Depois de poupança em telecomunicações e créditos, falamos-lhe de como poupar em combustíveis. Saiba como.
Pedro Pais é o fundador do financaspessoais.pt e do forumfinancas.pt. O Pedro é um dos maiores promotores de literacia financeira em Portugal contribuindo com centenas de artigos, ferramentas e simuladores que ajudam as pessoas a poupar, a investir ou a decifrar os mistérios da fiscalidade.
Na série de artigos "Poupar a sério!", já abordámos as rubricas como Telecomunicações, ou Créditos. No presente artigo iremos focar-nos nos combustíveis, uma das componentes mais significativas nos gastos com a utilização de viaturas.
Postos mais baratos vs cupões/descontos
A forma mais simples de poupar no combustível é comprar combustível mais barato. A diferença entre marcas mais regulares e as low-cost ronda os 7% a 10%, o que a longo prazo pode representar muito dinheiro poupado. A título de exemplo, estivemos a confirmar e facilmente as diferenças atingem os €0,12 por litro, o que para quem faça 20.000 km/ano representará €100-€150 por ano.
Mas estranhamente muita gente continua a preferir as marcas mais caras, sem que aparentemente haja motivo, excepto, claro está, se o posto low-cost ficar afastado das deslocações habituais.
Há quem acabe por utilizar as marcas mais caras e recorre a cupões e outros descontos para baixar o preço. Na nossa opinião esta táctica tem várias desvantagens:
- Mesmo após os descontos é frequente que o combustível fique mais caro que nas low-cost.
- Gasta-se tempo a arranjar cupões e outros esquemas para poupar, tempo esse que poderia ser bem melhor aproveitado, por exemplo para poupar a sério noutras rubricas.
- Vários descontos e cupões exigem fidelização/habituação a cadeias de supermercados e a cartões bancários, o que limita a escolha do consumidor e pode trazer custos pouco evidentes.
Assim, recomendamos que opte por combustíveis em postos low-cost. Pode ver os preços de combustível em vigor no site da DGEG e no Mais Gasolina.
Modo de condução
Outra forma muito eficaz de poupar combustível é adoptar algumas mudanças no modo de condução, com efeitos muito realistas no consumo. Lembre-se que poupar 0,5 litros por cada 100 km representa mais de €120/ano para quem conduza 20.000 km.
Embora as mudanças benéficas no modo de condução sejam relativamente evidente, não custa reforçar as principais ideias, em grande parte retiradas do guia de eco-condução do IMTT:
- Conduza a uma velocidade o mais constante possível e, acima de tudo, com suavidade, evitando acelerações/desacelerações e travagens bruscas. (Pode poupar 15% de combustível conduzindo a 80 Km/h, em vez de 100 Km/h).
- Use a relação de caixa de velocidades mais alta possível. Uma mudança alta significa uma rotação mais baixa, que resulta num menor consumo de combustível. (Potencial de poupança: 10%).
- Nas descidas de acentuada inclinação, deve manter o veículo engrenado numa mudança compatível (travar com o motor), obtendo assim maior segurança e consumo nulo.
- Retire toda a carga desnecessária do porta-bagagens e assentos traseiros. (Potencial de poupança: 3%).
- Acelerar e desacelerar suavemente. Acelerações bruscas provocam um consumo excessivo de combustível. Adicionalmente, quando trava ocorre dissipação de energia, que não é aproveitada para o movimento do veículo, pelo que deve travar suavamente e de forma antecipada antes do ponto previsto de paragem, permitindo aproveitar melhor o combustível injectado no motor.
Ler mais: Como poupar cerca de 100€ escolhendo o combustível que utiliza
Utilização de transportes públicos
Por último, a sugestão que deixamos para poupar é optar por usar mais frequentemente os transportes públicos, em detrimento do transporte particular.
Na realidade, não é certo que esta opção compense o custo dos combustíveis. Mas se pensarmos em todos os gastos relacionados com o usufruto de uma viatura, nomeadamente desgaste e estacionamento, a opção de transporte público compensa certamente. É também possível que acabe por poupar tempo, especialmente se poder optar por transportes que usam vias alternativas à rodoviária, como é o caso do metro ou do comboio.
Muitas vezes, o que faz mais sentido é até adoptar um cenário misto, em que a viatura particular é utilizada até algum ponto agregador de transportes públicos, sendo o resto do percurso efectuado através destes últimos. Cada caso é um caso, mas frequentemente é possível poupar dinheiro e até tempo, mantendo níveis de comodidade semelhantes.
