O custo do arrendamento em Portugal registou uma subida significativo no final do ano passando, acompanhando o aumento generalizado dos preços no país. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a renda mediana atingiu 6,91 €/m2 nos últimos três meses de 2022, o que representa um crescimento de 10,6% face ao mesmo período do ano anterior.
Esta variação homóloga, que é a mais acentuada desde o segundo trimestre de 2021 (11,5%), segue-se ao aumento de 7,7% que já havia sido registado no período entre julho e setembro. Relativamente aos três meses anteriores, o acréscimo foi de 5,3%.
Ao mesmo tempo que os preços subiram, o número de novos contratos de arrendamento desceu. No período em análise, entre outubro e dezembro do ano passado, foram realizados no país 22.628 novos contratos de arrendamento, menos 3,3% face aos últimos três meses de 2021 (23.394). Já se compararmos com os três meses anteriores (julho a setembro), a queda foi ainda mais expressiva, de 6,5%.
Como tem sido habitual, praticamente metade (49,7%) dos novos contratos de arrendamento foram realizados nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, que registaram um aumento de preços de 2,5% e 4,2%, respetivamente. Assim, em Lisboa, o custo subiu para 10,38 €/m2, e no Porto para 7,62 €/m2, tendo estas regiões preços acima do valor nacional, juntamente com o Algarve (8,06 €/m2) e Região Autónoma da Madeira (7,54 €/m2).
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Preços sobem em todos os municípios com mais de 100 mil habitantes
Os dados do INE mostram que, no quarto trimestre, a renda mediana por m2 de novos contratos de arrendamento aumentou nos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes. Destes, destacaram-se com crescimentos homólogos superiores a 20%, três municípios da Área Metropolitana de Lisboa: Oeiras (+23,9%), Lisboa (+22,4%) e Cascais (+21%).
No que respeita ao número de novos contratos de arrendamento, evidenciaram-se os municípios de Setúbal e Funchal, com os crescimentos mais elevados (7,1% e 19,8%, respetivamente), enquanto Odivelas (-11,9%), Gondomar (-10,8%), Loures (-9,3%) e Leiria (-7,7%) foram os municípios onde o número de novos arrendamentos mais caiu.
Tal como em trimestres anteriores, todos os municípios com mais de 100 mil habitantes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, com exceção de Santa Maria da Feira (5,08 €/m2 ) e Gondomar (6,62 €/m2 ), registaram rendas medianas superiores à nacional. Também no Funchal, os preços superaram esse patamar, tendo registado um aumento de 12,8% para 8,93 €/m2.
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Rendas em Lisboa são quase o dobro da mediana nacional
Olhando para o segundo semestre do ano passado, é possível verificar que 37 municípios apresentaram rendas acima do valor nacional que, nesse período, foi de (6,52 €/m2). Entre eles, Lisboa foi o que apresentou o custo mais alto (12,88 €/m2), seguido por Cascais (12,58 €/m2), Oeiras (11,36 €/m2), Porto (9,98 €/m2), Almada (9,49 €/m2), Amadora (9,48 €/m2), Matosinhos (9,03 €/m2), Odivelas (9,00 €/m2), Lagos (8,66 €/m2), Loures (8,54 €/m2), Funchal (8,43 €/m2), Loulé (8,33 €/m2), Albufeira (8,22 €/m2), Seixal (8,07 €/m2), Sintra (8,06 €/m2) e Tavira (8,04 €/m2).
A par dos preços mais elevados, Lisboa foi também o município com maior número de contratos de arrendamento do país. Nos últimos 12 meses, foram realizados 9.956 novos contratos na capital portuguesa, uma subida de 4,3% face ao período homólogo.
Em 10 das 24 freguesias de Lisboa, os preços superaram mesmo os 13€/m2 no período entre julho e dezembro do ano passado: Santo António (16,34 €/m2), Santa Maria Maior (15,13 €/m2), Parque das Nações (15,03 €/m2), Campo de Ourique (14,62 €/m2), Misericórdia (14,47 €/m2), Estrela (14,45 €/m2), Avenidas Novas (13,89 €/m2), Campolide (13,83 €/m2), São Vicente (13,49 €/m2) e Ajuda (13,05 €/m2). Por outro lado, Santa Clara (9,56 €/m2) e Lumiar (11,39 €/m2 ) apresentaram os valores mais baixos.
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