Está a pensar fazer uma viagem ao estrangeiro, mas tem receio do peso que isso pode ter no seu orçamento? Conhecer uma cidade ou país novo é um momento que vem sempre carregado de alguma expectativa, mas que tem sempre gastos associados. Assim, é importante que os consiga incorporar de uma forma saudável no seu orçamento.
Entre voos e alojamento, as despesas começam ainda antes de pôr os pés no destino e prolongam-se até à hora do regresso. Ainda assim, é possível poupar. Saiba como desfrutar das suas férias sem comprometer a carteira.
Marcar a viagem: Tempo e flexibilidade
É talvez uma das palavras que mais usamos quando partilhamos dicas de poupança: orçamento. Se o faz para os gastos do dia a dia, também deve fazê-lo para as suas viagens. Caso contrário, arrisca-se a gastar dinheiro que não devia e a tornar aquilo que devia ser um momento de lazer numa futura dor de cabeça.
Assim, se tem alguns destinos debaixo de olho, defina quanto é que pode gastar e perceba quais é que se encaixam nessa janela. Além de ser flexível com os destinos, seja-o também com as datas (isto, claro, se o seu trabalho permitir que tire férias em qualquer altura do ano). Desta forma, pode concentrar-se em encontrar os voos mais baratos.
Para ajudar, pode usar plataformas que ajudam a encontrar as tarifas mais baratas. Mesmo que acabe por comprar as passagens diretamente com a companhia aérea, estas ferramentas ajudam logo a perceber quais são as melhores combinações de horários, escalas (quando necessário) e companhias.
Além disso, não se esqueça de começar a planear com antecedência, numa altura em que os voos são tendencialmente mais baratos. Por fim, pode sempre aderir aos programas de fidelização das companhias aéreas e acumular milhas para poupar nas viagens futuras.
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Alojamento: Hotel ou outro?
Alojamentos há muitos, mas uma forma de fazer uma primeira filtragem é ter em conta o objetivo da viagem. Quer passar o dia a aproveitar a piscina e as comodidades do hotel? Então deve ter isso em conta na hora de reservar. No entanto, se a sua ideia é sair de manhã para conhecer a cidade e só voltar ao final do dia, um hotel com piscina pode não fazer muito sentido.
Mas nem só de hotéis se fazem os alojamentos para férias. Dependendo daquilo que está à procura e do seu estilo de viagem, existem opções como hostels ou estabelecimentos de alojamento local.
No primeiro, vai sempre encontrar camas em dormitório por preços bem mais baixos do que pagaria por um quarto de hotel. Ainda assim, alguns destes estabelecimentos também têm a possibilidade de reservar quartos individuais (com ou sem casa-de-banho privativa). Se está com essa disposição, os hostels são também uma boa forma de conhecer outros viajantes e trocar experiências.
Os alojamentos locais reservam-se através de plataformas como a Airbnb e vão desde uma casa inteira só para si até a um quarto privado na casa do anfitrião.
Na hora de escolher onde vai ficar a dormir, tenha também em conta o número de pessoas do grupo e faça as contas sobre qual a opção que fica mais em conta.
Mais uma vez, defina um orçamento para esta fatia da viagem e use os motores de pesquisa para encontrar os alojamentos que cumprem esse critério. Ainda assim, não deixe de visitar o site do hotel ou hostel. É que pode ficar ainda mais barato do que reservar através de outras plataformas.
Alimentação: Evite os locais turísticos
Uma das coisas que gostamos de fazer quando viajamos é provar os pratos típicos. No entanto, se comer sempre fora, a sua carteira vai acabar por emagrecer mais do que poderia desejar. Por isso, se vai passear durante todo o dia, prepare algumas coisas antes de sair do seu alojamento.
Quando decidir que é hora de ir a um restaurante, evite os locais turísticos, uma vez que os preços são frequentemente mais altos do que noutros sítios. Uma dica é tentar perceber quais os restaurantes preferidos de quem vive na cidade.
Transportes: Viagem individual ou passe?
