Se ficou sem emprego depois dos 40 anos, é normal que esteja preocupado e ansioso por encontrar um novo trabalho. Afinal, uma situação de desemprego afeta as finanças pessoais e pode gerar dificuldades na hora de gerir o orçamento familiar.
O problema é que pode não ser fácil encontrar um novo emprego depois dos 40. Em Portugal, muitas empresas limitam as suas vagas a trabalhadores mais jovens ou dão preferência aos candidatos com menos de 35 anos.
Agora, isto não significa que não vai conseguir um emprego ou abraçar o novo desafio profissional que tinha em mente. Mas, pode encontrar alguns obstáculos no seu caminho. E, para ultrapassá-los com sucesso, deve preparar-se com antecedência e saber como reagir perante as adversidades e as exigências atuais do mercado de trabalho.
Para o ajudar a entrar nesta nova fase da sua vida, reunimos um conjunto de dicas para que se destaque nos processos de recrutamento.
Leia ainda: Entrevista de emprego online: Que cuidados deve ter e como transmitir o seu potencial
8 dicas para encontrar emprego depois dos 40
1 - Para arranjar emprego, atualize os conhecimentos
O mercado de trabalho está, cada vez mais, exigente na hora de contratar. E, por isso, se está à procura de emprego numa área que já tem alguma experiência não se deve acomodar ao nível de conhecimentos que adquiriu. Por vezes, quando estamos durante um longo período a exercer as mesmas funções ou na mesma empresa, estagnamos, pois limitamo-nos a utilizar métodos e estratégias já implementadas.
Ou seja, se ainda está a receber o subsídio de desemprego, esta é uma ótima altura para atualizar os seus conhecimentos. Assim, pode começar por fazer uma pesquisa sobre a sua área profissional. Informe-se sobre novos conceitos, tecnologias, estratégias, etc.
Caso tenha possibilidades financeiras, procure formações ou workshops que possam ser uma mais-valia para o seu currículo.
Também pode ser interessante alargar os seus conhecimentos aprendendo, por exemplo, um novo idioma ou uma competência que o faça evoluir nas suas funções. Afinal, se combinar a sua experiência profissional com competências atrativas para o mercado de trabalho, pode despertar o interesse de vários recrutadores.
2 - Invista em marketing pessoal
Hoje em dia, o marketing pessoal assume um papel muito importante nos processos de recrutamento. Em plena era digital, os gabinetes de recursos humanos estão, cada vez mais, atentos ao marketing pessoal e às redes sociais dos candidatos.
Por isso, é preciso ter alguns cuidados com o seu perfil nas redes sociais, mas também é fundamental que invista algum tempo a desenvolver a sua marca pessoal. Neste aspeto, caso não queira que as suas redes sociais pessoais, como o Facebook, Instagram e Twitter sejam analisadas, o melhor é colocar o seu perfil privado.
Depois, foque-se em desenvolver a sua marca pessoal em redes sociais profissionais, como o Linkedin.
Por exemplo, uma forma simples de melhorar o seu marketing pessoal é começar a criar uma rede de contactos no Linkedin, ao mesmo tempo que partilha e cria conteúdo relevante para outros profissionais. Mas, caso não saiba que tipo de conteúdo criar, opte por abordar temas que domina, tópicos que possam ser discutidos ou deixar algumas dicas úteis para outros profissionais.
Outro ponto que deve ponderar, é a criação de um site pessoal ou blog sobre a sua área profissional. Além de permitirem mostrar as suas competências profissionais, podem ser relevantes na hora de aumentar a sua visibilidade profissional.
Criar conteúdos de forma regular dá trabalho, mas é um investimento que pode compensar no futuro. E, pode até gerar propostas de trabalho.
Leia ainda: O mercado de trabalho e os cuidados a ter com as redes sociais
3 - Atualize o seu currículo e torne-o mais atrativo
Para quem tem uma vasta experiência profissional e já integrou várias empresas, o currículo pode ser um entrave em processos de recrutamento. Se não fizer uma seleção das experiências relevantes, vai acabar por enviar um CV com várias páginas, cheio de informações confusas e irrelevantes para os recrutadores.
E, como o currículo é o primeiro contacto que a empresa tem consigo, é muito importante que invista o seu tempo a melhorá-lo e a torná-lo apelativo. Por isso, em primeiro lugar, deve reflitir sobre as experiências que são relevantes para o cargo a que se está a candidatar.
Atualmente, as empresas procuram currículos bem estruturados, apelativos, com uma linguagem atrativa e que destaquem as experiências e competências relevantes para a vaga a que está a concorrer.
Não se esqueça de colocar um link para o seu perfil de Linkedin, adicionar certificados e diplomas de formações, etc. No final, reveja o seu CV mais de uma vez, para evitar erros ortográficos ou gralhas.
Atenção, caso pretenda destacar o seu currículo dos demais, tente um formato mais criativo do que o tradicional Europass. No entanto, não exagere. Por norma, os designs vencedores apresentam uma mistura de elementos conservadores com pormenores mais modernos.
4 - Estude a empresa antes de se candidatar ao emprego
Em muitas áreas profissionais, acontecem milhares de candidaturas para só vaga. E, com tanta concorrência, pode não ser fácil destacar-se.
