Investir pressupõe empregar, colocar a expectativa em alguma coisa, como resultado de um determinado esforço. De forma vulgar podemos utilizar o termo nas diversas áreas da nossa vida: investir numa relação pessoal, investir na formação profissional, investir no desenvolvimento de determinada atividade lúdica. Mas neste artigo debruçamo-nos especialmente sobre a vertente económico-financeira dos investimentos. O que são, que conhecimento base implicam e outras questões que qualquer investidor deve dominar.
Investimentos não financeiros
Antes de falarmos dos investimento financeiros propriamente ditos, importa percebermos que existe uma série de investimentos prévios que devem ser feitos. Ou seja: antes de avançar para investimentos em produtos financeiros, deve procurar investir, por exemplo, na sua literacia financeira. Conhecer bem os conceitos, dinâmicas e todos os meandros destes produtos é meio caminho para que seja bem sucedido.
No entanto, é importante também perceber que este é um processo de assimilação e aprendizagem contínua. Se tiver a ilusão de que em 2 ou 3 meses fica a conhecer tudo, pode sentir-se frustrado. O universo dos investimentos é complexo e exige experiência e paciência.
Eis então algumas formas de começar a investir em conhecimentos na área:
- Ler blogues e portais ou ouvir podcasts dedicados ao assunto;
- Frequentar workshops;
- Colocar questões a especialistas da área, por muito básicas que possam parecer;
- Pedir informação às instituições responsáveis e ler com atenção, por muito aborrecido que possa parecer.
Neste assunto, assim como em tantos outros, a informação é poder. Aliás, informação pode até ser dinheiro. Um investidor bem informado e esclarecido tem maior probabilidade de ser bem sucedido e conseguir retornos do que aquele que não está esclarecido.
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Investimentos financeiros
Antes de investir, deve certificar-se de que o pode fazer, partindo dos seguintes pressupostos:
- Não deve investir dinheiro que não tem;
- Não deve investir dinheiro de que possa precisar a curto prazo;
- Deve ter a disponibilidade (dependendo do risco) para perder o montante que investiu ou, pelo menos, parte dele.
Quer isto dizer que antes de investir deve fazer contas, através de um orçamento familiar, por exemplo, para garantir que todas as despesas estão garantidas. Além disso, deve também ter uma poupança já constituída e acessível para o caso de precisar para algum imprevisto. No fundo, o dinheiro que investir deve ser visto como um “extra” que pode dar frutos ou não.
Existem vários tipos de investimentos que variam na sua natureza, no risco, nas condições, etc. Enumeramos aqui alguns dos mais conhecidos:
- Depósitos a prazo: esta é a espécie de investimento mais conhecida pelos portugueses. São produtos com baixo risco, mas também um retorno quase insignificante. Este é o produto em que pode investir com montantes baixos.
- PPR: os planos poupança reforma são também investimentos, cujos frutos são para colher, especificamente, na idade da reforma. Existem várias modalidades e - neste caso específico - benefícios fiscais. Saiba como escolher o seu PPR;
- Obrigações: são valores mobiliários representativos de uma dívida do Estado ou de empresas. O risco é maior porque, no fundo, o investidor está a emprestar dinheiro a uma empresa que já está em dívida. No entanto, há casos bem sucedidos, em que o risco acaba por ser recompensado.
- Ações: as ações representam parte do capital de determinada empresa. Só é possível comprar ações de empresas cotadas na Bolsa de Valores. O investidor que as compra, torna-se acionista da empresa e, por isso, pode receber os seus lucros. O negócio das ações também está na compra e venda entre investidores. O objetivo é claro: comprar e conseguir, posteriormente, vender a um valor superior. No entanto, estas dinâmicas exigem conhecimento e tato para o mercado.
- Imobiliário: este é também um tipo de investimento muito conhecido. Pode ser feito por si, tornando-se senhorio e arrendando diretamente ou comprando e vendendo imóveis. Ou pode ser através de uma plataforma à qual se junta para, com um grupo de pessoas, investir em imóveis maiores e mais interessantes no que respeita a retorno.
- Startups: muitas empresas pequenas precisam de financiamento para se lançarem e dependem de pequenos investidores. Para isso, recorrem a plataformas específicas que reúnem estes investidores, numa espécie de crowdfunding. Mais uma vez: o risco pode ser grande, mas os montantes a investir também não são muito avultados.
- Fundos: são instrumentos mais complexos de investimento, que variam em muito as suas condições e, por isso, pressupõem um conhecimento mais avançado sobre o tema. É um conjunto de ativos diversificado, gerido por profissionais, cujo objetivo é valorizar o valor investido. Há, no entanto, riscos associados.
Investir implica disponibilidade mental e financeira para ganhar mas, especialmente, para perder também. Implica um acompanhamento aproximado do valor investido e uma aprendizagem contínua. Reforçamos que não deve avançar para o caminho dos investimentos sem antes garantir que está confortável a nível financeiro e que tem uma poupança constituída para imprevistos. Bons investimentos!
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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5 comentários em “Investimentos: o que são e o que deve ser tido em conta?”