Com a evolução do Covid-19 em Portugal, foi decretado o fecho das escolas e universidades, bem como a redução do número de pessoas em espaços públicos, como é o caso dos centros comerciais, restaurantes e até mesmo supermercados. São cada vez mais as mensagens que se fazem sentir e que apelam à consciência cívica dos cidadãos, pedindo que os mesmos fiquem em casa. Uma vez que o isolamento é um mal necessário para que, juntos, consigamos diminuir a propagação do vírus.
É normal que numa situação de isolamento se possa sentir mais ansioso, triste, stressado, com medo e até mesmo confuso.
Para o ajudar a gerir todos estes sentimentos, vamos dar-lhe uma mãozinha (com a devida distância, claro) com algumas dicas e recomendações para enfrentar esta fase com menos ansiedade.
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O que é o isolamento?
Antes de irmos até às dicas de “sobrevivência” ao isolamento, achamos importante relembrar do que se trata efetivamente um, dissipando assim quaisquer dúvidas.
Para evitar que o vírus se propague é necessário existir o isolamento. Para tal, as pessoas devem evitar ao máximo a sua movimentação fora de casa, bem como a interação social, uma vez que podem ter estado em contacto próximo com algum caso confirmado ou que se venha a confirmar de Covid-19.
O Plano Nacional de Preparação e Resposta à doença do novo Coronavírus refere que a duração do isolamento deve ser, de acordo com o conhecimento atual, de 14 dias desde o último contacto com o caso confirmado de Covid-19, podendo variar à medida que se for tendo mais conhecimento sobre o período de incubação e período de contagiosidade do vírus.
De acordo com o documento, o isolamento dos doentes (independentemente da confirmação laboratorial) deverá ser feito no domicílio ou instituição hospitalar. No caso de isolamento dos elementos do agregado familiar, a sua duração pode ser alargada por mais um período de incubação se outro membro do agregado familiar vier a ser um caso confirmado de Covid-19.
Embora esta seja uma situação delicada e complicada, relembramos que estar em isolamento não é estar de férias, não é fazer reuniões com os amigos e família, sejam elas em restaurantes ou em casa. Estar em isolamento é estar em casa, evitar o contacto com os demais, manter a distância social e ter cuidados de higiene redobrados.
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Dicas para sobreviver ao isolamento
Como sabemos que esta não é uma situação fácil e a que estejamos habituados, é normal que gere alguma ansiedade e pânico, o que dificulta todo o processo de isolamento. Nestas situações é importante saber como ocupar o corpo e a mente e, foi a pensar nisso e em quem está em isolamento que, a Ordem dos Psicólogos, emitiu um guia de boas práticas a adotar para ajudar a todos os que se encontra nesta situação a enfrentar o isolamento:
Mantenha-se informado (mas na medida certa)
O tema do Coronavírus está em todo o lado. Sempre que liga a televisão, que chega ao trabalho, que abre as suas redes sociais ou que liga para um amigo. São muitas as informações que correm, mas que nem todas são verídicas. Portanto, recomendamos que procure estar informado sim, mas limite a sua exposição a notícias que possam aumentar a sua ansiedade e preocupação. Não acredite em tudo o que ouve, procure sempre fontes de informação de instituições oficiais (como os sites da DGS e OMS ou SNS24) e consulte-as uma a duas vezes por dia.
Não está sozinho, peça ajuda
Assegure-se que pede ajuda e fala sobre o que precisa para se sentir seguro e confortável – medicamentos, compras, produtos de higiene pessoal ou meios de comunicação.
Não tem nenhum familiar que o possa ajudar por perto? Peça a um vizinho! Contudo, relembramos que, para se sentir seguro, não precisa ter um stock alimentar maior do que o próprio supermercado, ou de mais medicamentos do que a própria farmácia. Procure sempre manter o equilíbrio entre a razão e a emoção.
Mantenha o contacto com familiares e amigos (mas à distância)
Falar com pessoas de quem gosta e em quem confia é uma das melhores formas de reduzir a ansiedade, a solidão ou o aborrecimento durante o período de isolamento. Felizmente, com o avanço tecnológico, já pode estar em contacto com os familiares e amigos de várias formas, sem ser a presencial. Recorra ao telefone, às videochamadas, ao email, às mensagens ou até mesmo às redes sociais. Pense que o isolamento são apenas alguns dias e que, logo, logo, vai conseguir aos poucos voltar com a sua vida à normalidade.
Realize atividades que goste e relaxe
Embora não seja pelas melhores razões, pode aproveitar o tempo de isolamento para fazer algumas das coisas para as quais nunca tem tempo. Escolha aquelas atividades que lhe dão mais prazer. Leia um livro, veja filmes, séries ou os seus programas favoritos, acima de tudo envolva-se em atividades que lhe transmitam tranquilidade.