O seu testemunho
Como faz para poupar nos gastos com combustíveis? Partilhe connosco as suas ideias. 🙂
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
Etiquetas
- #combustíveis,
- #poupança,
- #poupar a sério,
- #transportes
Eu utilizo o cartão deco+ aquando do leilão de combustiveis aderi (quem tiver o cartão de associado da deco também dá) e abasteço na cepsa num posto aderente da campanha. Para qualquer cliente normal já fazem 0,07€/lt nesse e noutros postos. Com o cartão deco fazem um desconto adicional e acumulável de mais 0,07€/lt.
Eu uso low-coast, faco quase tudo o descrito e faco mais uma coisa, nas descidas de media e grande inclinacao relativamente rectas uso o N, ou seja chego a ir a 120 em ponto morto, em estradas de montanha poupa-se bastante. Nao aconselho a ninguem a pratica do ponto morto.
no meu caso estou de acordo com parte dos conselhos que aqui são descritos mas
acrescento para alem desses os seguintes:
nos semáforos desligo o motor e nas descidas de uma maneira geral tb, mas nunca ando em ponto morto mas sim o motor engatado na velocidade correspondente, embraiagem apertada e motor OFF, assim se precisar de travar com o motor e só tirar o pé da embraiagem. acredito que requer alguma pratica de condução, já conduzo a ++ de 20 anos+(e + acredito que cada automóvel tem um consumo de combustível indicado pelo fabricante e não devemos procurar andar sistematicamente em rotações demasiado baixas porque no caso dos diesel podem começar a fazer demasiado fumo, e nos mais modernos pode deteriorar o filtro de partículas. bons kms.
Não acredito no que li nestes comentários….
façam um pequeno exercício (supondo que tem carros com computador de bordo), ponham a mostrar o consumo instantâneo quando o carro vai a descer e vejam qual a diferença com ele em ponto morto e com uma velocidade engrenada… surpresa, com a velocidade engrenada gasta 0, ZERO, NADA, NADINHA, porque o que faz o motor trabalhar é a inércia e não o combustível… depois digam qualquer coisa.
Se o seu carro for recente (posterior ao ano 2000) em descidas se largar o acelerador, ainda com uma mudança engatada, vai gastar menos do que em ponto morto.
Neste caso o consumo é zero em vez das décimas que consome para manter o ralenti em ponto morto.
Mais acrescento, quando nos engarrafamentos, evitar acelerações e travagens, o carro pode começar a andar só com a embraiagem e sem o uso do acelerador, se tiver espaço à frente, não vai precisar de parar e acelerar tantas vezes como o veículo da frente, os “espertos” que passam à frente nos espaços gastam em média +30% de combustível, tem mais uns 50% de probabilidade de ter um daqueles acidentes em que ninguém se magoa,(com estragos mínimos e muito tempo perdido a preencher declarações amigáveis e afins) no final só ganham uns 5 minutos por cada hora passada no trânsito.
Quanto custa o litro da gasolina em Portugal?
Dá uma olhada em https://www.maisgasolina.com/estatisticas-dos-combustiveis/ e ri-te. A nós dá para chorar.
E isso são os preços médios, na página inicial tem um comparador com as 3 marcas que mais vendem, os preços são muito caros!
Lamento que assim pense.
Dei um exemplo de um desses estudos devidamente concebidos e que revela que nem sempre são corretos.
Se não tem abertura a tentar compreender outros pontos de vista realmente nunca pode haver diálogo.
Melhores cumprimentos
É uma opinião e meramente uma opinião dizer que o estudo vale mais do que a experiência que quem abastece e lida com os efeitos nefastos desse mesmo abastecimento.
Não basta fazer contas ao que se poupa ao litro quando sabemos de antemão que em praticamente todos os low-cost as condições de armazenagem, por exemplo, não são as ideais dando desta forma uma qualidade muito inferior ao combustível.
Dizermos que fica mais barato ao litro pode até ser verdade, mas dizer que é a escolha acertada é outra totalmente diferente e que deve ser muito bem ponderada.
Poupar 150 euros ao ano pode não ser suficiente quando se quer estimar o carro sem problemas mecânicos futuros.
Eduardo, se considera que uma opinião vale mais do que um estudo devidamente concebido, é porque tem a sua ideia totalmente fixa e não está aberto a mudá-la, pelo que não há propósito em debatermos o tema. Obrigado por participar, ainda assim.