Se tem estado a poupar para ter uma vida financeira saudável, é natural que comece a questionar-se sobre o que deve fazer com este dinheiro. No caso de ter um ou mais empréstimos ao banco, pode estar a ponderar se vale ou não a pena amortizar um crédito pessoal.
Porém, esta resposta depende muito do estado das suas finanças e dos seus objetivos. Logo, não existe uma resposta certa para todas as pessoas.
Mas para perceber melhor o que deve ter em conta antes de amortizar um crédito pessoal, neste artigo explicamos como funciona e quanto poderá poupar.
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O que deve saber antes de amortizar um crédito pessoal
Antes de amortizar um crédito pessoal, é aconselhável que faça contas e analise se compensa investir a sua poupança extra para baixar a prestação do seu financiamento. Afinal, dependendo do valor da sua prestação atual, esta pode ser uma opção viável para ganhar uma folga financeira no futuro e reduzir a sua taxa de esforço.
Conheça os procedimentos para amortizar um crédito pessoal
Para amortizar um crédito pessoal não precisa de cumprir inúmeros procedimentos. Afinal, todos os consumidores podem amortizar de forma parcial ou total um contrato de crédito. No entanto, existem alguns fatores a ter em consideração.
Em primeiro lugar, os clientes devem notificar a instituição financeira onde contrataram o seu crédito com um aviso prévio de 30 dias. O aviso prévio deve ser feito por carta regista ou através de um meio duradouro que sirva como comprovativo do envio.
Em segundo lugar, deve avaliar a forma como vai amortizar o seu crédito pessoal. Pode optar por uma de duas formas:
- A total: Onde salda o valor total em dívida do seu empréstimo, terminando assim o seu crédito.
- Parcial: Quando amortiza apenas uma parte do valor em dívida do seu financiamento.
Se optar pela amortização parcial, tem ainda duas opções:
- Reduzir a sua prestação de crédito: fica a pagar menos por mês, mas o prazo do seu financiamento mantém-se.
- Diminuir a maturidade do contrato: o valor que amortiza diminui o número de prestações que faltam liquidar. Logo, o prazo do contrato diminui, mas a sua prestação mensal não sofre qualquer alteração.
Nota: Em qualquer uma das opções da amortização parcial reduz o capital em dívida e o valor total dos juros do seu crédito pessoal. Por isso, deve ponderar qual é a opção mais vantajosa para si, tendo em conta os seus objetivos pessoais e financeiros.
Quanto pode poupar se amortizar parcialmente um crédito pessoal
Para ter uma ideia de quanto pode poupar ao amortizar parcialmente o seu crédito pessoal, vamos a um exemplo.
Imagine que contratou o seu crédito pessoal no início de 2020. Neste momento, tem um capital em dívida de 9.000 euros, com uma taxa de juro de 13% e tem 60 prestações (5 anos) por liquidar. Com estes valores, a sua prestação mensal de crédito é de 204,78 euros.
Caso amortizasse 3.000 euros, a sua prestação mensal iria descer para 136,52 euros. Ou seja, a sua amortização resulta numa redução mensal de custos de 68,26 euros, o que se traduz numa poupança anual de 819,12 euros. Fazendo as contas, esta amortização representa uma poupança total no contrato de 4.095,60 euros.
Embora esta amortização seja bastante benéfica a nível financeiro (tanto a curto como a longo prazo), tenha em consideração que está a usar as suas poupanças para alcançar este objetivo. Por isso, garanta primeiro que não fica sem uma rede de segurança. Caso tenha um fundo de emergência já constituído, a amortização de um crédito pessoal pode ser "rentável".
Contudo, se for adotar esta estratégia, lembre-se que deve começar por amortizar e até mesmo liquidar os créditos de curto prazo. E isto porquê? Porque, por norma, estes são os créditos que têm as taxas de juro mais altas.
Se tem uma taxa fixa, faça contas aos encargos com a comissão de reembolso antecipado
Um dos pontos essenciais antes de amortizar qualquer crédito é fazer contas à comissão de reembolso antecipada que é cobrada pela instituição financeira. Num crédito pessoal, esta comissão só é cobrada se o seu financiamento estiver associado a uma taxa fixa.
De acordo com os limites máximos fixados pelo Banco de Portugal, se quiser amortizar antecipadamente o seu crédito, as taxas aplicadas não podem ser superiores a:
- 0,25% do valor do capital amortizado: caso o período que resta entre a data de amortização e a data fixada do fim do contrato seja igual ou inferior a um ano;
- 0,5% do montante amortizado: se o período que resta entre a data de amortização e a data fixada do fim do contrato seja superior a um ano.
Nota: Estas são as taxas máximas que a instituição de crédito pode cobrar. No entanto, para saber qual é a sua comissão de reembolso antecipado, deve olhar para o seu contrato de crédito.
Contudo, se o seu crédito pessoal tiver uma taxa de juro variável, as instituições financeiras estão impedidas de cobrar-lhe esta comissão.
Além disso, mesmo quando tem uma taxa de juro fixa, a comissão a pagar pelo reembolso antecipado não pode ser superior ao montante de juros exigidos aos clientes pelo período compreendido entre a data da amortização e a data acordada para o termo do período de taxa fixa.
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Quanto é que vai pagar de comissão?
Para saber o impacto da comissão de reembolso antecipado, vamos usar o exemplo de uma amortização de 3.000 euros, como referido no caso acima mencionado.
Se faltasse mais de um ano para terminar o seu contrato, pode ser aplicada a comissão máxima de 0,5%. Ou seja, teria de pagar uma comissão de reembolso antecipado de 15 euros.
No caso de faltar menos de um ano para terminar o seu crédito pessoal, se for aplicada a taxa máxima de 0,25%, ao amortizar 3.000 euros, pagaria uma comissão de 7,5 euros.
Ao olhar para estes resultados, pode concluir que a comissão de reembolso antecipado não representa um encargo elevado. Contudo, deve fazer estes cálculos para ter a certeza dos encargos que tem de suportar além do valor que vai usar das suas poupanças para amortizar o seu crédito pessoal.
Assim, consegue perceber que a comissão de reembolso antecipado pode ter um impacto pouco significativo na sua decisão, se não se tratar de uma amortização total ou parcial com um valor muito elevado.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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