Se tem intenções de comprar a primeira casa, seja sozinho ou com alguém, saiba que não é um processo fácil. Especialmente para jovens que ainda estão em início de carreira ou numa situação profissional precária. Na hora de escolher uma habitação, geralmente deve ter em consideração o dinheiro que está disposto ou pode gastar, o que realmente pretende na sua primeira casa (tamanho, localização, entre outros fatores) e a necessidade de crédito. Por isso, tenha presente alguns desafios que irá ter pela frente neste processo e saiba como ultrapassá-los.
Muitos compradores para a mesma casa
Geralmente, se a casa que viu e tanto deseja estiver a um preço justo, então é bastante provável que esta receba várias propostas. Nesse caso, o proprietário irá optar certamente pela proposta mais alta ou aquela que lhe ofereça mais garantias de que o negócio se concretiza. Por isso, se acha que o valor pedido pela casa é justo, considere fazer uma proposta ligeiramente mais alta para tentar garantir a casa. Caso contrário, existe o risco de o negócio não se concretizar, caso apareça outro comprador que opte por fazer uma proposta ligeiramente melhor.
No entanto, tenha sempre em consideração o valor que está disposto a pagar. Se essa proposta ultrapassa o limite que lhe garante estabilidade financeira, então opte por deixá-la cair. Antes de um negócio, a sua segurança vem primeiro.
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Juntar dinheiro para a entrada da casa
Um dos maiores desafios a enfrentar por quem pretende comprar casa pela primeira vez, é ter dinheiro suficiente para a entrada da casa. De acordo com um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian, citado pelo Diário de Notícias, apenas 24% dos jovens abaixo dos 30 anos têm casa própria. Além das dificuldades associadas com rendimentos instáveis e um maior peso das despesas com a habitação, surge também a dificuldade de poupar dinheiro. Por exemplo, para uma casa cujo valor se situe nos 150.000 euros, seria necessário uma entrada de, pelo menos, 15.000 euros (10% do valor total). Para poupar esse dinheiro, tendo em conta a média salarial em Portugal, torna-se bastante difícil sem outras fontes de rendimento ou ajudas de familiares.
De acordo com um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), para comprar uma casa com 100 m2 sem recurso a crédito, os portugueses necessitam de trabalhar cerca de 11 anos, segundo o DN. Isto, sem gastar um único cêntimo nesse período. Por isso, para conseguir encurtar este tempo, existem várias possibilidades como: procurar criar outras fontes de rendimento, mudar para um emprego melhor ou pedir um aumento salarial, vender coisas que já não utiliza, criar um orçamento e reduzir as suas despesas supérfluas, entre outras ideias.
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Encontrar uma casa adequada às suas necessidades
Devido aos preços das casas por todo o país, comprar casa pela primeira vez pode tornar-se um grande desafio, especialmente para encontrar algo adequado às necessidades de cada comprador. Escolher um apartamento em vez de uma moradia e optar por localizações menos centrais podem fazer a diferença.
Outra questão a ter em conta deve-se ao facto de a área de um apartamento. Quanto menor for a dimensão da casa mais reduzidos serão os custos com a sua manutenção.
Avalie as suas necessidades e as suas possibilidades. Será a sua primeira casa e não tem necessariamente de ser a casa de sonho onde irá viver toda a vida, por isso, adeque sempre a sua capacidade financeira às suas necessidades.
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Obter o crédito mais vantajoso para si
Antes de se comprometer com uma entidade credora, analise com tempo as melhores opções no mercado. O seu banco atual pode não ser aquele que lhe oferece melhores condições. Tendo em conta que um crédito à habitação se trata de um compromisso de longo prazo, não existe razão para acelerar este processo e ser imprudente, sem antes analisar e negociar certas despesas que lhe podem custar uma fortuna ao longo de vários anos.
Por vezes, o desejo de ter a primeira casa pode "cegar" alguns compradores, pois querem fechar negócio rapidamente e acabam por optar por soluções de crédito que não lhes favorecem. Por isso, antes de começar a pesquisar casas, defina um limite máximo de financiamento e analise as opções que tem no mercado. Assim, consegue prevenir duas situações: não se deixar "encantar" por casas que não consegue pagar e não optar por um mau negócio com o banco.
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Baixos rendimentos no início de carreira
Na última década, os salários dos jovens licenciados portugueses sofreram uma queda salarial de 17% , o que leva a que seja cada vez mais difícil comprar casa. Além disso, a estabilidade dos empregos é um fator determinante para que as entidades financeiras entendam se devem ou não conceder um crédito habitação. Por isso, torna-se importante demonstrar que consegue ter rendimentos estáveis, de modo a que a entidade financeira saiba que é capaz de honrar os pagamentos todos os meses. Assim, a probabilidade de ver o seu crédito aprovado será tanto maior, quanto mais estável for o seu emprego. Da mesma forma, será mais difícil, embora não necessariamente impossível, obter um crédito à habitação se estiver a trabalhar para a sua entidade patronal há menos de um ano, ou a termo certo.
A juntar a isto, especialmente no início de carreira, não é fácil ter rendimentos suficientemente altos para que o banco conceda um crédito à habitação, sem a necessidade de um fiador, o que nos leva ao ponto seguinte.
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Possível necessidade de recorrer a um fiador
No caso de o banco entender que há um risco considerável de incumprimento por parte do cliente, geralmente, é exigido um fiador como garantia. Este risco pode estar relacionado com uma taxa de esforço alta, rendimentos baixos, mau histórico de crédito, entre outras situações. Assim, esta costuma ser uma das soluções para muitos casais, quando não têm outra alternativa para comprar uma habitação. No entanto, estas decisões não devem ser tomadas de ânimo leve, visto que contêm vários riscos, nomeadamente para o fiador.
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Ajustar o estilo de vida
Por último, mas não menos importante, muito provavelmente após a compra da primeira casa, terá de ajustar o seu estilo de vida. Assim, depois de decidir que pretende comprar a sua primeira casa, deve ter em conta que existem custos consideráveis que, até agora (provavelmente), não existiam para si. Desde os custos relacionados com eletricidade, internet, água, condomínio (caso se aplique) até à própria prestação da casa, irão ter um peso relevante no final de cada mês.
Por essa razão, esta etapa da vida exige dedicação e que respeite o seu orçamento. Avalie sempre onde está a gastar o seu dinheiro e como eliminar algumas despesas desnecessárias. Por exemplo, subscrições de serviços que não utiliza, compras impulsivas, etc. devem ser ponderadas. Assim, consegue usufruir do prazer de ter a sua primeira casa, mas sem comprometer a sua saúde financeira.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
Boa tarde! Gostaria de saber como financio uma casa ou apartamento em Portugal, tendo nacionalidade portuguesa e morando em Londres . Obrigada, Andrea
Olá, Andrea.
Caso pretenda, sugiro que inicie um processo no Doutor Finanças no sentido de conhecer essa mesma possibilidade.
Pata tal, deverá preencher o formulário de crédito habitação.
Este processo não envolve qualquer custo ou compromisso.
Em caso de dúvida, não hesite em perguntar.