férias através de créditos ao consumo de curto prazo ou com cartões de crédito. Se já tem mais do que um crédito ao consumo, na hora de fazer um check-up às suas finanças pessoais após as férias, pondere se pode ou não liquidar este tipo de empréstimos. Afinal, estes financiamentos são os que têm taxas de juro mais elevadas.

Mas atenção. Embora seja importante liquidar as dívidas, nunca invista todas as suas poupanças na amortização dos créditos. Isto porque pode ficar numa situação financeira fragilizada, caso exista um imprevisto. Além disso, tenha em conta que pode pagar uma comissão por reembolso antecipado, caso queira pagar o seu crédito antes de o prazo terminar.

Leia ainda: Quanto vou pagar para amortizar o meu crédito?

Check-up ao seu crédito habitação

Quanto aos créditos com um prazo mais longo, como é o caso do crédito habitação, é importante que não fique de braços cruzados, se acha que as condições que tem não são as mais vantajosas. Assim, caso pretenda reduzir os encargos associados a um crédito habitação, o primeiro passo é tentar renegociar as condições junto da instituição financeira. Ou seja, pode tentar renegociar o seu spread, alterar a modalidade de juros, diminuir ou alargar o prazo do contrato ou até transferir produtos subscritos para outra entidade (como o seguro de vida e multirriscos) ou remover produtos do contrato.

Mas, muitas vezes, a instituição onde tem o seu crédito habitação pode não estar disposta a entrar num acordo para alterar as condições contratuais ou não apresentar uma nova proposta vantajosa para si.

Nestes casos, a melhor solução pode mesmo passar por uma transferência do seu crédito habitação para outra entidade. Esta alteração nunca deve acontecer sem antes analisar várias propostas e verificar se o banco para onde vai mudar o seu crédito cobre as despesas com a transferência. No entanto, se encontrar uma solução vantajosa, saiba que pode poupar milhares de euros com esta mudança.

Leia ainda: Quanto posso poupar ao transferir o Crédito Habitação?

Consolidar para poupar

Para quem tem vários créditos ao consumo, fazer um check-up mais detalhado aos valores em dívida e número de prestações por liquidar para tentar encontrar melhores soluções pode não ser uma tarefa fácil.

Por isso, se tem mais do que dois créditos ao consumo, o crédito consolidado pode ser uma solução vantajosa para si. E isto porquê? Porque além de juntar todos os seus financiamentos num só, ficando a pagar uma única prestação com uma taxa mais baixa, consegue gerir melhor as suas obrigações.

No fundo, em muitos casos, a consolidação de créditos permite reduzir até 60% do valor das suas prestações mensais. Ao reduzir esta despesa pode aproveitar a folga financeira para outros objetivos, como repor o valor que gastou nas suas férias, reforçar as suas poupanças ou até constituir uma carteira de investimentos.

Leia ainda: Quais os critérios para aceder ao crédito consolidado?

3 - Reveja a sua carteira de seguros

Quando está a fazer um check-up às finanças, deve dedicar algum tempo a rever a sua carteira de seguros. Afinal, conforme os anos vão passando, é normal que o número de seguros aumente, principalmente se tiver adquirido uma habitação e um automóvel.

Leia ainda: Guia de seguros: O que precisa de saber para se proteger

Check-up aos seguros obrigatórios

É aconselhável que comece por analisar os seus seguros obrigatórios. Claro que a quantidade de seguros obrigatórios varia de pessoa para pessoa, mas os mais comuns são o seguro automóvel de responsabilidade civil, o seguro de vida e o seguro multirriscos associados ao crédito habitação e o seguro de acidentes pessoais para trabalhadores independentes.  

Independentemente de ter todos estes seguros ou não, saiba que não é obrigado a mantê-los na mesma seguradora ou numa instituição bancária. Aliás, manter os seguros na mesma entidade sem tentar renegociar as suas condições contratuais é um erro que pode sair-lhe caro. Por isso, peça propostas a outras seguradoras. Desta forma, consegue identificar se existem soluções no mercado mais vantajosas, que permitam pagar um prémio mais baixo do que tem atualmente.

Nota: No caso de os seus seguros do crédito habitação estarem associados ao seu empréstimo, dando-lhe o benefício de ter um spread mais baixo, faça contas e veja se compensa manter a bonificação ou transferir os seus seguros.

Analisar ao pormenor as outras apólices que compõem a sua carteira de seguros

Além dos seguros obrigatórios, a sua carteira de seguros também pode conter outras apólices, como:

Se tem muitas apólices, é natural que, a dada altura, perca a noção de todas as coberturas que detém em cada produto. Se não fizer uma análise, pode estar a pagar por coberturas repetidas e outras que neste momento já não são benéficas para si.  

Caso identifique coberturas repetidas ou que deve excluir da sua apólice, não tenha receio de renegociar com as seguradoras. Ao excluir certas coberturas, pode reduzir significativamente o valor do prémio do seguro e, com isso, poupar muito dinheiro ao final do ano. Se identificar um seguro que neste momento não faz sentido manter, não hesite em cancelá-lo.  

Por outro lado, se está a pagar um preço demasiado elevado por um seguro que já detém há alguns anos, peça simulações junto de outras seguradoras. Assim, pode aumentar a margem de negociação com a sua seguradora ou contratar um seguro mais vantajoso para si noutra entidade. 

Leia ainda: Poupança nos seguros: Há quanto tempo não revê as apólices?

