Investimentos

Onde investir o IRS Jovem e fazer crescer este dinheiro “extra”?

Investir pode ser um bom exercício para fazer crescer este rendimento "extra". O segredo passa por uma carteira diversificada, ainda que haja sempre risco de perdas.

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Onde investir o IRS Jovem e fazer crescer este dinheiro “extra”?

Investir pode ser um bom exercício para fazer crescer este rendimento "extra". O segredo passa por uma carteira diversificada, ainda que haja sempre risco de perdas.

O dinheiro “extra” que chega todos os meses com o IRS Jovem pode ser canalizado para poupar e investir, aproveitando um método tranquilo de aplicação do seu dinheiro nos mercados, tendo por base uma estratégia de alocação mensal de um montante em instrumentos financeiros, independentemente, das oscilações do mercado. 

O novo modelo do IRS Jovem que está em vigor para jovens até aos 35 anos isenta os rendimentos de trabalho dependente (categoria A) e aos rendimentos de trabalho independente (categoria B), pelo período máximo 10 anos. A contagem começa no primeiro ano em que entrega a declaração de IRS, sem ser considerado dependente.   

O modelo que vigora a partir de 2025 tem os seguintes limites de isenção: 

  • No primeiro ano, os jovens trabalhadores beneficiam de 100% de isenção
  • Entre o segundo e quarto ano, a isenção incide sobre 75% do rendimento
  • No quinto, sexto e sétimo ano, a isenção fixa-se em 50% do rendimento
  • E do oitavo ao décimo ano, a isenção baixa para 25% do rendimento

Porém, para ter noção de quanto pode poupar com o IRS Jovem, um jovem que ganhe 1.140 euros por mês, poupa cerca de 1.365 euros de impostos no primeiro ano. 

De realçar que o que está em causa é o valor da retenção na fonte. Ou seja, uma pessoa que tenha um rendimento base de 1.140 euros pagaria 97,51 euros de IRS por mês. Se estiver no primeiro ano, tem isenção total, pelo que nenhuma parte do rendimento será alvo de tributação. No final do ano, tendo em consideração que há 14 meses de salário (considerando o subsídio de férias e o subsídio de Natal), este jovem vai poupar 1.365,14 euros.

Se tem dúvidas sobre quanto é o seu o salário líquido, tendo em consideração as regras do IRS Jovem, pode recorrer a este simulador do Doutor Finanças.

Não acabe por perder dinheiro com o IRS Jovem  

Não existe dinheiro parado, existe dinheiro a crescer ou a perder valor. O tempo, sobretudo através da inflação acaba por corroer o preço do dinheiro. Por exemplo, se dentro de um ano os preços subirem 2%, significa que o seu poder de compra é mais diminuto, já que estes 1.365 euros irão reduzir-se, em termos de rendimento disponível em menos 27,3 euros (ou menos 2%) para 1.337,7 euros.

Então, como aplicar este dinheiro? Investir pode ser uma boa solução, para poder rentabilizar esta "liquidez" extra que passou a ter. Se já tiver um fundo de emergência, deve optar por investir. A escolha do produto depende do perfil de investidor de cada um, uma vez que é fundamental que consiga adequar a carteira de investimento. Pode optar por produtos com capital garantido, e um retorno potencial menor, ou produtos sem capital garantido, com um retorno potencial maior, mas também com maior risco de perdas.

Leia ainda: Risco e retorno: Como se relacionam nos investimentos?

Tendo em consideração que há muitas opções de investimento, vamos mostrar o impacto de investir no S&P 500, o índice norte-americano de ações de referência a nível mundial que regista um crescimento médio anual de cerca de 10%, desde a sua criação a 4 de março de 1957.

Isto significa que após ter aplicado 97,51 euros, por 14 meses de salário, poderia, nos termos desta média histórica, vir a arrecadar ao final do ano, mais 136,52 euros, além do montante de isenção de retenção na fonte, para um total de 1.501,6 euros.

Refira-se, no entanto, que esta é uma média histórica de retorno, que tem em conta períodos como o ano passado, em que o índice norte-americano registou uma escalada superior a 20% e anos em que, por outro lado, viveu tombos de dois dígitos.

Ou seja, nos próximos 12 meses, o S&P 500 pode valorizar ou recuar, mediante o contexto económico e financeiro. Desde o início do ano, o índice afundou quase 14%.

Mas como investir num índice? Conte os custos

Não sendo possível investir num índice acionista, a única via acabará por ser um produto financeiro que acompanhe o desempenho do mesmo, como um fundo de investimento, um derivado ou fundo negociado em bolsa, mais conhecidos como ETF.

Nestes casos, ao retorno bruto calculado acima teremos ainda de subtrair os custos relacionados com impostos e comissões.

Leia ainda: É investidor? Um guia para descomplicar e não perder dinheiro no IRS e ETF bateram um novo recorde. Mas que moda é esta?

Ao diversificar a carteira, o retorno pode ser menor, mas é menos incerto

Aplicar dinheiro num único ativo é uma tarefa de alto risco, já que se este acabar por cair, como acontece este ano com o S&P 500, não há forma de cobrir estas perdas com ganhos arrecadados com outros instrumentos financeiros. Assim, é importante diversificar a sua carteira de investimentos.

Voltemos ao exemplo acima, mas desta vez vamos dividir mensalmente estes 97,51 euros em ações e obrigações com 60% deste montante a ser destinado ao S&P 500 (58,50 euros) e 40% a dívida de países a nível global (em torno de 39 euros).

Aqui, devido à dificuldade de investir diretamente em dívida, usaremos para o cálculo hipotético de retorno no final do ano o retorno médio do índice Bloomberg Global Aggregate Bond, cujo desempenho é replicado por vários ETF de dívida, que conta com uma rentabilidade média de 1,5%, desde a sua criação há sete anos.

Isto significa que dentro de um ano, o retorno será mais baixo, dado que o crescimento da rendibilidade histórica das obrigações é mais baixo (pelo que faz uma espécie de contrapeso face ao retorno das ações), no entanto ficará mais protegido contra uma potencial queda das ações ou vice-versa.

Recorde-se que o peso dado a dívida ou ações dependerá sempre do seu perfil de investidor, quanto menos avesso ao risco, mais peso dará à dívida e será dado mais espaço na sua carteira ativos de risco, como as ações.

Se ainda não sabe qual é o seu perfil de investidor, pode recorrer a este simulador do Doutor Finanças.

Ou seja, feitas as contas, com uma carteira diversificada, investir o montante mensal que corresponde ao valor isento de retenção na fonte pode acabar por ser mais vantajoso do que receber o reembolso no final da próxima campanha de IRS.

Claro, que poderá também perder dinheiro, caso a carteira seja pouco diversificada ou várias classes de ativos afundem simultaneamente. A longo prazo, (10 a 20 anos) olhando sobretudo para as ações e dívida a nota é mais otimista já que as médias e os gráficos apontam para um desempenho positivo, ainda que deva ter sempre em conta que rendibilidades passadas não asseguram retornos futuros.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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