- “Sei lá! Ainda falta tanto tempo (ou não) ...”
Se a sua resposta foi esta ou parecida, faz parte da enormíssima maioria dos portugueses que sonha com a reforma pensando que vai entrar numa espécie de paraíso.
Nesta crónica quero dar-lhe uma dica simples para passar a ter um objetivo (financeiro) na vida: ponha um preço na sua felicidade/segurança.
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Quanto custa a sua paz financeira?
É uma pergunta tão simples e quase ninguém sabe a resposta. Faça uma conta difícil, mas necessária. Vá à sua área pessoal da Segurança Social Direta e simule a sua reforma. Não se “alegre” com o resultado porque o valor que lhe vai aparecer é ilíquido. Ou seja, tem de descontar para o IRS, como agora. Pode ir ver ao seu salário atual (não é exato, mas ajuda-o a ter uma ideia) e desconte o mesmo que desconta agora ao valor que lhe der a simulação e subtraia ainda o que recebe atualmente de subsídio de alimentação. Esse será aproximadamente o valor da sua reforma quando deixar de trabalhar.
A seguir pergunte-se se consegue manter o seu atual estilo de vida com esse valor mensal, sabendo que talvez ainda tenha de continuar a pagar a casa, com um seguro de vida cada vez maior (pode acontecer ou não) e maiores despesas de saúde.
Calcule qual seria a diferença que teria de receber mensalmente a mais - para além da sua reforma - para ter essa vida minimamente satisfatória. 200 euros? 300 euros? 500 euros?
A seguir, multiplique essa diferença por 12 meses e outra vez por 20 anos (que é o que provavelmente vai viver depois de se reformar). Por exemplo, 200 euros x 12 meses x 20 anos, dá a módica quantia de 48 mil euros. É esse o dinheiro que deverá ter numa poupança quando se reformar para manter a sua qualidade de vida.
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Objetivo dourado
Experimente fazer esta conta simples. O resultado será o seu “Objetivo dourado”. Passará a ter um alvo concreto, mensurável, e que poderá ir avaliando ao longo do tempo se está a caminho de o atingir ou não.
Depois de saber o seu valor de paz financeira na reforma, poderá começar a pensar em formas de o atingir. Mas isso… já são outros 500. Dê um passo de cada vez. Para já, defina onde quer ir (ou quanto quer ter).
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Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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