4 - Verifique se consegue cumprir as suas metas de poupança após ter ido de férias

Definir metas de poupança é um ponto essencial para manter as suas finanças pessoais saudáveis. Embora estas metas variem de pessoa para pessoa, a sua grande prioridade deve ser constituir um fundo de emergência para cobrir imprevistos financeiros.

O fundo de emergência é um pé de meia que deve cobrir todas as suas despesas essenciais por um período mínimo de três meses. Assim, se ficar desempregado ou tiver um imprevisto financeiro de valor elevado, as suas finanças não vão ficar totalmente fragilizadas.

Caso já tenha um fundo de emergência, ao fazer o seu check-up, verifique o valor que já conseguiu juntar e quanto dinheiro precisa de aplicar mensalmente para cumprir o seu objetivo.

Leia ainda: Quase metade dos portugueses não tem um fundo de emergência

À parte do fundo de emergência, é normal que cada pessoa tenha os seus objetivos de poupança. Estes podem passar por:

Contudo, se utilizou recentemente uma parte das suas poupanças para ir de férias, pode precisar de redefinir as suas metas de poupança a curto, médio e a longo prazo, bem com o montante que vai aplicar em cada uma delas. Depois, deve traçar um plano para conseguir concretizar estas metas, com base nas prioridades que estabeleceu.

Como posso garantir que cumpro as minhas metas de poupança?

Ao fazer um check-up às suas finanças, pode aperceber-se de que não está a conseguir cumprir com as suas metas de poupança. Ao contrário do que pode pensar, este é um problema que muitas pessoas enfrentam.

Em alguns casos, o motivo está relacionado com a perda de foco nas prioridades que tinha definido ou com o facto de ter gastado mais dinheiro do que devia recentemente. Noutros casos, numa fase inicial, é estabelecido um montante demasiado elevado para cada meta que, com o passar do tempo, torna-se impossível de manter.

Assim, o ideal é voltar ao início. Olhe para as suas metas de poupança e estabeleça novas prioridades tendo em conta o prazo em que pretende alcançar esses objetivos. Para as suas metas de poupança prioritárias, crie uma conta poupança automática. Desta forma, consegue direcionar o montante que estabeleceu sem grandes entraves, assim que recebe o seu ordenado.

Quanto às metas de médio e longo prazo, tenha em conta que esses objetivos vão demorar algum tempo a serem alcançados. Por isso, o mais importante é definir um valor que consegue manter. Em alguns casos, pode começar com um montante mais baixo e, assim que conseguir atingir as suas metas de curto prazo, aumenta o valor que direciona para estas poupanças.

Leia ainda: Hábitos de poupança: Como encontrar motivação e estabelecer objetivos

5 - Pense se está na altura de começar a investir uma parte do seu dinheiro

Se, até agora, o seu check-up está a demonstrar-lhe que as suas finanças estão estáveis, talvez seja a altura ideal para começar a investir. Isto se já tem o seu fundo de emergência criado.

Antes de dar este passo, porém, é fundamental que perceba qual é o seu perfil de investidor. Há quem tenha um perfil mais conservador, não estando disposto a correr riscos significativos, e quem tenha um perfil de investidor moderado ou até mais agressivo.

Para quem tem um perfil conservador e mais receio de perder o seu dinheiro, há diversos produtos financeiros que garantem maior segurança. Aliás, até existem produtos financeiros com capital garantido. No entanto, a rendibilidade também pode ficar aquém das suas expectativas, uma vez que quanto menor é o risco, mais baixo é o retorno potencial.

Já para quem tem um perfil moderado ou até mais agressivo, o ideal é constituir uma carteira de investimentos com produtos de diferentes níveis de risco, vários setores e prazos distintos. Através desta diversificação de produtos garante um maior equilíbrio e diminui o risco associado ao capital investido.

Nota: Antes de começar a investir, informe-se sobre os vários produtos que existem, as suas características, riscos associados e quais são as soluções mais adequadas para si, tendo em conta o seu perfil de investidor.

Leia ainda: 3 mitos sobre investimentos

6 - No final do check-up às suas finanças pessoais, identifique as suas conquistas e o que precisa de melhorar

Conquistar uma vida financeira estável e com margem de progressão para maximizar o seu dinheiro pode ser um verdadeiro desafio para muitas pessoas. Principalmente quando os rendimentos são mais baixos ou quando acabou de gastar uma quantia elevada num determinado período. No entanto, esta não é uma missão impossível, quando estabelece um plano financeiro com uma base sólida, que lhe permite controlar todos os seus gastos e poupar algum dinheiro regularmente.

Neste aspeto, fazer um check-up às suas finanças pessoais de forma regular é essencial para detetar os pontos a melhorar e quais foram as suas conquistas.

Por exemplo, se ao fazer o check-up após um período de férias, reparou que não vai conseguir concretizar algumas metas de poupança, a solução pode passar por reduzir alguns gastos, renegociar contratos ou até definir micro objetivos de poupança.

Se conseguir poupar pequenas quantias em várias áreas, pode aumentar a sua folga financeira para investir nas suas metas prioritárias.

Quanto às suas conquistas, não deixe de as assinalar, porque isso vai ajudá-lo a continuar no bom caminho. Afinal, os bons resultados em algumas áreas revelam que os processos que implementou resultaram e podem ainda ter margem de progressão para dar mais frutos.

Faça esta análise após as suas férias, mas também de forma mais frequente para conseguir identificar cada vez mais rápido as estratégias a manter e as que precisam de ser ajustadas.

Leia ainda: O que ainda lhe falta fazer este ano para melhorar as suas finanças?

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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