A ciência é clara: o planeta está a aquecer! As preocupações em torno das alterações climáticas são globais. Estas alterações fazem-se sentir na saúde, mas também no bolso de todos.
O ambiente é uma das três dimensões da sustentabilidade e é, talvez, a mais popular e a que mais tem dado que falar.
Simplificando, sustentabilidade ambiental são todas as ações que visam neutralizar o impacto da atividade humana no ambiente e, sempre que possível, contribuir para a sua regeneração.
Segiuem-se alguns conceitos-chave para compreendermos melhor o porquê da urgência em desenvolver uma cultura de sustentabilidade ambiental.
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Alterações climáticas
As alterações climáticas dizem respeito a todas as alterações significativas no clima provocadas pela ação humana. Estas alterações, manifestam-se na mudança dos padrões climáticos, na subida do nível médio das águas do mar, os fenómenos climáticos extremos como tempestades e furacões.
As consequências das alterações climáticas fazem-se sentir na produção de alimentos, no risco de inundações catastróficas, na perda de territórios que correm o risco de desaparecer, como é o caso das ilhas da Polinésia Francesa.
Acordo de Paris
Ao longo do tempo já foram feitos vários acordos globais para travar o aumento das temperaturas. No fundo, são ferramentas de política de sustentabilidade ambiental. O mais recente é o Acordo de Paris , em vigor desde 4 de novembro de 2016.
O Acordo de Paris pretende descarbonizar as economias mundiais e estabelece como um dos seus objetivos, a longo prazo, limitar o aumento da temperatura média global a níveis abaixo dos 2ºC, e prosseguir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC.
Externalidades
As ações humanas têm impactos positivos ou negativos para o ambiente. Por exemplo, as emissões de dióxido de carbono são impactos negativos. Esses impactos ou efeitos colaterais de uma determinada atividade chamam-se externalidades ambientais e afetam todos. Independentemente de estarem envolvidos no processo.
Como as externalidades ambientais, geralmente, causam problemas (como a poluição, perda de biodiversidade, qualidade da água e do ar) que devem ser reparadas por quem as causa, nomeadamente, através do pagamento de impostos e taxas. Mas, existem outras estratégias de adaptação e de mitigação.
Políticas de Adaptação
De acordo com a definição adoptada pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, a "adaptação é um processo através do qual as sociedades se tornam mais aptas para lidar com um futuro incerto. A adaptação implica a adopção de medidas certas para reduzir os efeitos negativos das alterações climáticas (ou explorar os positivos) através de ajustamentos e alterações apropriados".
Essas iniciativas incluem:
- construção de infraestruturas mais seguras e ambientalmente eficientes;
- preparação de avaliações de riscos ambientais;
- melhoria nas práticas agrícolas através da diversificação de culturas para que se adaptem melhor a climas mais instáveis;
- construção de barreiras para proteção contra aumento do nível do mar;
- reflorestações e restauração de ecossisitemas;
- desenvolver tecnologia para a prevenção e gestão de catástrofes naturais;
- protocolos de atuação no caso de situações de emergência climática.
Políticas de Mitigação
As políticas de mitigação das alterações climáticas procuram reduzir as emissões de gases poluentes para a atmosfera. Estas políticas incluem:
- melhoria da eficiência energética;
- utilização das energias renováveis em detrimento do combustíveis fósseis;
- promover a mobilidade sustentável e o uso de transportes públicos;
- promover a indústria, a agricultura, a pesca e a pecuária ecológicas e o consumo responsável;
- aplicar impostos sobre quem polui.
Pacto Ecológico Europeu
É a estratégia da União Europeia para o clima. Nasceu em 2020, com uma meta concreta: alcançar a neutralidade carbónica em 2050. Isto é, compensar todoas as emissões de gases poluentesque são lançados para a atmosfera de modo a ter um impacto nulo no clima. O Pacto Ecológico Europeu, também conhecido por Green Deal, contém as medidas e ferramentas da União Europeia para a sustentabilidade ambiental. Abrange áreas tão diversas como:
- Clima
- Energia
- Agricultura
- Indústria
- Transportes
- Oceanos
- Investigação e inovação
- Turismo
Este acordo procura alcançar objetivos como:
- sistemas energéticos e inovações tecnológicas de ponta menos poluentes;
- produtos com maior durabilidade que possam ser reutilizados, reparados e reciclados;
- ar fresco, água limpa, solo saudável e biodiversidade;
- edifícios renovados e energeticamente eficientes.
COP - Conferência das partes
A COP é o órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, adotada em 1992. Participam representantes dos governos dos países signatários da Convenção, ONG e cientistas. Tem como objetivos:
- garantir o cumprimento das obrigações em matéria climática dos seus signatários;
- promover e facilitar o intercâmbio de informações sobre medidas adotadas pelos países membros para enfrentar a mudança do clima e seus efeitos;
- promover o desenvolvimento e avaliar as metodologias para medir as emissões de gases de efeito estufa;
- avaliar a eficácia de medidas para limitar as emissões de gases poluentes.
Economia Circular
A economia circular consiste na transformação de um modelo de produção e de consumo linear, em que o lema era "usar e deitar fora" para um sistema circular, no qual os produtos, mesmo depois de utilizados, permanecem dentro do sistema. O objetivo é ter o menor desperdício possível.
Para isso, é necessário que produtos e matérias-primas sejam restaurados e reutulizados aumentando, assim, o seu perído de vida e utilização. Os produtos e serviços numa economia circular são projetados de forma a permitir a sua reutilização, quer através dos materiais utilizados, quer através das suas funcionalidades. Por exemplo, uma garrafa de plástico pode ser transformada em tecido para fabricar roupas em vez de ir parar ao mar ou a aterros.
Regeneração ambiental
Uma cultura de regeneração é vista como o novo passo na sustentabilidade ambiental. Regenerar vai além da simples proteção e reparação dos danos ambientais. Segunda a ecologia, é um processo de recomposição da fauna e da flora. Neste sentido, regeneração ambiental é mais do que minimizar os impactos negativos, é desenvolver ações para terem um impacto positivo na natureza.
Serviços do Ecossistema
Os Serviços do Ecossistema são importantes agentes de sustentabilidade ambiental. Desde a limpeza do ar e da água, à polinização, estes “serviços” que a natureza presta ao Homem são fundamentais para a nossa sobrevivência. No entanto, a atividade humana tem posto em causa esses mecanismos da natureza que parecem ser automáticos e perfeitamente sincronizados. Dada a sua importância é preciso valorizá-los e assegurar que continuam a funcionar corretamente.
Por outro lado, os agricultores e proprietários florestais são considerados os "vendedores" destes serviços, já que são quem os proporciona. Contudo, como não há mercado em Portugal, é o Estado que os "compra", compensando assim os "vendedores" pela sua disponibilidade e pela qualidade dos serviços prestados.
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