Na hora de investir, nem todos temos os mesmos objetivos e tolerância ao risco. Estes são apenas dois dos fatores que influenciam os vários tipos de investidor e é essencial tê-los em conta quando queremos decidir em que produto pôr o nosso dinheiro.
Se há quem viva bem com as oscilações do mercado, há também quem fique em pânico se, num certo dia, o ativo em que investiu desvalorizar umas dezenas de euros.
Conheça os vários tipos de investidor e perceba qual o seu perfil.
Defensivo
O investidor defensivo tem como principal preocupação preservar o capital investido. Não se importa de que a valorização possa até ser bastante residual, desde que não haja risco de perder aquilo que investiu.
Procura produtos de capital garantido, como depósitos a prazo, além de dar preferência a prazos de investimento mais curtos.
Não sendo um exclusivo, o investidor defensivo pode ser alguém mais perto da idade de reforma. É que ao estar mais perto do momento de aproveitar as poupanças, a tolerância a enfrentar perdas e desvalorizações é, naturalmente, menor.
Leia ainda: Investir dinheiro a curto ou longo prazo? A importância dos objetivos
Moderado
Este tipo de investidor não quer apenas preservar o capital e procura rendibilidades ligeiramente superiores às das taxas de juro sem risco. Assim, está disposto a assumir reduzidas perdas de capital em troca de uma rentabilidade ligeiramente superior àquela que o investidor defensivo procura.
Também os prazos para os investimentos são mais longos, mesmo que invista em produtos que garantem o capital, tal como acontece com os certificados de aforro e do Tesouro.
Por fim, alguém com um perfil moderado já é capaz de ponderar alguns investimentos com um risco ligeiramente maior, mas estes representam apenas uma pequena parte da sua carteira de ativos.
Dinâmico
Um passo acima do perfil moderado, o investidor dinâmico procura alcançar rendibilidades superiores às das taxas de juro sem risco e, para isso, não se importa de assumir perdas moderadas. Os ativos mais arriscados, como ações, fundos PPR e obrigações já têm um peso maior na carteira de investimentos.
Assim, é alguém que olha para o mercado numa perspetiva de médio e longo prazo. Só desta forma é capaz de recuperar de períodos de queda e desvalorização e alcançar os objetivos definidos.
Arrojado
É um investidor experiente e que não entra em stress com as oscilações do mercado. Quer rendibilidades significativamente mais elevadas do que a média do mercado. Nesse sentido, está também disposto a assumir perdas elevadas de capital (que podem até ser superiores ao valor investido).
Em princípio, é um investidor com uma almofada financeira confortável. Ou seja, as eventuais perdas que possa enfrentar não comprometem o seu dia a dia.
Leia ainda: Perfil de investidor: Como adequar a carteira de investimento?
O que pode pode influenciar os tipos de investidor?
O perfil de investidor não é definido por uma única variável. Como dissemos no início, a tolerância ao risco e os objetivos são dois desses fatores. Alguém que tenha objetivos de curto prazo e não quer perder dinheiro, há de preferir produtos como depósitos a prazo e certificados de aforro e do Tesouro. Assim, assumirá um perfil mais defensivo ou moderado.
Do mesmo modo, a idade também é um critério na avaliação do perfil. Um investidor mais jovem que queira acumular dinheiro para a reforma tem um horizonte temporal alargado. Pode assumir mais risco, uma vez que há tempo para o mercado recuperar de eventuais períodos de queda. Em sentido contrário, quem está a investir perto da idade da reforma não quererá correr o risco de enfrentar desvalorizações e não ter tempo de as recuperar.
Por fim, a situação financeira e o nível de conhecimento dos mercados também são fatores a ter em conta. A quem tenha menos conhecimentos não é recomendado investir em produtos complexos, difíceis de perceber e que podem exigir uma monitorização de desempenho constante.
A importância do questionário do investidor
Os intermediários, sejam bancos ou corretoras, devem garantir que os produtos se adequam ao perfil de risco do cliente. É claro que não podem impedir o investidor de pôr o dinheiro num ativo não ajustado ao seu perfil, mas devem alertá-lo para o facto, quando isso acontece.
Se está a pensar investir, o intermediário financeiro que escolher vai pedir para responder a um questionário do investidor, que serve para traçar o seu perfil e perceber quais os produtos mais adequados para si.
Nesse questionário podem ser pedidas informações relacionadas com as habilitações académicas, a experiência profissional em temas financeiros ou económicos, o nível de conhecimento dos mercados financeiros e o nível de conhecimento sobre vários produtos (ações, obrigações, ETF, fundos de investimento), bem como os montantes eventualmente investidos nos últimos meses.
Além disso, o questionário pode também incluir questões para avaliar conhecimentos. Por fim, o banco ou corretora também quererá saber quais os seus rendimentos, o valor das poupanças e qual a percentagem que quer investir, bem como o horizonte temporal e os objetivos do investimento.
Leia ainda: O que são ações e que tipos existem?
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
Deixe o seu comentário