O mundo dos investimentos é complexo e o processo de investir implica várias escolhas. Existem muitas opções: diferentes produtos financeiros, variedade de ofertas, estilos de aplicações, corretoras, bolsas e bancos. No entanto, não deve deixar que a impressão de ser confuso o impeça de aprender.
Começar a investir está ao seu alcance. O primeiro passo já deu, este de reconhecer o valor no investimento. De seguida, tudo o que precisa é conhecer-se melhor e traçar um caminho que o leve a atingir os seus objetivos.
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Investir o seu tempo
Pode parecer difícil começar com pouco ou mesmo nenhum dinheiro de parte. Nesta primeira fase é especialmente útil investir o seu tempo em conhecimento. Afinal, não é por coincidência que existe o ditado “Tempo é dinheiro”.
O que pode fazer:
- Definir objetivos (ex. comprar carro, ir de férias, fazer obras em casa);
- Perceber onde quer aplicar o dinheiro;
- Ler artigos e assistir vídeos acerca de finanças pessoais e investimento;
- Procurar conhecimento de qualidade;
- Ganhar vocabulário e aprofundar o seu conhecimento sobre expressões associadas ao tema. Por exemplo, o que é juro composto, PPR, fundos, obrigações, certificados de aforro, dividendos, capitalização, etc.
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Poupar antes de mais
Depois de se dedicar a desenvolver a sua literacia financeira, o próximo passo é poupar. Esta etapa é de extrema importância pois consiste na criação do seu Fundo de Emergência. O Fundo de Emergência é a base monetária que deve estar de parte para depois se aventurar no mundo dos investimentos.
Este fundo é idealmente uma reserva de dinheiro que cubra as suas despesas gerais para 6 meses, ou despesas fixas para 12 meses. Assim, deve fazer o seu cálculo individual: considerar o seu orçamento pessoal e adaptar à sua realidade.
Ao poupar para esta almofada de dinheiro vai estar a criar condições para posteriormente investir com maior tranquilidade. Deste modo, cria segurança tendo disponível uma quantia reservada para qualquer eventualidade (ex. doença, desemprego, problemas com o carro, compra de eletrodoméstico, entre outras situações).
O que pode fazer:
- Recolher informação acerca de diferentes estilos e estratégias de poupança;
- Definir um valor fixo para pôr de parte todos os meses;
- Definir um prazo máximo para completar o seu Fundo de Emergência;
- Guardar esse dinheiro num local de fácil acesso. Por exemplo, uma conta poupança que possa resgatar a qualquer momento costuma ser um bom ponto de partida.
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Reconhecer o seu perfil
Além de ser necessário saber quais os seus objetivos, nesta fase é também fundamental descobrir um pouco mais sobre si próprio.
O que pode fazer:
- Descobrir o seu perfil de investidor. (Qual a sua tolerância ao risco? Qual o seu nível de envolvimento emocional com o dinheiro? Com que tipo de produtos se sente mais seguro?);
- Calcular os horizontes temporais para atingir os seus objetivos. Ou seja, qual o período de tempo que tem disponível para alcançar cada meta;
- Procurar um ou mais produtos financeiros que obedeçam às caraterísticas que pretende.
Veja também: Saiba onde investir consoante o seu perfil de risco
Investir com consciência
Se pretende começar a investir, deve manter-se curioso e atento. No fundo, ser investidor é um processo de aprendizagem contínuo. Com a passagem do tempo é provável que seja interessante ajustar os objetivos. Talvez possa considerar horizontes temporais mais alargados ou testar opções mais ambiciosas.
Probabilidade de perder dinheiro na bolsa? Não é assim tão elevada
Também vai poder avaliar melhor os níveis de risco e, por isso, experimentar novos produtos financeiros. Ao tolerar flutuações, que lhe eram aflitivas ao início, pode ganhar mais dinheiro.
Contudo, deve ter presente algumas sugestões para o seu percurso de investidor:
- Invista apenas em produtos que compreenda;
- Aplique o dinheiro exclusivamente em produtos transparentes e éticos;
- Siga os objetivos sempre com uma estratégia definida;
- Invista somente se se sentir confortável.
Mas tenha sempre em mente que os investimentos que geram maiores retornos potenciais são também mais arriscados, o que significa que há probabilidade de perder algum (ou todo) dinheiro investido. Por isso, o fundo de emergência deve ser constituído e não deve ser usado para investir, uma vez que será a sua rede de segurança no caso de alguma coisa correr mal.
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