O financiamento da banca às famílias registou uma queda acentuada em abril, essencialmente devido à redução abrupta registada no crédito ao consumo. No crédito habitação houve uma redução face a março, mas quando comparado com o mesmo mês do ano passado, o financiamento até aumentou.
Os últimos dados divulgados pelo Banco de Portugal revelam que, em abril, as instituições financeiras emprestaram um total de 1.138 milhões de euros às famílias, um valor que corresponde a uma redução de 29,45% face ao mês de março e uma descida de 14,2% face a abril de 2019.
E ainda que o mês de abril seja marcado, historicamente, por reduções mensais do financiamento às famílias, a redução registada este ano foi a mais expressiva desde 2012. É preciso recuar precisamente até abril de 2012 para se verificar uma queda de financiamento tão acentuada quer em termos homólogos quer mensais.
De salientar que, em 2012 o país estava sob resgate financeiro da troika, um período marcado por um aumento do desemprego e por cortes nos rendimentos das famílias.
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Crédito ao consumo afunda
Mas o principal responsável por este desempenho no financiamento das famílias foi o crédito ao consumo.
Em abril, as instituições emprestaram 177 milhões de euros em crédito ao consumo, o que representa um corte de 58% face a março e de 51% face a abril de 2019.
De acordo com os dados disponibilizados pelo Banco de Portugal, que recuam até 2003, não há registo de alguma vez se ter registado uma queda tão abrupta neste tipo de crédito.
Ainda assim, apesar de a redução ter sido tão intensa, em termos de volume de financiamento foram registados valores idênticos aos de 2012/2013.
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Crédito habitação até cresceu face a 2019
Já o financiamento para a compra de casa teve um comportamento menos expressivo. Caiu, em termos mensais, mas continua a revelar crescimento em termos homólogos.
Assim, no mês de abril foram financiados 831 milhões de euros para a compra de casa, menos 12,7% do que no mês anterior, mas mais 3,49% do que há um ano.
O crédito habitação continua assim a representar a maior fatia de financiamento das famílias em Portugal.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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