A vida pode dar muitas voltas, como sabemos. E existem muitos fatores externos inesperados que podem contribuir para que isso aconteça, como é o caso do novo coronavírus. Esta pandemia, que veio afetar a economia mundial, fez com que muitos portugueses vissem os seus rendimentos afetados, seja porque ficaram em lay-off ou porque ficaram desempregados.
Com as baixas receitas que se fazem sentir em grande parte das empresas portuguesas, principalmente no setor do turismo, é praticamente inevitável o aumento da taxa de desemprego e as quebras nos rendimentos. Por exemplo, para os portugueses que estão em lay off, estes estão apenas a receber uma parte do seu salário.
A prevenção nestes casos é a sua melhor aliada. Isto porque é comum só se procurar soluções quando já estamos perante o problema. E no que toca às finanças, deve sempre procurar analisar os seus ganhos e gastos, bem como perceber onde pode poupar e que opções tem ao seu dispor para obter mais rendimento.
Procure sempre dar valor à poupança seja em que fase da vida for, tanto nas melhores como nas piores, e encarar todos os cêntimos como uma oportunidade. Nos momentos de maior aperto económico, ao estar informado, vai conseguir tomar decisões melhores e mais conscientes, de maneira a que possa atenuar a quebra dos rendimentos.
E como? Deixamos aqui algumas dicas que se revelam bastante importantes e eficientes, e que pode colocar em prática quer esteja, ou não, numa pior situação financeira.
Controle as suas receitas e gastos
Chega o fim do mês e não sabe para onde vai o seu dinheiro? Se a resposta é afirmativa, saiba que é importante começar a controlar o que ganha e o que gasta através de um planeamento do orçamento familiar. É através deste orçamento que vai conseguir descobrir as despesas desnecessárias, o que é essencial, onde pode cortar e onde pode poupar. Este planeamento vai ajudá-lo a estar mais consciente das suas decisões financeiras.
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Considere uma nova fonte de rendimento
Se, depois de analisar as suas finanças pessoais, perceber que não há mais onde cortar, talvez possa considerar uma nova fonte de rendimento. Verifique o que pode potenciar, sejam aptidões pessoais, espaços ou coisas que tenha em casa. Tudo pode ser uma oportunidade para conseguir um rendimento extra, como por exemplo:
- Dar explicações. Faça render os seus conhecimentos. Pode associar-se a um dos centros de explicações perto de si ou registar-se numa das várias plataforma online existentes.
- Traduzir, rever ou redigir textos. Se tem um domínio exemplar da língua de Camões ou, no caso das traduções, de outros idiomas, considere apostar nesta área para conseguir mais um rendimento.
- Fazer ações promocionais. As ações de promoção ou trabalhos como hospedeira/o são trabalhos pontuais e que rendem dinheiro extra.
- Vender artigos que não utiliza. Seja numa feira ou através de plataformas online, aproveite para fazer uma arrumação geral à casa e colocar de parte pequenos eletrodomésticos, mobiliário ou roupa que já não usa, e vendê-las para conseguir uns euros extra.
- Arrendar espaços que não precisa. Se tem um quarto extra ou um segundo imóvel vazio, saiba que pode estar a desperdiçar dinheiro extra ao final do mês. Rentabilize estes espaços e considere o seu arrendamento, seja de curto ou longo prazo.
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Reduza os encargos com os seus créditos
Se tem vários créditos, como por exemplo, um crédito automóvel, um crédito pessoal para o seu computador e ainda cartões de crédito, é natural que, especialmente nesta fase, o bolo de todas as prestações pese no seu orçamento. Por isso, uma opção é consolidar todos os seus créditos. Uma solução financeira que permite juntar vários créditos num só, com melhores condições e uma única prestação mensal mais baixa. O valor da poupança dependerá sempre do caso em concreto. Mas é possível reduzir os encargos de forma considerável.
O objetivo desta solução é dar oportunidade às famílias de ganharem uma folga orçamental ao final do mês para conseguirem fazer face às despesas e aumentarem a sua poupança.
