Passe Ferroviário Verde de 20 euros: Como vai funcionar?

O Governo aprovou na sexta-feira, 4 de outubro, um pacote de 13 medidas na área da mobilidade que inclui a criação do passe Ferroviário Verde, com um custo de 20 euros mensais. Este passe pode ser utilizado nos comboios Intercidades (na segunda classe), tendo de haver uma reserva obrigatória de lugar com a antecedência máxima de 24 horas.

Este passe abrange comboios Regionais, InterRegionais (na segunda classe), urbanos de Coimbra e alguns percursos dos urbanos de Lisboa e Porto.

Para saber como vai funcionar o passe Ferroviário Verde, que entra em vigor dia 21 de outubro, de seguida explicamos os pontos principais.

Leia ainda: Guia de poupança por áreas: Como poupar nos seus encargos essenciais

Como funciona o passe Ferroviário Verde no Intercidades?

O passe Ferroviário Verde é válido no serviço Intercidades, em segunda classe, mas os utilizadores têm de fazer a reserva antecipada de lugar no máximo de 24 horas. Numa primeira fase, pode fazer a reserva nas bilheteiras da CP e nas novas Máquinas de Venda Automática instaladas nas estações da área Metropolitana de Lisboa.

Posteriormente, será possível efetuar as reservas para o Intercidades na bilheteira online e na App CP. Contudo, só é permitido reservar um lugar sem custos, até ao limite máximo de duas viagens distintas por dia.

Para ter acesso a este serviço, precisa de carregar o passe no Cartão CP. De acordo com o site da transportadora Comboios de Portugal, este cartão tem um custo de seis euros, três euros para estudantes e de 12 euros, caso pretenda a emissão urgente. A este montante, soma-se o valor do passe Ferroviário Verde, se for o único serviço que vai utilizar. O passe para a utilização de 30 dias consecutivos tem um custo de 20 euros. No entanto, também pode adquirir a modalidade para 60 dias (custa 40 euros) ou para 90 dias (de 60 euros).

Se já possuir o Cartão CP, pode utilizá-lo para o carregamento do Passe Ferroviário Verde. Contudo, deve certificar-se de que o mesmo se encontra dentro da validade. Este é um ponto importante para evitar o pagamento de multas. Quando não tem o passe válido, carregado, ou fez o carregamento, mas esqueceu-se de proceder à reserva obrigatória, é considerado um cliente sem título de transporte. Logo, fica sujeito à aplicação de coima.

É ou não possível utilizar este passe para os comboios urbanos?

A utilização do passe Ferroviário Verde nos comboios urbanos pode levantar algumas dúvidas. Afinal, este permite andar em todos os comboios urbanos de Coimbra. Contudo, a circulação nos urbanos de Lisboa e Porto só é válida fora das respetivas áreas metropolitanas.

Ou seja, se adquirir o passe mensal de 20 euros, além dos comboios Intercidades, pode circular nos urbanos de Coimbra e nos seguintes percursos dos urbanos de Lisboa e Porto:

• Lisboa: percurso Carregado - Azambuja
• Porto: percursos "Vila das Aves - Guimarães, Paredes - Marco de Canaveses, Paramos - Aveiro e Lousado - Braga".

Esta limitação deve-se ao facto de os serviços urbanos de Lisboa e do Porto estarem incluídos nos passes multimodais "Navegante" e "Andante", que custam 40 euros nas versões metropolitanas. Estes passes abrangem as áreas metropolitanas das duas maiores cidades do país. Uma das principais vantagens destes passes é que possibilitam a utilização de vários meios de transporte, como:

• Autocarros da Carris Metropolitana e Unir;
• Metros de Lisboa e do Porto;
• E até de barcos, no caso da capital.

Leia ainda: Estas são as aplicações de mobilidade que deve ter 

Quais os serviços que estão excluídos do Passe Ferroviário Verde?

De fora do passe Ferroviário Verde ficam os serviços Alfa Pendular e Internacional Celta. Também fica vedada a possibilidade de circular na primeira classe dos serviços Intercidades e InterRegional. Além disso, como referido, este passe também é inválido nos comboios urbanos de Lisboa e Porto dentro das áreas metropolitanas.

Posso trocar este passe após a sua compra?

Não. Este passe não pode ser trocado nem reembolsado. Se existirem casos de supressão de comboios ou quiser pedir um reembolso, ou indemnização por um atraso, por motivos imputáveis à CP, deve ler as condições publicadas no site da companhia.

Leia ainda: Greve nos transportes públicos: Que direitos e deveres tem o utente?