Ao contratar um seguro de vida, por norma as suas circunstâncias atuais determinam o prémio a pagar. Mas isso pode alterar-se com o tempo. Estas alterações podem significar ter direito a um prémio mais baixo, devido a um menor risco para a seguradora, podendo poupar centenas de euros. Por vezes, pode conseguir até melhores coberturas, especialmente se usufruir de certas campanhas promocionais. Se não revê o seu seguro de vida há um tempo, fique a conhecer várias razões para o fazer o quanto antes.
Nascimento de um filho
Após o nascimento de um filho, ter um seguro que salvaguarde as suas necessidades caso aconteça o pior é essencial para que este não passe por dificuldades.
Ter um filho implica que irá ter mais pessoas a seu cargo no seu agregado familiar. Por isso, na hora de definir as coberturas e capital seguro que irá necessitar, deve ter isso em consideração. Se já tiver um seguro de vida, é também recomendável rever as suas condições e alterá-lo caso necessário.
Da mesma forma, se os seus filhos já forem independentes ou não necessitarem de tanto apoio financeiro, pode fazer sentido reduzir as coberturas. Com isso, consegue reduzir o prémio do seguro e ter mais rendimento disponível para contribuir para o seu Plano Poupança Reforma, por exemplo. Ainda assim, na hora de rever o seu seguro, tenha sempre em atenção os pequenos pormenores. Nomeadamente, exceções em que o capital seguro não é atribuído.
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Compra de casa
Se está a pensar comprar um imóvel brevemente, então pode ser uma boa altura para rever o seu seguro de vida, especialmente se recorrer a um crédito habitação. Ainda que não seja obrigatório, a maior parte dos bancos não prescinde deste seguro. Quer seja a sua primeira casa ou não, é recomendável contratar este tipo de seguro para cobrir o valor da dívida em caso de morte ou incapacidade, por exemplo. E qualquer alteração no valor de financiamento deve ser refletido no seu seguro, de forma a ficar sempre protegido, assim como a sua família.
Muitas vezes, um seguro de vida é exigido pelos bancos para usufruir de certas condições de crédito, nomeadamente redução de spread. No entanto, nem sempre isto se verifica, havendo a possibilidade de deixar essa decisão a cargo do comprador. É verdade que um seguro de vida é sempre uma despesa adicional no seu orçamento, mas em situações inesperadas pode fazer toda a diferença.
Para reduzir o peso que o seguro de vida tem no seu orçamento, compare sempre o seguro de vida proposto pelo banco com outras propostas fora do banco, antes de tomar qualquer decisão. Os benefícios que o banco lhe oferece por contratar um seguro de vida diretamente nem sempre compensam.
Por exemplo, suponhamos que banco lhe oferece uma redução de spread de 0,25% num crédito de 100.000 euros a 30 anos, ao contratar um seguro de vida por 35 euros/mês. Consideremos agora um seguro fora do banco, em que paga apenas 20 euros/mês. Mesmo perdendo a redução de spread, acaba por poupar dinheiro.
Seguros de vida | Prestação do crédito | Prestação + Seguro |
35€/mês (seguro do banco) | 310,29€ (com redução de spread) | 345,29€/mês |
20€/mês (seguro fora do banco) | 321,64€ (sem redução de spread) | 341,64€/mês |
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Casamento ou divórcio
Depois de se casar e começar a partilhar a vida junto da sua cara-metade, pode querer protegê-la contra imprevistos. Por isso, deve rever as condições do seu seguro de vida, nomeadamente o capital seguro ou coberturas (morte por acidente, doença, entre outras). Em certos casos, pode fazer sentido ter uma apólice com os dois titulares, em vez de ter dois seguros diferentes. Especialmente, no caso de um crédito habitação, de forma a garantir que, caso um dos titulares faleça por exemplo, a casa fica paga.
