Finanças pessoais

Como gerir o aspeto emocional das decisões financeiras nas crianças? 

Quer ensinar o seu filho a tomar decisões financeiras conscientes e a lidar com as consequências de uma má decisão? Saiba como.

Finanças pessoais

Como gerir o aspeto emocional das decisões financeiras nas crianças? 

Quer ensinar o seu filho a tomar decisões financeiras conscientes e a lidar com as consequências de uma má decisão? Saiba como.

Gerir o aspeto emocional das decisões financeiras nas crianças pode ser uma tarefa difícil. Porém, é importante que ensine o seu filho a tomar decisões de nível financeiro, bem como a lidar com as consequências de uma decisão errada. Conheça neste artigo alguns passos que pode seguir para ajudar o seu filho nestes pontos.

Ensine a diferença entre bem necessário e secundário 

O primeiro passo que vai ajudar as crianças a tomar decisões financeiras acertadas, é aprenderem a diferença entre um bem necessário e um bem secundário

É essencial que, ao terem uma escolha para tomar entre opções, as crianças consigam distinguir o bem que é para subsistir do bem que é apenas desejado

Isto porque, se aprenderem a fazer esta distinção desde novos, vão tornar-se adultos financeiramente conscientes. Este ensinamento nestas idades pode ser vital para a vida adulta

Pode ainda explicar que deve ser estipulado um orçamento com, primeiramente, tudo o que é bens necessários e que, só se houver sobra nesse orçamento, é que se pode comprar bens secundários. 

E passando da teoria à prática, quando estiver a ensinar isto ao seu filho pode simular decisões fáceis. Por exemplo, entre uma fruta e um brinquedo ou papel higiénico e um batom, para que ele decida entre um bem e o outro. 

Passe à prática com jogos online ou de tabuleiro 

Pode ainda passar à prática jogando jogos online ou de tabuleiro com o seu filho, que impliquem a tomada de decisões financeiras.  

Como é o caso do monopólio: um jogo de compra e venda de casas, hotéis, empresas, propriedades. Onde a criança compete com outros jogadores, pelo que é essencial que tome decisões acertadas, para não ir à falência. 

Além disso, também pode construir os seus próprios jogos em casa, mais direcionados para aquilo que quer ensinar o seu filho especificamente. Com uma rápida pesquisa na internet, encontra algumas ideias que pode realizar. 

Este tipo de jogos é de extrema importância, pois eles precisam de gerir o lado emocional de ter e perder dinheiro. Se sentirem isso desde tenra idade, mesmo que com jogos, ficam melhor preparados para gerir esse lado de expetativas do mundo financeiro enquanto adultos. 

Leia também: Literacia financeira para crianças: 8 livros que ajudam pais e filhos

Leve o seu filho consigo às compras  

Depois, pode levá-lo consigo para o mundo real. Por exemplo, às compras de supermercado.   

Isto para que ele possa vê-lo a tomar decisões financeiras na realidade, e o ajude também. Lance-lhe o desafio de escolher certos produtos necessários e outros secundários. Para que perceba se ele compreendeu o que lhe ensinou relativamente a distinguir o essencial do luxo. 

Tente criar uma experiência divertida para o seu filho, para que ele se sinta motivado e útil neste jogo da vida real. Assim, se ele estiver incentivado, mais facilmente vai perceber o que lhe está a ensinar e ganhar bons hábitos financeiros.  

Explique as consequências de uma má decisão 

É bastante importante que explique ainda ao seu filho, antes ou depois da prática - como lhe fizer mais sentido – as consequências de tomar a decisão errada.  

Pode explicar isso no momento após um jogo, se, por exemplo no monopólio, a criança for à falência, ou até após a experiência do supermercado.  

Se o seu filho escolher o brinquedo ao invés da fruta, explique as consequências que isso pode ter. Imaginando que o orçamento estava à conta para os bens necessários e compraram um brinquedo ao invés de um alimento, podem ficar sem comer no final do mês. Aí, pergunte-lhe se, se isso acontecesse, se iria arrepender de ter comprado o brinquedo? Se está melhor com o brinquedo e com fome, ou sem fome e sem brinquedo? 

Através destes exemplos, tente explicar-lhe vários cenários que podem acontecer ao tomar uma má decisão financeira, para que ele saiba identificar melhor no futuro qual a decisão acertada

Gira o lado emocional do seu filho através do conceito poupança 

É natural que, ao tomar uma decisão financeira errada e ao perceber as consequências de uma má decisão, o seu filho fique desanimado e desiludido

Por isso, introduzir o conceito de poupança nesta altura pode ser uma boa opção. 

Ou seja, se ao tomar uma decisão errada como a do brinquedo e da fruta, poder haver a hipótese de passar fome, se tivessem uma poupança de lado, isso não aconteceria

Explique a importância da poupança ao seu filho através de exemplos práticos como esse, podendo até dar-lhe a responsabilidade de conseguir poupar por si só. Como? Dando-lhe uma semanada ou mesada, se ainda não o faz, para que o ajude a tomar decisões financeiras. Depois ofereça-lhe um mealheiro onde, dessa semanada ou mesada, ele possa colocar de parte um valor x e iniciar uma poupança

Só assim ele vai perceber realmente o que significa escolher entre opções financeiras, as consequências da decisão errada e a importância de poupar. 

Leia ainda: 8 formas de ensinar as crianças a tomar decisões financeiras

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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