Será que comprar em grandes quantidades compensa em termos de poupança? Em caso afirmativo, o que deve ter em conta para assegurar essa poupança? Descubra neste artigo.
Estive há uns dias a avaliar a aquisição de um pacote de engomadoria e deparei-me com uma situação caricata. O preçário apresentado era o seguinte:
Quando fiz as contas ao preço unitário (valor/número de peças), reparei que, contrariamente ao que seria esperado, o pacote mais económico por peça é o mais pequeno (25 peças). Adicionalmente, de notar que o pacote de 50 peças tem um preço por peça maior que o de 40 peças.
Esta estrutura de preços não parece fazer muito sentido, porque existe a expectativa de que o preço baixe sempre com o aumento de quantidades, mas é um bom exemplo de que comprar mais nem sempre significa pagar menos.
Situação semelhante ocorre com alguma frequência nos supermercados, em que produtos com maior quantidade acabam por ter um preço unitário mais elevado.
Assim, quando se opta por comprar em maiores quantidades, é preciso garantir que o preço unitário é efetivamente mais baixo. Alternativamente, mas com menor frequência, estaremos disponíveis para pagar um preço unitário maior por uma questão de comodidade.
Outro ponto a ter em conta na compra de maiores quantidades é o prazo de validade. No caso da engomadoria, se subscrever o plano mensal de 100 peças, corro o risco de chegar ao fim do mês com peças por utilizar, podendo perder esse dinheiro, ainda que conte com alguma folga. Este risco é ainda mais significativo se estivermos a falar de produtos perecíveis.
Para além destes pontos, comprar em maiores quantidades acarreta outros riscos:
- Maior propensão a consumir. Quanto mais temos, mais gastamos.
- No caso de produtos, é necessário ter espaço suficiente para os armazenar e esse espaço paga-se. Se precisarem de frio, as limitações serão ainda maiores.
- Limita as escolhas futuras, porque o dinheiro já está empatado.
Em resumo, comprar em maiores quantidades pode efetivamente gerar poupanças, mas é preciso garantir que se está efetivamente a poupar (i.e., que o preço unitário é mais baixo), e que os riscos que mencionámos são devidamente acautelados.
Se está interessado no tópico de poupar dinheiro ao comprar em grandes quantidades, em especial no supermercado, não deixe de ler os seguintes artigos:
- Como poupar milhares de euros em supermercado aproveitando as campanhas de desconto
- 7 dicas para uma alimentação saudável quando o orçamento está apertado
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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Estava com essa duvida, mas esse artigo me ajudou bastante, valeu pessoal! Obrigado por compartilhar esse conhecimento com a gente 😀
há aí incoerência entre qual o plano mais económico:
correto: “Quando fiz as contas ao preço unitário (valor/número de peças), reparei que, contrariamente ao que seria esperado, o pacote mais económico por peça é o mais pequeno (25 peças).”
errado: ” No caso da engomadoria, se subscrever o plano mensal de 100 peças, o mais económico por unidade,…”
Tem razão, foi um lapso. Vamos corrigir.
Não só na quantidade mas tb na qualidade.
Ainda a semana passada comprei fiambre numa cadeia grande de superfície e por inacreditável que pareça o fiambre de marca estava a um preço inferior ao da marca própria.
E preciso olho vivo!!
Bem verdade. Já me deparei com situações destas em supermercados, como em chocolates, rações para animais a produtos congelados.
Se o sistema de preços funciona assim, o melhor é apresentar lotes separados. Por exº: 50 peças entrega 25 de cada vez ou em dias separados. Digo eu…
Bom artigo. Realmente é conveniente tomar em consideração tudo o que está apontado.