Vacinar ou não vacinar, eis a questão. Esta é uma pergunta comum entre os pais. Independentemente das vacinas terem prós e contras, as vacinas são uma medida preventiva e de primeira linha no combate a doenças infectocontagiosas com o sarampo, a tosse convulsa ou o tétano.
O que é o Programa Nacional de Vacinação?
O Programa Nacional de Vacinação (PNV) nasceu em 1965, é gratuito e de acesso a todos os residentes no país. Deste plano faz parte um conjunto de vacinas para um conjunto de doenças, e é atualizado o longo do tempo em função da evolução das populações, clima e também doenças, sendo com base numa análise de custo-benefício que são selecionadas as vacinas a implementar.
Embora já existissem algumas experiências na China em administrar vacinas, foi graças ao médico britânico Edward Jenner que em 1798 se fizeram as primeiras experiências. Mas as vacinas tornar-se-iam mais difundidas quando o cientista Pasteur descobriu a famosa vacina contra a raiva.
Quais os objetivos?
O plano de vacinação está focado num conjunto de doenças infectocontagiosas. Através desta atuação preventiva, desde o nascimento e ao longo da sua vida, as vacinas que lhe são administradas têm como objetivo reforçar a sua imunidade e impedir de contrair doenças que se propagam rapidamente.
Ao proteger o indivíduo é mais fácil conter epidemias dado que as vacinas contribuem amiúde e com eficácia para reduzir o número de casos de doença, o risco de infeção e a redução do número de pessoas suscetíveis à doença.
O fim deste processo é obter a maior cobertura possível de pessoas vacinadas de modo a que uma determinada área, região ou país fique imune a essas doenças, protegendo quem é vacinado, mas também quem não pode ser (como as grávidas ou algumas crianças).
Vacinas básicas
As vacinas indicadas no PNV são gratuitas para todos os residentes em Portugal. Embora estas vacinas não sejam obrigatórias, é bom ter em atenção que sem ter essas vacinas não pode, por exemplo, matricular o seu filho na escola.
Estas são as vacinas obrigatórias presentes no PNV segundo a Direção Geral de Saúde (DGS), de acordo com a alteração de 2017 que presentemente se encontra em vigor:
- VHB - Hepatite B
- Difteria
- Tétano
- Tosse convulsa
- VIP - Poliomielite (doença que afeta o sistema nervoso e pode levar à paralesia)
- HIB - Meningite Bacteriana (Haemophilus influenzae b)
- PN13 - Streptococcus pneumoniae (doença relacionada com infeções respiratórias)
- VASPR - Sarampo e Papeira
- Parotidite Epidérmica
- Rubéola
- HPV - Vírus do papiloma humano (vacina contra o cancro do colo do útero)
Para as mulheres grávidas há uma vacina específica que deve ser administrada uma vez por gravidez da mulher e pretende proteger contra o tétano, tosse convulsa e difeteria.
Prazos
A maioria destas vacinas são administradas no primeiro ano de vida, em três ou mais doses, seguindo-se o reforço de muitas aos 5 anos, antes do pré-escolar e aos 10 anos em que é administrada a vacina contra o vírus do papiloma humano. A vacina contra o tétano e a difteria é para a vida, tomada aos 25, 45 e 65 anos. A partir dos 65, o prazo de intervalo entre as doses passa de 20 para 10 anos.
Embora o PNV estabeleça as idades em que desejavelmente se deve tomar as vacinas, por vezes pode não ser possível tomá-las em tenra idade, mas não há idade para o completar. Ou seja, estas vacinas básicas podem ser tomadas a todo o tempo, sem limite de idade e mediante aconselhamento médico.
Alterações previstas para 2020
A partir de 1 de outubro serão efetuadas as seguintes alterações:
- Inclusão no PNV da vacina MenB, contra doença invasiva meningocócica do grupo B, devendo ser administrada aos 2, 4 e 12 meses.
- Alargamento da vacina HPV (vírus do papiloma humano) aos rapazes.
- Inclusão da vacina contra o Rotavírus (respeitante a doenças relacionadas com gastroentrites agudas) para grupos de risco.
Vacinas extra Programa Nacional de Vacinação
Além das vacinas básicas existem outras que embora sejam aconselhadas, não fazem parte deste Programa Nacional de Vacinação. Portanto, se as quiser tomar terá que as pagar do seu bolso ou recorrer ao seu seguro de saúde, se não estiver incluído num grupo de risco.
Por exemplo, a vacina da gripe não tem custos para pessoas maiores de 65 anos, por se considerar que as pessoas acima dos 65 anos estão mais vulneráveis ao vírus da gripe.
Além das vacinas que vão transitar para o PNV como a MenB, HPV e Rotavírus, há ainda as vacinas da Hepatite A, Varicela e Gripe.
Quando as deve tomar?
Este grupo de vacinas extra podem ser aconselhadas pelos profissionais de saúde mediante a idade, a situação clínica, se se encontra num grupo de risco e também a profissão.
Outra situação em que pode ser aconselhada a toma destas e outras vacinas é quando viaja. Por exemplo, é aconselhada a toma da vacina contra a Hepatite A se o seu destino for para países africanos ou asiáticos em que as condições sanitárias são diferentes das que estamos habituados e não é tão fácil obter bons cuidados de saúde. Se for viajar deve ir à consulta do viajante em que lhe serão recomendadas vacinas consoante o país para onde se desloca.
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Porque é que a vacinação é importante?
Através da ciência podemos proteger-nos a nós e aos que nos rodeiam. A OMS estima que a vacinação poupe a vida a 2,5 milhões de crianças em todo o mundo.
Por isso, de acordo com a DGS, vacinação deve ser entendida como um direito e um dever dos cidadãos. Estes devem participar ativamente na decisão de se vacinarem para ajudar a Saúde Pública e a praticar um ato de cidadania.
Neste momento o Programa Nacional de Vacinação tem uma taxa de cobertura de 95%, permitindo poupar vidas, idas ao médico e internamentos. Por estas razões, a prevenção através de vacinas também contribui significativamente para a manutenção da sua saúde financeira.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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