A estimativa não é recente, mas é difícil apurar a real dimensão do desperdício alimentar, ainda que nos foquemos apenas em Portugal. Segundo a última estatística, no nosso país o desperdício alimentar anual chega a um milhão de toneladas, mas a pandemia e o encerramento dos restaurantes veio agudizar este que é um problema à escala mundial.
Primeiro que tudo, é preciso ter noção de que maioria do desperdício está na distribuição e na casa dos consumidores. Por isso, muitos projetos têm surgido no sentido de tentar combater o flagelo e escoar produtos que podem ser consumidos a um preço muito reduzido. Todos ganham!
Tecnologia combate desperdício alimentar
Como não podia deixar de ser, também já existe tecnologia ao serviço da causa, é o caso de aplicações para telemóvel como a To Good to Go ou a Phenix, cujo acesso é gratuito e que permitem comprar, a preços muito reduzidos, excedentes de comida de pastelarias, restaurantes, mercearias e até supermercados. Para isso, tem de selecionar a localização (já existem parceiros em várias cidades do país) e escolher entre os estabelecimentos que aderiram à iniciativa. Mas atenção que todos estipulam uma janela horária para ir levantar o pedido, depois de fazer o pagamento através da app. É só chegar, mostrar, validar e recolher.
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Supermercados acenam com preços baixos
Desde 2016 que existe um supermercado online que vende produtos com desconto até 70%, com mudança ou defeito de embalagem, ou ainda com prazo de consumo preferencial a expirar ou ultrapassado, mas em condições perfeitas de consumo. Porém, não vendem produtos perecíveis ou com data limite de consumo. Pode fazer as compras em GoodAfter.com e depois levantá-las no armazém físico da empresa, no Porto.
Já nas grandes cadeias como Continente, Pingo Doce ou LIDL, encontram-se vários produtos com etiquetas diferenciadas que indicam que o item está perto de passar a validade e por isso têm preço reduzido. É o caso das saladas, iogurtes e outros bens perecíveis.
Finalmente, em alguns hipermercados do grupo Sonae há também caixas zero desperdício que contém 5 kgs de um mix de frutas e legumes que nem sempre têm a melhor imagem, mas que custam 0,50 euros por kg.
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Fruta Feia ajuda produtores e combate desperdício
O projeto Fruta Feia começou em 2013 e trabalha diretamente com produtores para comprar as frutas e legumes da época que estes não conseguem escoar, por não ter o tamanho ou aspecto regulamentar. Depois, são agrupados em cestas de dois tamanhos para vender aos consumidores que estão inscritos na cooperativa. O Cabaz mais pequeno custa 3,60 euros e o maior custa 7,20 euros e são entregues seamanalmente num ponto de entrega. A cooperativa nasceu em Lisboa mas já se espalhou pelo resto do país e neste momento tem lista de espera para aderir.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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