Apesar de os bancos estarem a pagar cada vez menos pelas poupanças dos portugueses, as famílias continuam a aumentar o dinheiro aplicado em depósitos, que atingiram, em julho, o valor mais alto de sempre.
De acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal, o montante de novos depósitos a prazo de particulares subiu 2.498 milhões de euros, em julho, para 12.559 milhões, o valor mais alto desde janeiro de 2003, quando se iniciou a série histórica.
“À semelhança dos meses anteriores, o montante de novas operações está associado, em grande medida, à reaplicação em novos depósitos a prazo de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo, e que atingiram a maturidade em julho sem renovação automática”, explica o Banco de Portugal.
Juros dos depósitos descem pelo sétimo mês consecutivo
A subida do montante aplicado pelas famílias em depósitos acontece numa altura em que os bancos continuam a baixar os juros pagos pelas poupanças.
Em julho, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares caiu de 2,66% para 2,63%, naquele que foi já o sétimo mês consecutivo de descidas, depois do máximo de 3,08% alcançado em dezembro do ano passado.
Com esta diminuição, Portugal desceu um lugar entre os países da Zona Euro, sendo agora o que oferece a quinta taxa mais baixa, superando apenas a Eslovénia, Grécia, Chipre e Croácia. Na região da moeda única, a taxa média fixou-se, em julho, nos 3%.
No que respeita aos depósitos das empresas, a remuneração média também caiu, passando de 3,27% para 3,10%, enquanto o montante aplicado aumentou em 92 milhões de euros face a junho, para um total de 7.571 milhões de euros.
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Crédito habitação: Juros dos novos contratos descem para 3,56%
Ao mesmo tempo que aumentaram as poupanças recebidas, os bancos também subiram a concessão de crédito, em julho. Segundo o Banco de Portugal, as novas operações de empréstimos a particulares totalizaram 2.609 milhões de euros em julho, mais 114 milhões do que em junho, um aumento transversal às três finalidades: crédito habitação, crédito ao consumo e crédito para outros fins.
No que respeita ao crédito habitação, a taxa de juro média das novas operações passou de 3,75% (valores revistos), em junho, para 3,70% em julho, igualando a média dos países da Zona Euro. Nos novos contratos, desceu de 3,59% para 3,56% e nos contratos renegociados caiu de 4,14% para 4,05%.
As renegociações de crédito habitação mantiveram-se relativamente estáveis face a junho, tendo aumentado em apenas 1 milhão de euros para um total de 523 milhões, muito abaixo do pico de 942 milhões registado em setembro do ano passado.
Os dados do Banco de Portugal mostram ainda que, em julho, 74% dos novos empréstimos à habitação foram contratados a taxa mista. Este regime de taxa de juro (que junta um período de taxa fixa e, depois, taxa variável) já representa 26,8% do stock de créditos à habitação, o que compara com 6,4% em dezembro de 2022.
Por fim, nos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média de novas operações passou de 9,52%, em junho, para 9,57% em julho, o que representa um aumento de 0,05 pontos percentuais. Já nos empréstimos para outros fins, a taxa de juro média desceu 0,05 pontos percentuais, para 4,92%.
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