As repercussões da pandemia estão agora a fazer-se sentir nas várias indústrias, pelo que, neste Natal, pode deparar-se com algumas dificuldades nas suas compras. Não só de presentes, mas também de preparação para a ceia com os bens alimentares.
A falta de chips é um fenómeno que está a atingir o mundo, principalmente nas indústrias automóvel e tecnológica. Por isso, se quiser comprar prendas de Natal nestas áreas, prepare-se e antecipe-se: não vai ser fácil. As cadeias de distribuição estão igualmente em crise, o que está a levar à escassez de matérias-primas. Consequentemente, na indústria alimentar, pode conseguir comprar o bacalhau para a ceia, mas saiba que o preço está mais elevado do que numa época normal.
Fique a saber neste artigo quais as indústrias em dificuldade e os problemas com que se pode deparar em cada uma destas compras de Natal.
Falta de chips provoca escassez de equipamentos eletrónicos
A crise de chips que se tem observado a nível mundial há alguns meses, e que está a afetar, principalmente, a indústria automóvel, começa agora a fazer-se sentir em força na indústria tecnológica. Consequência da pandemia, esta crise tem agora levado à falta de portáteis, que estão com uma espera de cerca de cinco meses, o que tem trazido ainda um aumento de preços.
Este é um problema que advém da escassez de semicondutores e que chega agora então aos vários equipamentos eletrónicos. Além da falta de portáteis, também a produção de telemóveis e outros equipamentos tem estado em atraso.
Para ter uma noção do impacto da falta de chips: a venda de computadores portáteis na HP diminui em 11,3%. Na Microsoft as vendas entre abril e junho baixaram 20%. E, segundo Tim Cook, CEO da Apple, numa conferência com analistas, o iPhone e o iPad também se têm vendido menos neste segundo semestre e pode manter-se assim até 2022.
Como comprar presentes de Natal na indústria tecnológica?
Neste sentido, se pretende comprar um presente da indústria tecnológica para alguém, prepare-se para o seguinte cenário: pode não encontrar aquilo que quer, pode ter de fazer uma encomenda – daí ser importante que se antecipe, pois pode até conseguir a tempo do Natal se comprar já –, ou pode encontrar o que quer de imediato, mas a um preço mais elevado.
Por exemplo, a Playstation 5 é um produto que se encontra esgotado em Portugal e do qual não há perspetivas de regresso ao stock devido a esta crise. Um exemplo de uma prenda que poderia oferecer neste Natal a alguém da família, e que, muito provavelmente, não irá conseguir (pelo menos em primeira-mão).
Isto porque, se a prenda que pretende oferecer se encontrar esgotada ou com muito tempo de espera de encomenda, pode procurar comprar em segunda-mão. Mas, novamente, prepare-se: pois, uma vez que são produtos esgotados e bastante procurados, a probabilidade de o preço ser muito mais elevado para comprar em segunda-mão é maior.
Crise nas cadeias de distribuição pode afetar os presentes de Natal
Também consequência da crise pós-pandemia da qual agora tentamos recuperar, é a falta de contentores de distribuição que foram reorientados para os Estados Unidos. Isto leva a que exista, atualmente, em Portugal (e não só) uma escassez de contentores e um consequente disparar de preços pelo aluguer desses contentores.
Este pode ser um problema nas suas compras de Natal, pois leva a que existam constrangimentos em fazer chegar as matérias-primas às fábricas. Uma vez que muitos brinquedos e componentes são fabricados na China, não será tão fácil fazer corresponder o normal fluxo desta indústria por esta altura.
O problema não está previsto ser grave: somente se houver demasiada procura, poderá não chegar para todos. Porém, os retalhistas portugueses garantem estar preparados para a procura.
Assim, não é necessário correr para comprar estes presentes de Natal. Mas pode fazer sentido não deixar para a última e antecipar-se, caso a possibilidade de escassez venha a acontecer.
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Indústria alimentar: uma crise leva à outra
A crise na distribuição com o aumento de preço nos alugueres de transportes, os atrasos na produção, a falta de recursos humanos, a demora nas entregas, a juntar aos fenómenos naturais, greve de trabalhadores na Argentina e a estratégia comercial adotada pela China consequente da pandemia, é o bolo que tem levado à destabilização dos vários setores no mercado mundialmente.
E porque uma crise leva à outra, tudo isto tem tido impacto nos preços não só das matérias-primas, bem como dos alimentos. Esta pode então ser uma dificuldade que vai encontrar nas suas compras também para a ceia e dia de Natal. Mas como?
Como podem estas crises afetar a minha ceia de Natal?
Como consequência destas várias crises conjuntas, os preços na alimentação têm vindo a subir. Atualmente, alguns produtos já estão mais caros, mas vai ser gradual. Nos próximos meses poderemos ver os preços da massa, arroz, pão, carne, ovos ou fruta a subir também.
Isto poderá afetar a sua ceia de Natal, na medida em que o bacalhau foi um dos alimentos que já subiu de preço, cerca de 15% nos últimos três meses. Por ser matéria-prima importada e pescada noutro lado do mundo, a dificuldade acrescida em trazer para cá este alimento resultou no aumento de preço.
Escassez de dióxido de carbono está a atrasar produção de carne na Europa
Além disso, se costuma comprar carne para a sua ceia ou dia de Natal, poderá ainda deparar-se com uma menor quantidade deste alimento. É um problema resultante da falta de dióxido de carbono na União Europeia, que advém do fecho de duas fábricas de fertilizantes no Reino Unido. A suspensão da produção destas fábricas dá-se devido ao aumento do preço do gás e consequente aumento dos preços da eletricidade na Europa.
O dióxido de carbono é utilizado no abate dos animais e também no prolongamento da validade, não só de carne, como de saladas, refrigerantes e cervejas. Pelo que a escassez do mesmo leva igualmente a um atraso na produção destes alimentos, particularmente de carne, na União Europeia.
No geral, é então importante que não deixe as suas compras de preparação deste Natal (presentes e ceia), para o último momento. Devido à escassez de alguns alimentos com que se pode deparar, deve antecipar-se e comprar assim que encontrar aquilo quer, mesmo que implique ter de congelar até à data. Depois, prepare-se também para encontrar preços mais elevados em muitos produtos.
Desta forma, não é apanhado de surpresa e pode conseguir garantir que os presentes, ceia e dia de Natal deste ano não sejam muito diferentes do habitual (mesmo que o mundo esteja).
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Excelente artigo. Abrangente mas conciso. Parabéns!
Olá, Jorge.
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