Apesar de novembro ter sido um mês com uma boa performance, a realidade é que a volatilidade continua elevada. Os investidores continuam nervosos e atentos à evolução da economia ou, mais especificamente, às orientações que as autoridades monetárias continuam a passar, tendo em conta a continuação das subidas das taxas de juro.
G20
A reunião do G20 foi um dos acontecimentos de novembro. Numa fase de tensão política, com o conflito Rússia/Ucrânia a dominar as atenções, esta reunião acabou por passar uma mensagem de alguma serenidade, sobretudo por ter permitido que Joe Biden e Xi Jinping se tivessem reunido e debatido temas fundamentais para a estabilidade mundial. O aperto de mão com que “selaram” a reunião foi uma imagem importante, uma vez que se trata das duas maiores economias do mundo, com a respetiva relevância, e que têm tido algumas divergências e “guerras” comerciais que têm gerado maior instabilidade na economia e nos mercados financeiros.
China – Política Covid zero
A China continua com uma política de Covid zero. Confinamentos, fecho de cidades e complicações para os cidadãos. Estas são algumas das medidas que têm condicionado o dia-a-dia da população chinesa, muito devido à rigidez das autoridades. Em função das dificuldades que se têm vindo a sentir, começaram a surgir diversas contestações por todo o território chinês, colocando em causa a autoridade de liderança do governo chinês. De imediato houve uma reação para controlar os protestos. Contudo, percebendo a sua dimensão, começamos a percecionar alguma flexibilidade na gestão de todo o processo. Esta alteração foi muito bem recebida por parte dos mercados, como ficou constatado na recuperação registada por muitos títulos chineses que contribuíram de uma forma muito positiva para que o índice dos mercados emergentes tivesse subido 10% em novembro.
EUA - Dia de Ação de Graças
A semana que corresponde ao Thanksgiving é habitualmente marcada por menor liquidez no mercado. Isto significa que existem menos transações nesta semana, porque as bolsas americanas encerram na quinta e, na sexta-feira só abrem em metade da sessão. Este acontecimento acaba por ter reflexo na performance dos ativos, uma vez que se trata de uma semana atípica.
Carteiras de Investimento
As carteiras moderada e dinâmica tiveram uma performance muito positiva. A moderada com uma subida de 3,16% e a dinâmica de 4,58%. Assistimos a uma recuperação do segmento de obrigações, algo que não víamos há algum tempo. Em termos gerais, os ativos que tiveram melhor performance foram os que têm exposição aos mercados acionistas emergentes, com valorizações de 19% e 14% em dois dos ativos que temos em carteira. A justificação tem por base a maior abertura demonstrada por parte das autoridades chinesas na gestão da Covid.
Desempenho da carteira com perfil moderado
Composição da carteira com perfil moderado
Desempenho da carteira com perfil dinâmico
Composição da carteira com perfil dinâmico
Objetivo das nossas carteiras
Quando, em março de 2021, criámos estas duas carteiras virtuais, o nosso objetivo passou sempre por saber explicar os movimentos de mercado e a influência que tinham nas nossas carteiras. Temos tido sempre esta preocupação, até porque o investimento é um processo que se prolonga no tempo.
Como exemplo, em maio de 2021, reduzimos risco nas carteiras por entendermos que a performance dos mercados financeiros não tinha uma justificação lógica ou racional. Demorou algum tempo, mas a realidade é que o nosso posicionamento atual, apesar de apresentar uma performance negativa, está melhor do que a carteira inicial.
É importante também realçar que ao longo da viagem ou processo de investimento irão existir muitas oscilações e momentos de enorme volatilidade. O fundamental é perceber onde estamos investidos e porquê. Perceber que no meio do pânico existem sempre oportunidades, e ter a racionalidade para distinguir e encontrar ativos de qualidade. Porque esses, quando tudo acalmar, irão recuperar e gerar retorno…
Nota: As carteiras do Doutor Finanças não são nem devem ser entendidas como um conselho a investir neste ou naquele tipo de instrumento financeiro. As nossas carteiras foram criadas apenas para permitir ilustrar quais os riscos e os benefícios potenciais de investir, direta ou indiretamente, em instrumentos financeiros como ações e obrigações.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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