O preço médio dos imóveis residenciais em Portugal situou-se nos 2.123 euros, o que corresponde a um aumento de 4,9% face ao final do ano passado, de acordo com os dados da Alfredo.
O Índice de Preços Alfredo reúne informação de vários portais públicos de listagem e sites de agências imobiliárias com dados de transação que são posteriormente trabalhados utilizando algoritmos avançados de Inteligência Artificial, o que permite caracterizar a realidade do mercado imobiliário em Portugal de uma maneira nunca vista. O Doutor Finanças é parceiro da Alfredo no relatório emitido com dados em tempo real.
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Casas demoram menos tempo a serem vendidas
O tempo em que os imóveis demoram a ser vendidos diminuiu um pouco por todo o território nacional.
O Funchal continua a ser o município onde se demora menos a vender um imóvel (110 dias em média, ou cerca de três meses e meio). Do lado oposto está Portalegre, onde o tempo médio é de 198 dias, pouco mais de seis meses.
No final do primeiro trimestre o Funchal já era a capital de distrito onde mais depressa se vendiam os imóveis que eram colocados no mercado, contudo foi preciso mais tempo para concluir a venda (122 dias).
Guarda continua a ser o município mais barato, com o preço médio de um imóvel residencial a custar 415 euros por metro quadrado. Guarda destaca-se também por estar entre as cidades onde os preços das casas mais caíram no último ano (-4,1%). Uma queda maior no preço médio só foi registada em Vila Real (-12,5%).
Setúbal e Ponta Delgada com aumentos de 20%
Setúbal e Ponta Delgada foram as capitais de distrito que registaram os aumentos mais acentuados. Em Setúbal o aumento no espaço de um ano foi de 20,1%, já a capital Açoreana a subida de preços ascendeu a 19,3%.
Apesar destes aumentos expressivos, Lisboa continua a ser o município com o preço médio mais elevado (3.705 euros por metro quadrado), seguido pelo Porto (2.223 euros).
Os dados acima mencionados referem-se à média do mercado residencial, incluindo apartamentos e moradias. Contudo, se analisarmos os dados de forma desagregada as conclusões são ligeiramente diferentes.
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Évora com pouca oferta de apartamentos
No caso dos apartamentos, o maior aumento de preços foi registado em Évora (29%), capital onde a oferta deste tipo de imóvel é a menor em todo o país. Em junho, havia apenas 79 imóveis disponíveis no mercado.
A escassez de oferta no mercado eborense ajuda a explicar o tempo médio em que os apartamentos demoram a ser vendidos. No caso de Évora, este período resume-se a 89 dias (no Funchal o tempo médio é ainda mais baixo: 83 dias).
Olhando para o mercado nacional, o preço médio de venda de um apartamento é de 2.740 euros por metro quadrado, o que corresponde a um aumento de 10,5% este ano.
Se analisarmos o mercado de moradias, o panorama é um pouco diferente: o valor médio de venda é mais baixo (1.115 euros por metro quadrado) e o aumento deste ano resume-se a 5%. Neste segmento, Setúbal destaca-se com os aumentos mais pronunciados de preços (19% no último ano), enquanto Castelo Branco registou a maior quebra (29%).
Vender uma moradia demora no mínimo 133 dias, com Viana do Castelo a ser a capital de distrito onde mais depressa as moradias saem do mercado.
O mercado continua a registar aumentos nos preços das habitações de forma generalizadas, atingindo níveis recorde um pouco por todo o país. Os dados da Alfredo revelam um abrandamento no ritmo de subida de preços. No primeiro trimestre o aumento tinha sido de 3,5% face ao trimestre anterior e neste segundo trimestre do ano, o crescimento foi de 1,38%.
Esta evolução dos preços no mercado residencial surge numa altura em que as taxas de juro estão a subir, o que tem impacto direto para quem quer comprar casa com recurso ao crédito.
"Nos Estados Unidos, a taxa de juro fixa a 30 anos para empréstimos imobiliários publicada pela Freddie Mac sofreu um aumento significativo desde o início do ano, alcançando o valor mais alto desde 2008. Os empréstimos em Portugal regem-se pela Euribor e, embora esta esteja com uma tendência de subida, não teve o mesmo aumento da americana. É expectável que o mercado imobiliário português reaja se a Euribor mantiver uma tendência de subida, o que não é garantido e não implica uma descida de preços", realça Gonçalo Abreu, co-fundador da Alfredo.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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