Não é só a indústria que precisa adotar práticas mais amigas do ambiente. Todos nós, individualmente, podemos fazer a diferença.
Dentro de casa, há pequenas mudanças que podemos fazer no dia a dia e que permitem não só poupar dinheiro, como o meio ambiente. A lavagem da roupa, por exemplo, é uma das áreas onde o impacto ambiental tem tendência a passar despercebido. No entanto, esta é uma das grandes responsáveis por elevados desperdícios de água, eletricidade e pela libertação de microplásticos. Por isso, neste artigo, reunimos algumas dicas para lavar a roupa de forma mais sustentável.
A maior parte das dicas são simples e acessíveis, e vão permitir-lhe ser mais consciente no que toca à utilização dos recursos naturais e, a longo prazo, a sua carteira também vai agradecer.
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E o que é lavar a roupa de forma mais sustentável?
“Quando falamos de sustentabilidade, estamos a falar de poupança”
A sustentabilidade está relacionada com a utilização racional dos recursos de forma a garantir a preservação dos mesmos para as gerações futuras. Procura-se causar o menor impacto possível no meio ambiente, ao mesmo tempo que se cria inovação e desenvolvimento tecnológico. Mas como aplicar este princípio à lavagem da roupa?
Há várias questões a ter em conta, começando pelo número de máquinas de roupa que são feitas por semana, com que temperatura e terminando na forma de secagem. Além disso, nem sempre é necessário recorrer ao ferro de engomar. Há roupa que provavelmente não necessita de ferro e, por exemplo, nos casos de peças com poucos vincos, pode ser suficiente pendurá-las num cabide quando for tomar banho. Veja as seguintes dicas e comece a lavar a roupa de forma mais sustentável.
1. Opte por máquinas energeticamente mais eficientes
Se a sua máquina atual funciona na perfeição, não precisa de a trocar. Caso esteja a pensar adquirir uma máquina de lavar roupa, recomenda-se que prefira um modelo com maior eficiência energética, de preferência A a A+++. São equipamentos que requerem um maior investimento inicial, mas, a longo prazo, vão permitir-lhe poupar energia e até água.
Para além da questão dos consumos, é interessante procurar uma máquina com um tambor adequado ao tamanho da sua família. Um tambor maior leva mais roupa, o que significa um menor número de lavagens durante a semana.
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2. Evite usar e colocar logo para lavar
Peças de roupa utilizadas apenas durante algumas horas, em princípio não precisam de ir diretamente para a máquina. É óbvio que isto não se aplica a roupa interior, de desporto ou peças que estejam realmente sujas devido ao trabalho. Ainda assim, calças e casacos, por exemplo, são bons exemplos de artigos que podem ser simplesmente colocados a arejar ao ar livre ou esfregar-se as nódoas diretamente. Se não tiver um estendal ou um varão na rua, pode pendurá-las num cabide à janela.
Lavar a roupa menos vezes vai permitir-lhe poupar em recursos e prolongar a vida dos tecidos, já que as lavagens causam o desgaste dos mesmos. Além disso, existe a questão dos microplásticos que são libertados sempre que lavamos roupa constituída por poliéster, nylon, acrílico e outras fibras sintéticas. Apesar de na maioria das cidades existir tratamento de águas, a verdade é que uma elevada percentagem desses microplásticos acaba no mar, são consumidas por animais que, mais tarde, acabam na nossa mesa de jantar.
3. Separe as peças e adequar o tratamento
Todas as peças de roupa trazem etiquetas onde consta não só o tamanho e a composição, como indicações para cuidado das mesmas. Poucas pessoas seguem estas instruções, mas a verdade é que podem fazer a diferença para prolongar o bom estado das mesmas, evitando que esteja sempre a comprar novas. É também uma dica para lavar a roupa de forma mais sustentável. Começando pelo básico, separe sempre as cores. É importante que o faça para evitar, quer manchar a roupa, quer perder a cor das peças que desbotam.
Ao mesmo tempo, se a roupa não é toda igual, não precisa dos mesmos cuidados. Imagine que apenas tem uma blusa especialmente suja. Em vez de encher a máquina com outras peças e usar um programa a temperaturas elevadas, lave essa peça à mão em separado e coloque as restantes na máquina, num programa mais curto e simples.
Outra situação tem a ver com a pré-lavagem. Há programas que incluem pré-lavagem, mas nem toda a roupa precisa de tantos cuidados. Caso alguma peça tenha uma nódoa mais complicada, siga a técnica utilizada pelas nossas avós: coloque-a de molho ou a corar com sabão azul, umas horas antes de ir para a máquina.
4. Opte por ciclos mais curtos e com água fria
Lavar a roupa com água fria é sinónimo de poupança de energia e, consequentemente, de dinheiro. Utilize apenas água quente em situações excecionais em que realmente é necessário, até porque as elevadas temperaturas têm tendência a encolher a roupa. Da mesma forma, na roupa do dia a dia geralmente é suficiente utilizar ciclos mais curtos ou os programas ECO que muitas máquinas dispõem. Consomem menos energia, desgastam menos o equipamento e são suficientes para deixar a roupa limpa e cheirosa.
Mas atenção, evite fazer máquinas de roupa apenas com duas ou três peças. Para rentabilizar a utilização da mesma, é essencial que encha o tambor. Se, eventualmente, tiver urgência para usar algum artigo, considere lavá-lo à mão e aguardar pelo uso da máquina até a conseguir encher.
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5. Tenha atenção ao detergente
Comprar avulso já não é de antigamente
A escolha do detergente geralmente recai no preço, no cheiro e no tipo de eficácia na remoção de nódoas e odores. Mas em termos de impacto ambiental, lavar a roupa de forma mais sustentável também envolve o tipo de produtos que utilizamos. Idealmente a escolha deveria recair nos produtos compostos apenas por ingredientes biodegradáveis vendidos a granel ou em embalagens mais ecológicas que o plástico. É sempre preferível reduzir a compra de embalagens de plástico, no entanto, se o fizer, procure sempre reciclá-las.
Por outro lado, muitas pessoas têm tendência a abusar na quantidade de detergente utilizado. Se reparar, nas embalagens vem indicação da quantidade a utilizar consoante a dureza da água. Por exemplo, na zona Oeste e na Margem Sul, a água é mais dura o que faz com que seja necessário acrescentar mais detergente e até um anti-calcário. Se não for o caso da zona onde vive, evite abusar no detergente. O excesso pode deixar resíduos na roupa, no próprio equipamento e, por consequência, libertar mais químicos para a água que é deitada fora.
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6. Seque a roupa ao ar livre
Cada vez mais as famílias começam a apostar em máquinas de secar roupa, ou em equipamentos dois em um. São realmente úteis, principalmente no inverno, mas a utilização deste recurso deve ser pontual. Secar a roupa ao ar livre, ao sol e ao vento é a forma mais sustentável de o fazer. Para além da questão de poupança e sustentabilidade, o sol e o arejamento têm ação antibacteriana e desodorizante, livrando a roupa de ácaros, de maus cheiros e ajudando, ainda, a branquear a roupa branca.
Para o inverno, a dica é instalar estendais em locais cobertos para que fiquem abrigadas da chuva mas que ao mesmo tempo sequem ao ar livre. Em alternativa, coloque o estendal junto a uma janela aberta, garantindo que a roupa recebe corrente de ar.
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