O período pós-férias é considerado por muitos como um novo início. Ouvimos com frequência amigos ou conhecidos referirem que após o período de descanso irão adoptar hábitos de vida mais saudáveis, como se fosse o momento zero a partir do qual tudo irá ser diferente.
O desejo e a vontade estão lá, mas para podermos ter sucesso necessitamos de muita disciplina, conhecimento e a noção de que os resultados só são visíveis no médio/longo prazo.
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Realidade vs Resultados
Um estudo do BCE, com dados de 2020, levou-nos a constatar que Portugal se encontra em último no ranking de literacia financeira de um conjunto de 19 países. Esta realidade reflete-se na forma como investimos as nossas poupanças e nos resultados que conseguimos obter.
Culturalmente, em Portugal, percebemos a importância e necessidade de poupar, seja para ter um fundo de maneio para uma circunstância adversa ou para preparar o futuro de uma forma mais tranquila. Esta percepção é muito importante mas é apenas o primeiro passo no processo de investimento que deverá ser alicerçado em conhecimento, racionalidade e objetivos bem definidos.
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Definir objetivos para os investimentos
Normalmente quando se pensa em investir, o que nos vem à cabeça é qual a rentabilidade que pretendo ou posso vir a ter. Acontece que até chegarmos ao resultado final, é fundamental definir um conjunto de passos que nos permitirão tomar decisões que se encaixam nos nossos objetivos e perfil.
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De uma forma geral, um dos pressupostos fundamentais deverá ser a noção de que o investimento pressupõe tempo. Dificilmente se consegue ter uma boa performance no curto prazo. A estratégia de investimento deverá estar sempre alicerçada num horizonte temporal mais alargado.
Será igualmente importante perceber que quando se investe em ativos financeiros, vão existir sempre oscilações e temos de estar confortáveis com este processo. Neste ponto, se tivermos conhecimento do que estamos a fazer e se investirmos em ativos de qualidade, percebemos que as oscilações no longo prazo acabarão por ser relativas.
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Qual o melhor momento para investir?
Não existe o timing perfeito para começar a investir as nossas poupanças, até porque este processo será contínuo e não pontual. Tentar antecipar o que vai acontecer no futuro é uma tarefa em que dificilmente conseguiremos ter sucesso. Adicionalmente, se estivermos à espera da oportunidade ideal, acabaremos por ir adiando o inadiável. Como tal, o melhor momento para começarmos o nosso processo de investimento é HOJE.
Por onde começar?
O processo de investimento não se baseia apenas em pegar nas poupanças e investi-las na primeira opção que nos aparece à frente. Pelo contrário, para que o plano faça sentido, devemos perceber onde estamos a investir e por que o estamos a fazer. Só desta forma iremos percepcionar a importância que a nossa decisão irá ter na nossa realidade.
O primeiro passo deverá passar por adquirir conhecimentos, através da leitura de livros, de podcasts ou da abordagem a agentes especializados. Quanto mais conhecimento tivermos, mais conscientes serão as nossas decisões e melhor se enquadrarão no que pretendemos alcançar e nos pressupostos que iremos definir.
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Motivação Pós-férias
Conforme mencionei anteriormente, o período pós-férias é, por norma, um marco para começarmos algumas mudanças nas nossas vidas. Podemos aproveitar esta motivação para dedicarmos algum tempo a um tema que tem uma enorme importância e que muitas vezes deixamos para segundo plano.
Se estamos mentalizados para poupar e se o fazemos com esforço, racionalidade e disciplina, devemos definir um plano que nos permita tirar proveito ou capitalizar aquilo que nos custou tanto a amealhar.
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Apaixonado pelo desporto e economia, foi jogador profissional de Futebol, tendo atuado em clubes como S.L. Benfica, Estoril, entre outros. Conciliou a carreira desportiva com a académica, terminando a licenciatura em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA SBE). Continua ligado às suas duas paixões profissionais, desempenhando a função de Financial Advisor e colaborando como analista desportivo na CNN Portugal. Foi comentador residente no programa Jogo Económico do JE e Presidente do Conselho Fiscal da Federação Portuguesa de Footgolf. (FPFG). Participa com regularidade em eventos sobre Literacia Financeira.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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