Vida e família

Responsabilidade Social: Que papel tem na reinvenção das empresas?

Conheça melhor o conceito de responsabilidade social. Saiba como se tornou, nesta fase de reinvenção empresarial, tão urgente.

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Responsabilidade Social: Que papel tem na reinvenção das empresas?

Conheça melhor o conceito de responsabilidade social. Saiba como se tornou, nesta fase de reinvenção empresarial, tão urgente.

Devem as empresas e organizações prosseguir os seus fins e, ao mesmo tempo, contribuir para melhorar a comunidade em que estão inseridas? Devem preocupar-se com o bem-estar dos seus colaboradores e com a crise climática?

Num momento em que as organizações se estão a reinventar e a adaptar-se ao "novo normal" ditado pela pandemia da Covid-19, o bem-estar humano ganha uma nova relevância. Neste artigo, simplificamos o conceito de responsabilidade social e explicamos como pode ajudar nesta fase de reinvenção.

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O que é responsabilidade social?

O conceito é simples, porém amplo. Responsabilidade social são todos os comportamentos, ações, decisões que melhoram o bem-estar nas organizações quer interno, quer externo. Esses comportamentos, ações e decisões apresentam duas características distintivas:

  • São voluntários e não depende de nenhuma lei ou obrigação já definida.
  • Têm como objetivo beneficiar os outros: colaboradores, acionistas, comunidade, parceiros, ambiente. Ou seja, as organizações além de se preocuparem e se ocuparem com o seu objeto social também se devem preocupar com as suas pessoas e com o ambiente envolvente.

O que abrange?

De acordo com as determinações da Comissão Europeia abrange os seguintes aspetos:

• As práticas laborais, como os direitos humanos, trabalho e formação, diversidade, igualdade de género, saúde e bem-estar dos trabalhadores;
• As questões ambientais, como a biodiversidade, alterações climáticas, utilização eficiente dos recursos e prevenção da poluição;
• O combate à corrupção;
• O envolvimento e o contributo para o desenvolvimento da comunidade;
• A inclusão de pessoas em situação de desigualdade;
• Os interesses e benefícios dos consumidores.

Objetivo

De acordo com o Livro Branco sobre Responsabilidade Social "ser socialmente responsável é estar em sintonia com a sociedade e saber que somos parte dela. O fim último da responsabilidade social é promover organizações mais sustentáveis, conscientes, inclusivas e cidadãs focadas no respeito pelos direitos humanos e na preservação ambiental".

Assim, cabe também às organizações desenvolver um papel de sensibilização e educacional para as problemáticas ambientais e humanas das suas pessoas. Dessa forma, será possível ter sociedades mais evoluídas e pessoas mais felizes e realizadas.

Como tudo começou

A preocupação para com a responsabilidade ambiental das empresas tornou-se mais presente nos anos 70 e 80, após uma série de escândalos que afetavam a reputação e imagem das empresas. Esses escândalos, envolviam frequentemente a violação dos direitos humanos como a utilização de trabalho infantil. Nessa altura, começaram a ecoar também problemas ambientais como o aquecimento global.

Desde então, o envolvimento das organizações e empresas com o meio em que se inserem foi crescendo, acreditando que para produzir também precisam da sociedade. Contrariando, assim, o que defendia o economista Milton Friedman para quem o propósito de qualquer empresa é a “maximização do lucro” e geração de empregos, não devendo portanto substituir-se a atribuições do Estado.

As pessoas no centro

As ações de responsabilidade social preocupam-se em melhorar a vida das pessoas com quem a empresa ou organização estabelece algum tipo de relação. Nomeadamente, colaboradores, clientes, fornecedores, parceiros e investidores. Na maioria das situações, estas ações são acompanhadas pela adoção de uma mudança comportamental. Além disso, as práticas de responsabilidade social permitem uma maior transparência, ética e valores na relação com seus parceiros.

