Se tem cartão de crédito, saiba que este não apresenta apenas facilidades e comodidade. Existe uma série de cuidados e precauções que deve tomar sempre que utiliza o seu cartão. Saiba quais as vantagens associadas a este tipo de cartão, bem como os cuidados que deve ter em atenção, para evitar alguma surpresas desagradáveis.
Atualmente, os cartões de crédito são o meio mais rápido e fácil para obter um crédito. Ainda assim, seja responsável na sua utilização, caso contrário, pode perder o controlo das suas contas e aumentar as suas dívidas.
Se é titular de um cartão de crédito, mesmo sem qualquer utilização, esse cartão e o valor que pode usar constam no mapa de responsabilidades do Banco de Portugal, sendo que poderá contar na avaliação de risco pelo seu banco.
Por outro lado, se utilizar o cartão de crédito, dependendo da modalidade de pagamento que escolher, saiba que irá pagar juros. Regra geral, estes são mais elevados do que nos restantes créditos ao consumo.
Escolha a modalidade que implicar menores custos?
Opte sempre por pagar a totalidade (100%) do extrato no período em que não há cobrança de juros. Por regra, tem entre 20 a 50 dias, mas confirme junto da entidade que lhe deu o cartão.
Caso não seja possível, escolha a modalidade que implicar o mínimo de juros e a maior amortização da dívida. Quanto mais depressa devolver esse dinheiro, mais "barato" fica a sua utilização.
Cartão de crédito e o aumento do endividamento da famílias
Com o crescente endividamento das famílias, a tentação para se recorrer a cartões de crédito aumenta, nomeadamente para pagar outras dívidas. Não faça isso! Antes de tomar uma decisão deste tipo, procure ajuda e uma solução junto da sua instituição de crédito. Os cartões de crédito, por regra, têm taxas de juro mais elevadas, pelo que poderá não compensar recorrer a este meio de pagamento.
Tente negociar um plano de pagamentos mensais o mais adaptado à sua situação financeira atual, mesmo que isso implique. Se possível, consolide as suas dívidas. Ou seja, pode juntar vários crédito num crédito pessoal, com taxas mais reduzidas do que as praticadas nos cartões de crédito.
Tem cartão de crédito: tenha atenção aos juros cobrados
Quando adquire um cartão de crédito, este tem um montante máximo que pode utilizar, o chamado plafond. Contudo, se quer amortizar a sua dívida, tem duas soluções: uma que implica a cobrança de juros e outra que não.
Se efetuar uma compra com o cartão e durante um período temporal de 20 a 50 dias liquidar a dívida na sua totalidade, não paga quaisquer juros. Todavia, se não tiver liquidez imediata e for sua intenção pagar a prestações, fica sujeito a juros que podem atingir os 15,7%. A comodidade e facilidade pode sair cara!
Se vai pagar juros, escolha o cartão com melhor taxa
Se pretender pagar a prestações as suas despesas, saiba que muito provavelmente terá juros a pagar. Por conseguinte, deve comparar taxas e verificar qual o cartão de crédito que apresenta a melhor para si. Em síntese, escolha o mais vantajoso. Neste sentido, analise o valor da TAEG e não da TAN, porque a primeira é que reflete o custo real do crédito, dado que engloba impostos e anuidades. Quanto mais baixa for a TAEG, menos pagará.
Tem cartão de crédito: não o use para levantar dinheiro
Não levante dinheiro com o cartão de crédito. Em outras palavras, levantar numerário no Multibanco com estes cartões implica o pagamento de comissões. Estas, regra geral, são um valor fixo por operação e uma percentagem sobre o valor retirado. Ou seja, esta operação também conhecida como cash advance, não é nada mais, nada menos do que um adiantamento de dinheiro por parte da entidade que gere o seu cartão de crédito.
Leia as condições do contrato associado ao cartão de crédito, perceba quais as comissões que paga por levantar dinheiro e avalie que tipo de comissões lhe podem ser cobradas.
Pelo contrário, os cartões de débito estão isentos de qualquer custo no ato do levantamento. Agora, que já sabe, não tem desculpas, olhe para esta opção como "um fruto proibido”.
