A subida dos custos de construção de habitação nova em Portugal desacelerou no mês de fevereiro, acompanhando o ligeiro alívio das pressões inflacionistas observado desde o início do ano.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em fevereiro, os custos de construção aumentaram 9,1% face ao mesmo mês do ano passado, a menor subida deste indicador desde janeiro de 2022 (9,1%). Desde então, o crescimento tem sido sempre superior a dois dígitos, espelhando os fortes aumentos tanto no custo dos materiais como da mão-de-obra.
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Preço dos materiais é o que mais pesa na subida dos custos
Tal como nos últimos meses, foi o preço dos materiais que mais pesou na subida dos custos de construção de casas novas em fevereiro. Segundo o INE, o preço dos materiais aumentou 9,3%, depois do crescimento de 10,2% observado em janeiro.
Ainda que expressiva, esta variação é muito inferior aos acréscimos ocorridos em abril e maio do ano passado, de 22,7% e 19,5%, respetivamente, e que ditaram agravamentos de 15,3% e 13,6% nos custos de construção nesses meses.
Esse foi, aliás, o pico de uma trajetória iniciada em meados de 2021, devido à confluência de uma série de fatores, que contribuíram para a chamada crise dos materiais, que impôs fortes constrangimentos na atividade da construção: numa primeira fase, devido às disrupções provocadas pela pandemia da covid-19 ao nível da oferta e da procura em toda a cadeia produtiva e pela evolução dos preços de certas matérias-primas nos mercados. Exemplos disso são o cobre e o alumínio, muito utilizados na construção, que registaram subidas superiores a 20% nesse ano.
A invasão russa da Ucrânia, em 2022, e a consequente crise energética, agravaram ainda mais o cenário, motivando aumentos ainda mais expressivos no segundo e terceiro trimestres do ano passado.
Segundo as informações publicadas pelo INE, entre os materiais que mais influenciaram a variação deste indicador no mês de fevereiro estão o cimento, com um crescimento homólogo do preço de cerca de 40%, as madeiras e derivados de madeira, com variações superiores a 20%, e o betão pronto, com um crescimento próximo dos 20%.
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Mão-de-obra: Custos desaceleram pela primeira vez em quatro meses
Além do preço dos materiais, também a mão-de-obra tem contribuído para o agravamento dos custos de construção no país. Em fevereiro, o acréscimo foi de 8,8%, inferior à subida de 12,2% registada no primeiro mês do ano. Foi a primeira vez em quatro meses, que o agravamento deste indicador abrandou.
Olhando para a evolução em cadeia – ou seja, face ao mês anterior – os custos de construção de habitações novas em Portugal mantiveram-se inalterados em fevereiro, depois da subida de 1,2% registada em janeiro, e da queda ligeira de 0,1% observada em dezembro. Isto porque o preço dos materiais registou um acréscimo de apenas 0,1%, enquanto o custo da mão-de-obra não sofreu qualquer alteração.
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