Voluntários cozinham e servem comida a pessoas desfavorecidas

Exemplos de práticas de responsabilidade social

As ações de responsabilidade social não têm limite. A criatividade é quem mais ordena. Seguem-se alguns exemplos.

Para colaboradores:

  • facultar o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional dos colaboradores, através de horários flexíveis, disponibilização de creches, entre outros;
  • atribuição de mais dias de férias financiar;
  • incentivar a aquisição de conhecimentos e formação;
  • oferecer bilhetes para espetáculos;
  • ações de voluntariado disponibilizando colaboradores para fazerem atividades de apoio e com a comunidade.

Para parceiros, clientes, fornecedores e comunidade:

  • divulgar informação transparente para todas as partes interessadas e que vá além da informação obrigatória;
  • saber ouvir sugestões e críticas e criar canais específicos para esse efeito;
  • colaborar na construção de equipamentos sociais;
  • envolvimento ativo nos problemas da comunidade envolvente.

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O ambiente como parceiro

O conceito de responsabilidade social, além de ter as pessoas e a comunidade no centro, também tem preocupações genuínas para com o meio ambiente. Logo, estas preocupações não se limitam apenas a agir de acordo com as normas e leis ambientais. O ambiente torna-se um parceiro, uma parte interessada, que interfere com todo o negócio.

As práticas de responsabilidade ambiental são todo o tipo de atividades que defendam o ambiente, nomeadamente:

  • plantação de árvores;
  • limpeza das praias;
  • práticas circulares dentro da organização para minimizar os desperdícios e reciclar ao máximo;
  • patrocinar associações ambientais;
  • desenvolver ações de sensibilização para todos os seus stakeholders para a proteção do ambiente.

ISO 26000: a norma da responsabilidade social

Atualmente, a responsabilidade social é tão importante que levou à elaboração de uma norma internacional ISO. Esta norma tem dois objetivos: distinguir o que é responsabilidade social, e o que não é, bem como padronizar os seus conceitos. Assim, segundo a ISO 26000, responsabilidade social são todas as atividades que:

• Trabalham para a saúde e o bem-estar da sociedade;
• Consideram as expectativas das diferentes partes interessadas;
• Estão em conformidade com as normas internacionais;
• Podem ser integradas em toda a organização.

Benefícios

À primeira vista, as ações socialmente responsáveis podem parecer um fardo para as organizações. Isto porque podem representar menos horas de trabalho ou implicar algum investimento. No entanto, os benefícios em que se traduzem acabam por dissipar as dúvidas iniciais. Eis os maiores benefícios destas práticas:

  • Atração e manutenção do capital humano qualificado na organização;
  • Motivação dos colaboradores;
  • Aumento da produtividade;
  • Melhor capacidade para gerir riscos e cenários de crise;
  • Diferenciação em relação à concorrência e aumento da produtividade;
  • Favorece a reputação;
  • Desencadear impactos positivos na sociedade e criação de oportunidades para as pessoas impactadas com as ações da organização.

Responsabilidade social no pós-pandemia

A pandemia veio alterar significativamente o funcionamento das organizações. Os modelos de trabalho híbridos, novas reorganizações do local de trabalho, o aparecimento de novas necessidades e modelos de negócio reforçam, ainda mais, o sentido e a urgência da responsabilidade social.

As consequências da pandemia não foram apenas físicas, mas também emocionais, evidenciando-se um agravamento em matéria de doenças mentais. O papel destas práticas é também o de minimizar os efeitos negativos de toda a incerteza causada pela pandemia e proteger o capital humano. Por isso, é de se esperar um envolvimento cada vez maior das organizações com a comunidade em que está inserida e com "as suas pessoas".

A disponibilização de contactos virtuais de apoio psicológico e resiliência emocional, a reconversão do negócio para poder fornecer bens que a comunidade precisa (como máscaras e álcool gel), o desenvolvimento e participação em campanhas de crowdfunding para fins de ajuda social, são alguns exemplos neste capítulo da responsabilidade social.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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