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Reveja contratos e dispense aqueles que já não utiliza
Quanto dinheiro gasta em coisas que não utiliza? Definir o essencial do dispensável é fundamental numa situação de maior aperto financeiro. Assim que conseguir identificar onde está a gastar o seu dinheiro, vai ser mais fácil livrar-se de despesas desnecessárias. Podem parecer apenas 20, 30 ou 40 euros, mas que vão fazer toda a diferença no final do mês.
Por exemplo os serviços de streaming - seja de filmes, séries ou música -, ginásio, serviços de mobilidade partilhada, serviços de telecomunicações, entre outros. Todos os serviços devem estar na lista de despesas mensais do seu orçamento familiar. Depois, avalie quais são mesmo essenciais e quais pode cortar, reduzindo assim os seus gastos.
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Procure melhores condições no crédito habitação
Sendo o crédito habitação uma das maiores fatias de um orçamento familiar, este também se pode converter na maior fonte de poupança. Reduzir a prestação mensal do crédito habitação é possível, nomeadamente através da transferência do seu crédito para outra entidade bancária com uma prestação mais baixa e melhores condições. Uma vez que, neste momento, já é possível conseguir spreads na casa de 1%, a transferência de um crédito habitação pode resultar numa poupança significativa.
Portanto, se já passaram dois anos desde que contratou o seu crédito habitação, esta talvez seja uma boa altura para saber se existem bancos que lhe oferecem melhores condições. Ao ter uma nova proposta, poderá ter a oportunidade de reavaliar outros produtos que pode não utilizar ou que vale a pena repensar, como cartões de crédito, seguros de saúde e outros produtos que teve de adquirir na altura em que fez o seu crédito e que lhe impedem de fazer uma poupança significativa.
No entanto, é sempre importante que analise e considere alguns fatores para perceber se este é o melhor momento para transferir o seu crédito habitação.
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Analise a sua carteira de seguros
Quando procura as melhores condições de crédito habitação, não deve somente olhar para o spread e para a taxa Euribor, deverá avaliar a proposta como um todo, e isso inclui poupar nos seguros multirriscos e de vida, onde poderá encontrar uma grande fonte de poupança.
Esta também pode ser uma oportunidade para rever as apólices dos seus restantes seguros. Seja de saúde, do carro, de equipamentos, entre outros. Identifique as suas necessidades e analise as apólices que já possui. Depois desta análise adequada dos riscos que pretende cobrir conseguirá saber melhor o que pode cortar e onde pode poupar. É muito comum termos coberturas duplicadas ou até mesmo coberturas que já não utiliza.
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Aproveite para poupar e criar um fundo de emergência
Nas fases em que a situação económica é mais instável, é normal que exista o pensamento de que: "é impossível poupar". No entanto, por muito pequena que seja a quantia, é muito importante que o faça. Com a ajuda das soluções apresentadas anteriormente, também vai tornar-se mais fácil fazer uma poupança e, a partir dela, criar um fundo de emergência para eventuais necessidades - despesas de saúde, do carro ou qualquer outro evento inesperado - ou para aplicar parte desse montante num depósito a prazo, por exemplo.
Outra solução para aplicar a poupança gerada é fazer um PPR - plano poupança-reforma. Mesmo que ainda esteja longe da idade da reforma, isso não é motivo para deixar de pensar nela. Aliás, o início da vida profissional é um momento muito importante para planear e preparar a reforma.
Se pretende colocar essa poupança a render, existem alguns produtos onde pode investir o seu dinheiro, tais como: depósitos a prazo, títulos de tesouro, aplicações das seguradoras com capital garantido, entre outros produtos com um grau de risco reduzido.
E porque não é só de juntar dinheiro que se faz a vida... pode também poupar dinheiro para concretizar algum sonho, como viajar ou apostar em alguma formação pessoal, por exemplo.
Não existe mal em tirar prazer do seu dinheiro, o importante é que essa utilização seja ponderada e não interfira com o seu bem-estar económico.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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2 comentários em “Se a minha situação financeira piorar, o que posso fazer?”