A não ser que seja mesmo necessário e que não haja outros meios de transporte fiáveis e seguros no destino, evite os táxis e os carros das plataformas eletrónicas (os conhecidos TVDE, em Portugal).
Em muitas cidades existem passes turísticos válidos para um ou mais dias e com os quais pode usar a rede de transportes públicos de forma ilimitada. Mais uma vez, é uma questão de fazer contas: faça uma estimativa sobre quantas vezes pensa usar os transportes públicos para perceber se compensa mais usar um passe ou compras viagens individuais.
Visitas: O que quer mesmo ver?
Para muitas pessoas, a viagem ao estrangeiro começa logo a partir do momento em que estão a planear. Perceber o que há para ver, o que querem mesmo visitar e qual o melhor dia para o fazer. O que não falta na internet são sites com sugestões, mas se o seu orçamento e o tempo não derem para tudo, tem de fazer escolhas.
Faça uma lista daquilo que quer mesmo visitar e tente perceber que descontos existem. Os famosos "city cards" oferecem descontos na entrada de muitas atrações, mas podem não compensar. Isto porque o custo do cartão pode ser superior à soma do valor dos bilhetes individuais. Aliás, muitas vezes estes descontos só são realmente vantajosos se visitar muitas coisas.
Por isso, não se deixe levar pelo impulso de ver um cartão que garante 15% de desconto em dezenas de atrações se o seu objetivo for visitar apenas duas.
Por fim, visite o site do gabinete de turismo local para ver se existem programas gratuitos nos dias da sua viagem.
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Telecomunicações: Do roaming gratuito ao pago
Quando faz uma viagem para outro país da União Europeia (UE), Islândia, Liechtenstein, Noruega e Reino Unido, não tem de pagar taxas adicionais para chamadas, mensagens de texto e dados móveis.
De acordo com as regras comunitárias, estes serviços "são cobrados às taxas nacionais, ou seja, ao mesmo preço que as chamadas, os textos e os serviços dados no país onde habitualmente vive".
No entanto, o mesmo não acontece quando viaja para fora de um destes países. Nesse caso, são aplicados tarifários de roaming, pelo que deve tomar atenção de forma a evitar gastos excessivos. Uma solução é usar a internet apenas quando estiver ligado a uma rede wi-fi e fazer chamadas nas mesmas condições através de aplicações como o Whatsapp. Outra opção é comprar um cartão SIM pré-pago local.
Comissões bancárias: O seu banco pode não ser o mais barato
De acordo com a União Europeia, quando viaja para um país da UE, Zona Euro e Espaço Económico Europeu (Islândia, Liechtenstein e Noruega), o seu banco deve cobrar-lhe taxas e comissões pelo uso dos cartões iguais às que cobra em Portugal.
Se consultar o preçário do seu banco, vai encontrar uma área sobre estas comissões, na qual se distinguem os levantamentos e pagamentos feitos no Espaço Económico Europeu em euros, coroa sueca e leus romenos daqueles feitos no resto do mundo.
É que nos países e moedas não abrangidos pode ser cobrada uma comissão de serviço internacional (valor fixo ou percentual), à qual acresce ainda imposto do selo de 4%. Além disso, pode ainda pagar pelo câmbio de moeda.
Assim, se vai viajar para um destes países, estude a possibilidade de criar conta num banco digital. Geralmente, as contas base não têm qualquer custo e permitem levantar dinheiro e pagar com cartão gratuitamente (embora com limites de operações ou montantes por cada 30 dias). Além disso, prometem conversões mais favoráveis e sem custos (exceto aos fins-de-semana).
No entanto, tenha em conta que há taxas que não consegue evitar. Ao contrário do que acontece em Portugal, há países em que se paga sempre comissão por levantar dinheiro. O que acontece com estes cartões é que vai pagar apenas essa taxa, e não somá-la às do seu banco.
Por isso, limite o número de vezes que levanta dinheiro. Não só vai pagar menos comissões como evita atingir o limite de levantamentos gratuitos dos bancos digitais.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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