Contudo, os pequenos pormenores podem fazer a diferença e torná-lo num candidato que se destaca pela positiva. E, como é que pode despertar a atenção dos recrutadores? Estudando as empresas a que se está a candidatar.
Embora muitos candidatos se foquem nas suas competências, as empresas estão mais interessadas em perceber como é que os candidatos as podem ajudar. Ou seja, se fizer uma pesquisa detalhada sobre cada empresa, vai identificar pormenores que podem ser melhorados. Use a sua experiência a seu favor, e tente mostrar de que forma pode ser uma mais-valia.
Além disso, se conseguir perceber os valores da empresa e o tipo de trabalho que tem feito, pode ser mais fácil realçar algumas das suas competências.
5 - Prepare-se com antecedência para as entrevistas
Nos processos de recrutamento, por norma, existem perguntas padrão que os recrutadores colocam. E, neste ponto, fazer o trabalho de casa pode ajudá-lo a ter um discurso mais estruturado, pragmático e até mais apelativo.
Por exemplo, na maioria das entrevistas são colocadas questões que abordam:
- A sua experiência profissional (realce apenas o que é interessante e relevante para aquela empresa);
- Os motivos que o levaram a sair do emprego anterior;
- Planos para o futuro;
- A sua disponibilidade e nível de compromisso;
- O gosto pelo trabalho em equipa;
- Conquistas passadas ou situações em que o seu trabalho ajudou as empresas;
- O porquê de ser o melhor candidato para a vaga disponível.
- Questões técnicas relativas às suas competências e funções.
Se estiver bem preparado, no dia da entrevista estará, certamente, mais confiante e otimista. O que é muito importante, pois o seu estado de espírito também passa para os recrutadores.
Leia ainda: Nem só de CV vive uma candidatura
6 - Saiba lidar com preconceitos em relação à sua idade e experiência
Em entrevistas ideais, os recrutadores não teriam preconceitos em relação à sua idade ou à sua experiência profissional. Provavelmente até seria um ponto a seu favor. Mas, na verdade, os candidatos mais velhos costumam enfrentar alguns pré-julgamentos ou pressupostos, que nem sempre correspondem à realidade.
Por exemplo, alguns dos preconceitos mais comuns no mercado de trabalho em relação a profissionais acima dos 40 anos são:
- Devido à idade, não vai gostar de trabalhar com equipas jovens ou ter chefes mais novos;
- A sua elevada experiência profissional leva-o a procurar oportunidades melhores e a não se comprometer com a empresa;
- Terá dificuldades em adaptar-se a mudanças;
- O seu nível de energia é menor, logo não será tão produtivo.
Caso identifique este tipo de preconceito, tenha uma resposta preparada e que mostre que esses pressupostos não se aplicam ao seu perfil.
Ou seja, se estiver preparado, vai conseguir transmitir que não tem qualquer problema em adaptar-se a uma equipa mais jovem. Se no passado trabalhou com pessoas mais novas ou teve chefes mais jovens, realce essas experiências.
Já em relação à falta de compromisso, mostre que está comprometido e explique porque quer fazer parte da empresa. Se tiver uma boa capacidade de lidar com a mudança e a produtividade tiver sido sempre o seu forte, não deixe de evidenciar esses aspetos.
7 - Ative as notificações em vários sites de emprego
Para não perder nenhuma oportunidade de emprego, é importante que ative as notificações nos vários sites de emprego que existem. Afinal, hoje em dia pode facilmente selecionar o tipo de emprego que procura, e ser notificado sempre que entra um novo anúncio com as características que selecionou.
Porque é importante estar sempre atento às notificações? Porque algumas empresas limitam o número de candidaturas e outras estabelecem prazos para o envio. Além disso, esta é uma forma de não perder anúncios que se destinam a profissionais seniores ou com uma vasta experiência profissional.
Nota: Alguns dos sites mais conhecidos de emprego dão a opção de ser notificado por email ou até para o seu telemóvel. Escolha a opção mais conveniente para si, de forma a enviar a sua candidatura o mais breve possível.
8 - Mantenha-se otimista e não recue perante a adversidade
Como referimos no início deste artigo, encontrar um emprego depois dos 40 anos pode não ser uma tarefa fácil. No entanto, se desmoralizar perante a adversidade, as probabilidades de conseguir alcançar o seu objetivo diminuem.
Por exemplo, se começar a ficar frustrado com a falta de resposta após entrevistas, é normal que em futuras oportunidades esteja mais nervoso, não seja tão comunicativo ou a sua disposição não seja a mesma. E, caso tal aconteça, os recrutadores podem concluir que não tem o perfil que procuram.
Por isso, tente manter-se otimista e não recue perante as adversidades. Se continuar a insistir e a melhorar o seu desempenho nas candidaturas e entrevistas, é bem provável que alguma empresa veja o seu valor e lhe dê uma oportunidade. Mesmo depois dos 40 anos. Mantenha-se positivo e acredite nas suas capacidades.
Leia ainda: Seguro de desemprego: uma forma de assegurar os seus rendimentos
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
Deixe o seu comentário