O seguro de vida e o seguro para doenças graves protegem-no a si e à sua família. Qual é, então, a diferença entre os dois? O que os distingue é, acima de tudo, o propósito. Logo, o perfil do subscritor também é diferente. Escolher entre um seguro de vida ou um seguro para doenças graves depende, assim, das suas prioridades. Descubra, neste artigo, o que está em causa.
Seguro de vida e seguro para doenças graves: Qual a grande diferença?
A diferença entre o seguro de vida e o seguro para doenças graves está em três pontos essenciais:
- Objetivo;
- Tipo de destinatário;
- Momento em que se aciona o seguro.
Objetivo
O maior objetivo do seguro de vida é proteger financeiramente a família ou outros dependentes da pessoa segura. Em caso de morte ou invalidez, os beneficiários recebem o capital acordado.
Em contrapartida, o seguro para doenças graves protege, sobretudo, o próprio segurado. Perante uma doença grave, a pessoa segura recebe uma indemnização para enfrentar as despesas da doença. Algumas destas apólices garantem também assistência médica e familiar.
Tipo de destinatário
Não existe uma regra fixa sobre quem deve escolher um seguro de vida ou um seguro para doenças graves. Contudo, as suas preocupações e o histórico clínico familiar podem ajudá-lo a tomar uma decisão.
Tendo isto em conta, o seguro de vida é indicado para quem tem dependentes a cargo e está preocupado com o futuro da família. Caso aconteça um imprevisto grave, os filhos e cônjuge (ou outros beneficiários designados no contrato) podem contar com uma almofada financeira.
Já o seguro para doenças graves é recomendado para quem tem um histórico de doenças graves na família. Se esse cenário o preocupa e está ciente das despesas avultadas que uma doença grave implica, a indemnização do seguro ajuda a cobrir os gastos. Além disso, poderá ter acesso a cuidados diferenciadores, bem como apoio nas tarefas do dia a dia.
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Momento em que aciona o seguro
Por norma, aciona-se o seguro de vida quando o segurado falece. Contudo, se a apólice cobrir invalidez (durante o contrato) ou sobrevivência da pessoa segura (no final do contrato), também é possível ativar o seguro em vida.
Já o seguro para doenças graves não depende da morte nem invalidez. Ativa-se este seguro quando o segurado é diagnosticado com uma doença prevista na apólice.
Outras diferenças
No que respeita a seguros de vida e seguros para doenças graves, cada seguradora aplica os seus preços, regras de acesso e capital seguro.
Ainda que algumas companhias aceitem fazer apólices para bebés, o mais natural é só poder contratar este tipo de proteção a partir dos 18 anos. Além disso, pode enfrentar uma idade máxima de permanência: dependendo dos casos, o contrato só vigora até por volta dos 66 anos.
Quanto aos preços e capital seguro, a oferta é variada: encontra apólices desde nove euros/mês e capitais seguros tanto de 10.000 euros, como de 200.000 euros.
Como são os seguros de vida?
Não existem apenas seguros de vida com cobertura de morte e invalidez. Há também apólices que garantem um pagamento se a pessoa estiver viva no final do contrato: são os seguros de vida com risco de sobrevivência.
Muitas vezes, o seguro de vida está ainda associado ao crédito habitação. Neste caso, se acontecer algum infortúnio ao mutuário, como a morte ou o desemprego por invalidez, a seguradora fica responsável por saldar as prestações da casa.
O que é considerado invalidez?
Os contratos de seguros distinguem dois tipos de invalidez: Invalidez Absoluta e Definitiva (IAD) e Invalidez Total e Permanente (ITP).
- Invalidez Absoluta e Definitiva: a pessoa segura fica incapaz de trabalhar devido a um acidente ou uma doença, ficando dependente de outras pessoas para realizar tarefas básicas do dia a dia, como comer ou vestir-se.
- Invalidez Total e Permanente: o segurado torna-se incapaz de exercer a sua profissão ou qualquer outra atividade remunerada de forma permanente, devido a um acidente ou doença. Pode ser ativado por pessoas que tenham um determinado grau de invalidez, que varia consoante as seguradoras. O grau de invalidez é determinado por junta médica, segundo a Tabela Nacional de Incapacidade.
Em algumas apólices, a cobertura de invalidez não faz parte dos planos base. Para ter essa proteção, terá de pagar um pouco mais. Assim, antes de contratar o seu seguro de vida, verifique sempre qual o capital e as condições previstas em cada situação.
Certifique-se, ainda, se o seguro cobre morte por acidente de viação ou apenas por causas naturais e doença. Regra geral, quando a morte é causada por um acidente, os beneficiários recebem duas vezes o capital contratado.
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O que acontece quando ativa o seguro para doenças graves?
Quando a pessoa segura é diagnosticada com uma doença grave prevista no contrato, pode ativar o seguro. Nesse momento, tem direito à indemnização acordada na apólice.
Esse capital fica então disponível na conta bancária do segurado, ajudando a enfrentar as despesas de tratamento, medicamentos e exames. O montante também pode ser usado para pagar as contas do dia a dia, já que poderá ser necessário abdicar do emprego para se concentrar apenas na recuperação.
O seguro para doenças graves cobre que tipo de assistência?
Por vezes, o seguro para doenças graves só cobre tratamentos e segunda opinião médica se recorrer a esses cuidados fora do território nacional. Além disso, dependendo das seguradoras, pode ter mais ou menos coberturas nas diferentes fases da patologia. Entre essas coberturas, encontra:
- Check-up médico;
- Envio de profissionais de estética a casa;
- Idas ao supermercado;
- Consultas de psicologia e nutrição;
- Médico online e ao domicílio;
- Cuidados continuados e paliativos;
- Acompanhamento pós-cirúrgico;
- Terapias alternativas (homeopatia, osteopatia, acupuntura).
O que são doenças graves?
As doenças graves são as que estão associadas a maiores probabilidades de incapacidade para o trabalho e morte. Segundo esta definição, os seguros para doenças graves cobrem, principalmente:
- Enfartes do miocárdio;
- Cancro;
- Acidentes vasculares cerebrais (AVC).
A lista pode, no entanto, abranger cerca de 30 doenças graves e cirurgias ao coração. Tudo depende da oferta da seguradora. Quanto mais doenças incluir na apólice, maior poderá ser o prémio a pagar.
Posso ter um seguro de vida com cobertura de doenças graves?
Sim. Algumas seguradoras permitem adicionar a cobertura de doenças graves ao seguro de vida. No entanto, esta cobertura não costuma incluir assistência médica, como segunda opinião de especialista ou acompanhamento pós-cirúrgico. A proteção tende a ser puramente financeira. Por isso, se pretende uma proteção mais completa, terá mesmo de contratar um seguro para doenças graves.
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