Vida e família

Na noite passada, milhares de pessoas dormiram na rua

Até 30 de junho, pode ajudar a mudar esta realidade — ou outras — sem qualquer custo para si.

Até 30 de junho, pode ajudar a mudar esta realidade — ou outras — sem qualquer custo para si.

Já está a decorrer o período de consignação do IRS relativo aos rendimentos de 2024. Até 30 de junho, os contribuintes podem escolher consignar 1% do seu IRS, sem qualquer custo: o Estado abdica desse 1% e transfere o valor, já liquidado, para uma entidade beneficiária à sua escolha.

Cada contribuinte tem o poder de escolher a causa com que mais se identifica e, com isso, mudar significativamente o rumo de uma vida — ou de várias.

Para a Associação CRESCER, estes pequenos gestos somados representam mais recursos para chegarmos a mais pessoas em situação de grande vulnerabilidade, nomeadamente pessoas em situação de sem-abrigo, através de acesso a habitação, emprego e acompanhamento psicossocial.

"É UMA CASA | Housing First"

Desde 2013, a CRESCER implementa em Lisboa o modelo Housing First, através do projeto "É UMA CASA | Lisboa Housing First". Mais recentemente, no último ano, iniciámos os projetos "É UMA CASA | Almada Housing FirSt" e o "É UMA CASA | Loures Housing First".

O Housing First, criado nos Estados Unidos em 1992, destinado a pessoas em situação de sem abrigo crónica, destaca-se por garantir o acesso imediato a uma habitação individual com suporte técnico especializado, sem pré-requisitos.

Existem dois princípios fundamentais neste modelo:

  • Realização de, no mínimo, 6 visitas mensais por uma equipa técnica (composta por psicólogos e assistentes sociais);
  • Contribuição de 30% dos rendimentos do beneficiário (quando existam) para o projeto.

Este projeto, desenvolvido em parceria com os Municípios de Lisboa, Almada e Loures e o Instituto da Segurança Social, iniciou-se em 2013 com um projeto-piloto de 7 casas e conta atualmente com 152, distribuídas por toda a Grande Lisboa.

90% dos mais de 170 beneficiários que acompanhámos no âmbito do projeto não voltaram à situação de sem-abrigo, reforçando a nossa convicção de que é mesmo possível erradicar as situações de sem-abrigo.

Testemunhos: O impacto real

Partilhamos o testemunho de três beneficiários do projeto, que demonstram a importância de terem acesso a uma habitação:

Para a C., que esteve 10 anos em situação de sem-abrigo, o impacto de ter agora uma casa:

"O melhor é ter privacidade, é ter dignidade... é abrir o frigorífico, comer o que eu quero, cozinhar o que eu quero, e tomar banho quando eu quero e me apetece. Pegar numa vassoura, varrer o chão. Pegar numa esfregona, lavar. Dormir quando eu quero; dormir onde eu quero: na sala, na cama. (...) Fazer o que eu quero: dançar, brincar, ter liberdade. Ser livre.

Pode ouvir aqui o áudio com o seu testemunho.

Para o B., que esteve 26 anos em situação de sem-abrigo:

"(...) ao arranjar uma casa fiquei com mais responsabilidade para tratar da casa. Ajudou-me bastante com os consumos. (...) também me ajudou muito com a higiene.

(...)  "ter uma casa minha é ter mais liberdade, mais autonomia, a gente fazer aquilo que quer à hora que quer, respeitando sempre os vizinhos."

A Luísa, que esteve 15 anos a viver na rua, pela lente do jornalista Bernardo Mendonça do Expresso:

"Esta casa fez com que voltasse a sentir-me novamente um ser humano. Comecei a ter outra vez uma visão da vida que não tinha. Mesmo sem estar dependente de drogas como a heroína, estava demasiado vulnerável, insegura. Achava que a vida já tinha terminado para mim.

O cancro entrou em remissão e a CRESCER deu-me as almofadas todas para não voltar a bater no chão. Para não descambar. Agora trabalho no catering, preparo coffee breaks, cocktails, jantares, almoços. Adoro servir as pessoas."

O impacto mede-se em números, mas sobretudo em vidas.

Ao consignar 1% do seu IRS está a fazer parte desta mudança.

A valorização do ser humano

Um dos pilares da nossa intervenção é a valorização das capacidades de cada indivíduo.

Foi sob esta perspetiva que demos início a um projeto que promove a formação e a inclusão laboral de pessoas que estiveram em situação de sem-abrigo, no sector da restauração. Acreditamos que a inclusão laboral é um elemento fundamental na reconstrução da autonomia e na ruptura de ciclos de exclusão. O nosso programa de formação, em parceria com a Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa e do IEFP, já integrou mais de 350 pessoas.

Abrimos o nosso primeiro restaurante em 2019 (que se chama É UM RESTAURANTE), e que funciona como trampolim para o mercado de trabalho. Atualmente, gerimos cinco restaurantes, todos eles com a consultoria do Chef Nuno Bergonse, e dois deles em ambiente corporativo.

Consignar 1% é simples e faz toda a diferença

Na CRESCER estamos comprometidos com o caminho da sustentabilidade financeira, sem nunca perder de vista a missão que nos move: a inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Contamos com financiadores, parceiros privados, e doadores que têm sido fundamentais nesta jornada. Se quiser ser parte ativa deste caminho, até 30 de junho, considere consignar 1% do seu IRS à CRESCER. Como? É muito simples: aceda ao Portal das Finanças e, na opção "Entregar IRS", preencha o Modelo 3 (rosto), quadro 11, campo 1101 com o NIF: 505483599 - CRESCER na Maior - Associação de Intervenção Comunitária.

Ajude-nos a dar uma vida a quem a passa na rua!

Fundada em 2001, a Associação CRESCER intervém junto de pessoas em situação de extrema vulnerabilidade — pessoas em situação de sem-abrigo, consumidores de substâncias psicoativas, requerentes de asilo, refugiados e migrantes — com o objetivo de promover a sua inclusão. Acompanhamos anualmente mais de 2.500 pessoas. Somos atualmente 110 colaboradores, em que 25% dos nossos colegas, são pessoas que vieram de uma situação de vulnerabilidade. Ao longo de mais de duas décadas, temos desenvolvido projetos baseados na filosofia da redução de riscos e em abordagens centradas na pessoa. Valorizamos metodologias que promovam mudanças reais e sustentadas, com foco na dignidade, inclusão e nas necessidades individuais.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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