O fenómeno do cohousing ou habitação multifamiliar é recente em Portugal, mas está a conquistar algumas pessoas pela sua diferenciação em termos habitacionais, ligadas a um forte sentido comunitário.
Apesar deste conceito estar ainda muito ligado a uma população mais envelhecida, este modelo do parque habitacional, com origem escandinava, pode ser uma das respostas e alternativas, à gestão do mercado imobiliário presente sobretudo no centro das grandes cidades.
O que é o cohousing?
Esta nova forma de habitabilidade consiste numa forma de habitação cooperativa, onde o espírito de partilha é elevado a outro nível, replicando os conceitos de repúblicas estudantis mas aplicadas aos mais velhos.
Na prática, o cohousing pode acolher estúdios ou apartamentos que podem dividir os espaços comuns entre si, permitindo que os seus residentes continuem a desfrutar de um estilo de vida independente mas onde a solidão deixa de ter lugar passando os inquilinos a ter um espaço de convivência e uma plataforma de colaboração diária.
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Onde tudo começou
O conceito de cohousing surgiu na década de 70 na Dinamarca e alargou-se a todo mundo, abrangendo miúdos e graúdos.
Os mais jovens gostam da partilha de vida e de experiências, diminuindo as despesas no início da vida ativa. Já os mais idosos podem ter companhia de outros, o que efetivamente combate o isolamento que muitas vezes ocorre nesta idade para quem mora em meios urbanos.
Os imóveis destinados ao cohousing, que podem ser aproveitamento de edifícios existentes ou construídos de raiz, abrangem um mínimo de 15 e um máximo de 50 fogos por comunidade, adequadas a cada edifício ou propriedade.
Para ser considerado cohousing ou habitação multifamiliar, os espaços devem ter uma ligação comum, que tanto pode ser uma sala, um páteo ou uma sala de convívio.
Em cada um dos fogos, há espaços privados, coletivos ou cooperativos. Pode também haver modalidades de arrendamento colaborativo ou cooperativo.
A cooperação é algo que faz parte do ADN do cohousing. Exemplo disso, é o facto de todos os residentes de um espaço em cohousing poderem participar no planeamento de um determinado projeto de âmbito residencial, sendo que depois todos ficam com a responsabilidade de contribuir para a preservação e diligenciar os mecanismos necessários para a sua manutenção.
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Exemplos nacionais
Em Portugal, o conceito de cohousing está a dar os seus primeiros passos, sendo que a Santa Casa da Misericórdia do Porto por exemplo, está já a reabilitar alguns edifícios com destino a criar estas habitações multifamiliares.
Apesar de tudo, existe ainda um enquadramento legal a definir para este novo modelo que vai alterar o parque imobiliário nas grandes cidades, mesmo sabendo que o cohousing contribui para uma renovação e alargamento da oferta de habitação e uma regeneração sustentável na parte ambiental.
Esteja atento à abertura de novos espaços de cohousing em Portugal, pois pode ser uma boa alternativa para arranjar habitação a um preço acessível, beneficiando da cooperação e companhia de outras pessoas.
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