O PSI-20 representa o índice de referência da bolsa de Lisboa (a partir de março de 2022 passa a chamar-se apenas PSI e tem novas regras). Agrega as empresas cotadas com maior liquidez e mais valiosas da nossa praça. Além disso, é utilizado como uma referência para outros produtos financeiros, à semelhança dos outros índices bolsistas mundiais.
Por isso, analisar a evolução dos índices bolsistas como o PSI-20 pode ajudá-lo a perceber a dinâmica do mercado nacional e a compor os seus investimentos.
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O que é o PSI-20?
PSI quer dizer Portuguese Stock Index. O número 20 designa o número dos seus constituintes (apesar de nos últimos anos nunca ter 20 cotadas no seu seio). Este índice representa uma espécie de Premiére Ligue das empresas cotadas na bolsa portuguesa, atualmente, na Euronext Lisbon.
No que respeita à bolsa nacional, além do PSI-20 há ainda outro, o PSI Geral, que contém todas as empresas cotadas na bolsa portuguesa. Como o próprio nome indica, é um índice geral que abrange todos os títulos, tantos quantos os que estiverem cotados em Portugal. Já o PSI-20 apenas é composto pelas empresas de maior dimensão e maior liquidez bolsista. Sendo que há regras definidas para que as cotadas possam constar do PSI-20.
Como nos últimos anos, com o desaparecimento de gigantes como o BES, não tem havido cotadas que cumpram as regras para poderem entrar no PSI-20, este índice tem sido composto por menos cotadas do que o suposto.
Quando nasceu?
O PSI-20 foi criado no dia 31 de dezembro de 1992, passando a vigorar a partir de 1993. Ou seja, o PSI-20 tem quase 30 anos. À data começou a cotar nos 3.000 pontos.
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Quem gere este índice?
A gestão das empresas que entram e saem é da responsabilidade da Euronext Lisbon, a entidade que tem a seu cargo a gestão do mercado acionista em Portugal. Mas esta gestão é feita com base em regras pré-definidas e que são do conhecimento geral.
As empresas que compõem o PSI-20, independentemente de permanecerem cotadas em bolsa, podem ir mudando. Isto porque o índice representa as 20 maiores cotadas e com mais liquidez.
A liquidez mede o grau de atividade dos títulos cotados pelas compras e vendas que são objeto. Quanto mais compras e vendas existirem no mercado, maior é a liquidez do título pois é grande a facilidade com que é transacionável.
Quais são os critérios de permanência no índice PSI-20?
O índice PSI-20 é revisto anualmente. Os dois critérios principais para determinar quem entra e quem sai deste índice são a capitalização bolsista e o capital disperso em bolsa, conhecido em inglês como free float market. Estas variáveis de mercado representam, respetivamente, a dimensão e a liquidez das empresas.
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O PSI-20 pode ter menos de 20 empresas?
O PSI-20 não só pode ter menos de 20 empresas como, efetivamente, tem. Atualmente este índice conta com 18 empresas vindas de diferentes setores. A razão para este índice ter apenas 18 e não 20 títulos prende-se com os próprios movimentos bolsistas que foram ocorrendo ao longo do tempo no mercado português.
- Em 2012, o PSI-20 passou a ter 18 empresas na sequência da saída da Cimpor e da Brisa. Estas duas empresas foram alvo de compra através de oferta pública de aquisição (OPA), deixando assim de corresponder aos critérios necessários para continuarem a permanecer no índice.
- Em 2014, o PSI-20 voltou a ficar com menos de 20 empresas na sequência da resolução do BES, banco que deu origem ao Novo Banco. Nesse momento tanto as ações do BES como da Espírito Santo Financial Group, outra empresa cotada do Grupo Espírito Santo, deixaram de estar cotadas em bolsa.
- Em 2015, o número de empresas pertencentes a este índice foi reduzido a 17, depois de as ações do banco Banif deixarem de estar cotadas devido à difícil situação financeira na qual esta entidade se encontrava.
Quais os marcos históricos mais relevantes deste índice?
- É ainda durante os anos 90 que o índice PSI-20 vive momentos marcantes da sua história graças às privatizações de grandes empresas estatais como a EDP, Brisa ou Cimpor que passam a estar cotadas e a integrar este índice, dando-lhe uma grande vitalidade e dinamismo.
- No início dos anos 2000 vive uma das maiores valorizações da sua história, até à eclosão da bolha das empresas de tecnologia conhecidas por DotCom que assolou os mercados internacionais. Nesse período, o índice chegou a valorizar mais de 330%.
- Em 2007, o PSI-20 não escapou à crise do subprime nos Estados Unidos que se alastrou ao resto do mundo. Viveu a sua maior queda de sempre em 2008 depois de o banco norte-americano Lehman Brothers ter decretado falência.
- Já em 2020, o PSI-20, à semelhança dos seus congéneres mundiais, caiu quase 10% na sequência da crise da COVID-19.
Quais são as empresas que o compõem?
O PSI-20 é composto por empresas provenientes de diferentes setores.
- Na banca está representado pelo BCP, o único título que nunca chegou a sair do índice desde que entrou nos anos 90.
- Do setor elétrico estão a EDP, a EDP Renováveis e a REN.
- A Galp, nos setor dos combustíveis, a Sonae e a Jerónimo Martins do retalho e distribuição também integram o índice.
- Na área da produção de papel o índice conta com a Altri, Navigator e Semapa.
- A F. Ramada do setor industrial e a Corticeira Amorim que é o maior produtor de rolhas de cortiça mundial também está presente no índice de elite da bolsa portuguesa, tal como a construtura Mota-Engil e os CTT.
- Do lado das empresas de telecomunicações o PSI-20 conta com a NOS e a Pharol.
- Ainda no segmento alimentar, está a Ibersol, a empresa que explora conhecidas cadeias de restaurantes de fast food como Burguer King e Pizza Hut.
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