Finanças pessoais

Vale a pena poupar no supermercado?

A fatura do supermercado está a subir de forma significativa. O peso no orçamento está a aumentar. Mas há formas de atenuar este impacto.

Com a inflação, todos nós já estamos a notar que compramos cada vez menos coisas com o mesmo dinheiro. É uma realidade e é preocupante. Como pode lidar com isso?

Confesso que fico preocupado quando me apercebo que há uma enorme quantidade de pessoas que conclui que os preços estão a aumentar, que a fatura do super ou hipermercado é cada vez maior, mas que se resignam e acham que tem de ser e que não há nada a fazer a não ser queixar-se.

Se já me conhece, sabe que a minha visão da vida financeira é sempre agir com as ferramentas ao nosso alcance e não nos preocuparmos demasiado com o que não podemos controlar. Portanto, aqui seguem algumas dicas sobre o que você pode fazer para manter a sua qualidade de vida.

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Controle o seu orçamento

A solução é simples e está nas suas mãos. Vamos ter de aprender a comprar apenas o que realmente precisamos e ao melhor preço possível. Por muito que lhe custe ouvir isto, a realidade é que muitas vezes somos nós que destruímos o nosso próprio orçamento. E não é com as compras necessárias. Essas vai ter de continuar a fazer. E mesmo aí, pode ter de puxar pela criatividade (não é nenhum drama) e substituir alguns ingredientes mais caros por outros mais acessíveis, pelo menos até a inflação voltar a baixar.

Lembre-se sempre de que o equilíbrio financeiro da nossa família está dependente da forma como reagimos às circunstâncias à nossa volta. Em tempos bons e em tempos maus (como agora).

Evite as compras por impulso no supermercado

O problema está sobretudo nas compras por impulso. O que destrói a sua conta no super ou hipermercado não são a carne, o peixe, os legumes e a fruta. É o snack, o pacote de batatas fritas, o chocolate na fila de espera para a caixa, os refrigerantes e as guloseimas e mais uma revista ou outra. Já se perguntou, por exemplo, porque os hipermercados gostam de filas grandes para o pagamento, ao lado de muitas prateleiras?

Vamos a alguns exemplos: Imagine que, sem precisar e sem estar na lista de compras, coloca no carrinho um pacote de batatas fritas (2 €), uma tablete de chocolate (2,50 €), aproveita para lanchar no hiper (3 €), compra uma revista porque achou piada à capa (3 €), uma garrafa de refrigerante porque ficou com sede (1,50 €) e mais um bolo para comer quando chegar a casa (1,20 €). Só com isto já vamos em cerca de 12 euros gastos sem planeamento e sem real necessidade.

Se for às compras uma vez por semana, já “voaram” 48 euros sem se dar conta. É o equivalente a uma fatura de eletricidade para muitas famílias. E a inflação está a ganhar-lhe nessa guerra, com o seu consentimento. Não é com esta atitude que vai conseguir combater a inflação. 

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Dicas para poupar no supermercado

As minhas dicas são simples: Planeie as suas refeições e compre exatamente os ingredientes que precisa para essa semana, nem mais, nem menos. Seja o mais exato possível. Faça uma lista de compras criteriosa e siga-a à risca.

Faça compras online nesta fase. Isso obriga-o a só comprar o que precisa e ainda pode comparar preços com outras marcas. O que vai pagar de taxa de entrega provavelmente será menos do que o que gastaria a mais só por andar a passear pelos corredores do hipermercado.

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Por último, só coloque algum item na lista de compras depois de verificar se não tem esse produto na sua despensa, frigorífico ou congelador. Ainda esta semana deitei várias coisas fora porque já tinham passado de prazo há vários meses. Um desperdício absoluto.

Há uma dica muito interessante (que não fui eu que inventei) mas que é muito útil. De vez em quando, faça uma semana - ou um mês - sem compras e gaste tudo o que tem no frigorífico, despensa e na arca congeladora. Só volta a ir às compras depois de gastar tudo o que tem em casa. 

E use as sobras das refeições para novas refeições ou para levar para o trabalho e assim evitar gastar mais 7, 8 ou 9 euros numa refeição fora de casa.

Vai ver que, com criatividade, vai conseguir “limpar” os excedentes e começar de novo o seu stock com produtos com maior prazo de validade. E evita o desperdício. Não estamos em altura de deitar comida fora sem necessidade. Não estragar também é uma forma importante de poupar. Acredite que resulta.

Quando passar esta crise, talvez possa abrandar um pouco nestas dicas mais “radicais” de poupança. Mas lá diz o ditado, por vezes “Temos de dançar conforme a música”.

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Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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