Em sentido contrário, no caso de divórcio, também deve rever as condições do seguro, ou contratar um novo apenas em seu nome. Devido à separação, certamente a sua situação financeira irá alterar-se e, como tal, deve adaptar o seguro às suas circunstâncias atuais. Tenha também atenção aos beneficiários do seguro, pois os herdeiros legais podem não ter direito se não constarem no contrato. Já os beneficiários do seguro têm sempre direito a indemnização, quer sejam herdeiros legais ou não. Em caso de herança, o valor da indemnização apenas é atribuído aos herdeiros legais, caso mais nenhum beneficiário tenha sido especificado no seguro.
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Mudança de emprego e perda de benefícios
Negociar o seu seguro quando muda de emprego é essencial, especialmente se estava a usufruir de condições especiais enquanto colaborador da sua empresa anterior. Mudar de emprego pode ter um impacto significativo nos seus rendimentos, na sua segurança e, fundamentalmente, no bem-estar da sua família caso aconteça algo inesperado. Ter uma proteção adicional em caso de acidente, doença ou morte pode fazer toda a diferença.
Esta proteção torna-se ainda mais importante caso seja trabalhador independente. Neste caso, é recomendável que esteja sempre protegido por este tipo de seguros, devido à instabilidade dos rendimentos, entre outras razões. Por exemplo, se não puder trabalhar devido a uma incapacidade permanente, as despesas médicas estão cobertas. Ainda que exista prudência, acidentes acontecem e quanto mais protegido estiver, menos terá que se preocupar perante uma situação indesejável.
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Condições de seguro de vida mais vantajosas no mercado
Nem sempre precisa de existir uma razão negativa, como o aumento de um prémio ou perda de benefícios, para negociar os seus seguros. Por vezes, simplesmente negociar o seu seguro de vida todos anos em busca de melhores condições pode fazê-lo poupar dezenas ou centenas de euros por ano. Esta mudança de condições pode significar um menor prémio a pagar, coberturas mais completas, aumento do capital seguro, entre outras possibilidades.
À medida que vai envelhecendo, a tendência é que o prémio do seguro de vida aumente, pois constitui um risco maior para a seguradora. No entanto, isto não significa que não seja possível contornar esta situação e usufruir de melhores condições.
Ainda assim, sempre que negociar o seu seguro de vida, esteja atento às exceções do contrato. Às vezes, o prémio pode ser inferior devido ao facto de ter mais exceções do que um seguro normal. Por exemplo, acidentes de viação ou catástrofes naturais podem não estar incluídos na proposta, comparativamente à apólice que tem atualmente. Por isso, compare sempre todas as coberturas e exceções para ter a certeza que está a fazer um bom negócio.
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Novos empréstimos
Se contraiu novos créditos há pouco tempo, é uma boa altura para ponderar alterar as condições do seu seguro de vida. Empréstimos para a compra de um automóvel ou para fazer renovações em casa são alguns exemplos de encargos que os seus herdeiros terão de pagar, caso algo lhe aconteça. Estas dívidas não ficam liquidadas com a sua morte e isso pode afetar seriamente as finanças dos seus entes queridos.
Por isso, sempre que contrair novos créditos, deve ajustar o seu seguro para este considerar o valor total em dívida. Isto irá garantir que a indemnização do seu seguro chega para amortizar por completo todos os seus créditos. Assim, não só os empréstimos ficam pagos, mas também a sua família não irá necessitar de utilizar as próprias poupanças (ou as que tinha antes de falecer) para amortizar as dívidas que tinha até ao momento.
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Aumento das coberturas
De forma a usufruir do maior número de coberturas possível e reduzir o prémio a pagar, deve contratar o seguro de vida o quanto antes. Especialmente coberturas que estejam relacionadas com problemas de saúde. À medida que o tempo avança, existe uma maior probabilidade de desenvolver certas doenças ou deficiências. Como tal, isso vai constituir um risco acrescido para a seguradora que, consequentemente, irá cobrar um prémio superior. Em certos casos, a seguradora pode recusar-se a fazer-lhe um seguro. Isto aplica-se não só ao seguro de vida, mas também ao automóvel e de saúde.
Tenha também em consideração que as seguradoras conseguem verificar a veracidade das declarações. Evite cometer alguma fraude, pois o seu seguro pode ser anulado. Isto pode comprometer, por exemplo, a indemnização por falecimento do seu cônjuge, que liquidaria o seu crédito habitação.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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