Tem cartão de crédito com descontos associados? Avalie se compensa
Em primeiro lugar, se tem um cartão de crédito, é provável que tenha descontos associados. Esta é uma forma de atrair um determinado público e fidelizar clientes por parte das instituições de crédito. Deste modo, cada vez que efetua uma compra, poderá obter descontos, por exemplo, em Hotéis e SPA e/ou acumular pontos que posteriormente poderá trocar por outros serviços. Como é óbvio, o objetivo é incentivar o utilizador a consumir, ou seja, a gastar dinheiro.
Contudo, esteja atento. Em seguida, verifique se a anuidade que paga do cartão é superior ou inferior aos descontos que obtém com a sua utilização. Caso seja superior, pode não compensar ter esse cartão.
Segurança: cuidados a ter
Já diz o velho ditado “cautelas e caldos de galinhas nunca fizeram mal a ninguém”. Então, há alguns cuidados no que à sua segurança diz respeito. Conheça as principais medidas a adotar.
- Fixe o código do cartão e nunca o escreva em papel.
- Se inserir o código num local público, certifique-se de que ninguém o está a ver (se necessário esconda os dígitos do teclado com a mão, por exemplo).
- Não dê o número do cartão de crédito por e-mail ou telefone a ninguém, mesmo que seja uma empresa ou pessoa conhecida.
- Verifique com regularidade nos seus extratos todos os movimentos da conta.
- Se alguém utilizar o seu cartão de crédito, que o faça por pouco tempo e preferencialmente à sua frente. Deste modo, pode evitar uma simples clonagem do seu cartão.
- Se utilizar o cartão de crédito online, verifique se a ligação é segura (ou seja, se apresenta um cadeado na barra de endereço ou se for "https").
- Verifique se o computador que está a utilizar se encontra suficientemente protegido contra possíveis fraudes.
- Guarde bem o cartão, e se necessário, por exemplo, use um cofre.
- Se identificar alguma possível irregularidade ou se perder o cartão, comunique imediatamente ao seu banco. Além disso, ficará isento de qualquer responsabilidade pela utilização indevida do seu cartão.
Utilização fraudulenta do cartão crédito
Muitas entidades gestoras de cartões de crédito possuem programas informáticos que permitem identificar movimentos estranhos ou anómalos. Quando tal acontece, poderá ser contactado e questionado sobre a natureza dos movimentos. Às vezes, simplesmente, bloqueiam o cartão de forma preventiva. Se tal acontecer, contacte o emissor do seu cartão e esclareça a situação.
Se, apesar de todos os seus cuidados, verificar que o cartão foi alvo de utilização fraudulenta, comunique-o de imediato. Perante a lei, a partir desse instante, deixa de ser o responsável por qualquer operação efetuada com o seu cartão. Por conseguinte, relativamente às operações efetuadas antes da comunicação, será sempre o responsável até ao limite máximo de 50 euros.
Atualmente, alguns bancos têm sistemas de proteção contra fraude, como por exemplo, os seguros, que cobrem estes riscos. Se estiver interessado em subscrever um, só compensará se este garantir que nem os 50 euros são da sua responsabilidade. Caso contrário, não compensa.
Procure informação sobre a entidade de crédito e os seus contatos
Obtenha sempre a identificação e os contatos da entidade com a qual está a tratar o seu crédito, e certifique-se de que esta consta nos registos do Banco de Portugal. Por outro lado, antes de efetuar qualquer pagamento, peça um comprovativo, por escrito, de que o empréstimo foi alvo de aprovação prévia.
Por conseguinte, se estiver envolvido com alguma instituição de crédito, verifique a idoneidade da mesma. Se, por acaso, detetar estar perante uma entidade fraudulenta, apresente imediatamente queixa às autoridades policiais. Nesse sentido, forneça toda a informação que tiver em sua posse, documentos, mensagens e emails trocados ente si e a entidade. Além disso, sem esta informação, muito dificilmente conseguirá recuperar o seu dinheiro. Por isso, esteja atento!
Em síntese, disfrute do seu cartão de crédito, mas de uma forma racional. Aproveite as suas vantagens sem comprometer o seu orçamento familiar. E não se esqueça, todo o cuidado é pouco!
Leia ainda: Tenho mesmo de utilizar o cartão de crédito no estrangeiro?
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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