Mantenha as suas rotinas e atividades habituais, dentro do possível
É normal que uma pandemia como o Coronavírus e, consequentemente, um isolamento, altere muitas das suas rotinas. Contudo, é importante que, aquelas que consegue manter, as mantenha. Levante-se à hora habitual, vista-se e faça as refeições a horas. Se for possível, trabalhe a partir de casa. Planeie os seus dias e faça uma lista com tarefas que gostaria de fazer em cada um deles.
Tentar manter a rotina o mais próximo possível do habitual, vai fazer com que atenue a ansiedade e o medo.
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Faça exercício físico
Se frequenta um ginásio ou alguma atividade física, é normal que tenha de suspender durante este período. Porém, nos dias que correm e com a evolução tecnológica, não precisa sair de casa para exercitar o corpo e a mente. Recorra às aplicações existentes ou aos vídeos de fitness disponíveis no youtube. Nestas plataformas vai conseguir encontrar exercícios para todos os gostos.
Também já existem vários PT's que partilham na sua rede de instagram alguns exercícios que pode fazer em casa diariamente.
Mantenha uma alimentação equilibrada
Embora as corridas aos supermercados resultassem numa escassez de muitas alimentos, o ideal é que mantenha uma alimentação equilibrada, uma vez o stress e a ansiedade leva muitas vezes a um descontrolo alimentar, levando a uma maior ingestão de alimentos ricos em gordura e açúcar.
Tudo aquilo que comemos tem, de facto, influência na forma como nos sentimos. Portanto, uma alimentação equilibrada, com os alimentos certos, poderá o ajudar na regulação hormonal e do sistema nervoso.
E qual a melhor forma de (sobre)viver ao isolamento com crianças?
De facto, quem está a fazer o isolamento com crianças em casa, a tarefa pode tornar-se bem mais complicada, uma vez que tem de gerir as emoções de mais pessoas. Para os mais pequenos esta também não é uma situação confortável. Embora possam revelar nos primeiros momentos algum contentamento por não terem aulas e por poderem ficar em casa, isso pode mudar rapidamente, uma vez que podem ficar ansiosas, com medo e confusas com a alteração das suas rotinas diárias.
É importante colocar em prática algumas recomendações para minimizar o impacto que o isolamento pode ter na vida das crianças.
Explique o que se está a passar e tranquilize-as
Primeiro que tudo é importante que explique, com calma e com amor, o que se está a passar, a importância do isolamento e das práticas de higiene. É conveniente que informação ao qual as crianças têm acesso seja restrita, limitando assim a sua exposição a notícias que as possam perturbam, procurando sempre informá-las com linguagem adequada à sua idade.
Por exemplo, se um familiar e/ou a própria criança tiver que ir para o hospital, é importante que lhe explique de uma forma tranquilizadora, que os médicos vão tratá-lo para que, logo, logo, se comece a sentir melhor.
O importante é que as crianças se sintam seguras e que seja passada a mensagem de que tudo vai ficar bem.
Seja mais tolerante do que o habitual
É normal que, nesta fase, as crianças possam estar mais irritáveis, agitadas, ansiosas, ou até mesmo dependentes, e que as suas reações não sejam as melhores. Contudo é importante que seja compreensivo e paciente perante estes comportamentos, tento resolvê-los o mais rapidamente possível.
Procure ouvi-las e saber quais são os seus sentimentos e receios, dando-lhes doses extra de atenção e carinho.
Procure manter as suas rotinas
Tal como nos adultos, nas crianças também é importante manter as suas rotinas diárias, nomeadamente a hora das refeições, a hora de brincar e a hora de ir dormir. Para facilitar a gestão diária, procure atividades que os mais pequenos possam fazer em casa e que lhes deem prazer.
No caso de crianças em idade escolar, peça ao professor que lhe envie por email informação de estudo, atividades ou trabalhos. Para minimizar o impacto negativo que o Covid-19 está a ter no ensino, a Porto Editora e a LeYa decidiram dar acesso gratuito às suas plataformas de ensino virtual, permitindo assim que o ensino à distância seja facilitado.
Aproveite para fortalecer os laços familiares
Usufrua do tempo que está em casa com os seus filhos para fortalecer os seus laços familiares. Procure fazer mais atividades em conjunto, tais como: jogos de tabuleiros, desenhos, pintura, leitura, ajudá-lo nas matérias escolares pendentes, entre tantas outras coisas.
É normal que possa existir um pouco mais de televisão e outras tecnológicas do que é habitual, mas é fundamental que as crianças não fiquem nessas atividades o dia todo. Aproveite o tempo e as atividades que podem ser feitas entre pais e filhos, e vai tornar tudo mais fácil de gerir.
Acima de tudo e de estas sugestões, é importante que se mantenha confiante em como tudo vai correr bem e na sua capacidade para lidar com situações adversas.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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