O termo sustentabilidade é, por norma, associado apenas a questões ambientais. No entanto, já há algumas décadas que tem como base três pilares: o ambiental, o social e o económico.
Se olharmos para dados históricos, a sustentabilidade começou a ser associada à luta pela justiça social, ao conservacionismo, ao internacionalismo e a outros movimentos. Contudo, só no final do século XX, em 1987, é que a "Comissão Brundtland” divulgou um relatório designado de “Our Common Future”, evidenciando a interligação entre os três pilares.
Este relatório, permitiu desenvolver a definição de desenvolvimento sustentável (que continua válida atualmente), mas também apresentar algumas soluções para os problemas decorrentes da industrialização e do crescimento populacional.
Neste artigo, fique a conhecer melhor o que significa sustentabilidade, as caraterísticas dos seus três pilares e algumas das soluções que podem ser colocadas em prática em cada uma destas "dimensões", para uma prosperidade duradoura.
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O que é a sustentabilidade?
Uma das definições mais conhecidas sobre a sustentabilidade está publicada no relatório da "Comissão Brundtland":
"A sustentabilidade é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades, garantindo o equilíbrio entre o crescimento económico, o cuidado com o ambiente e o bem-estar social".
Esta descrição simplificada demonstra o significado da sustentabilidade, mas também como os seus três pilares estão interligados.
No entanto, é preciso perceber as caraterísticas de cada um, quais os seus principais desafios e as soluções que estão em cima da mesa. Só assim, conseguimos compreender o porquê da importância do desenvolvimento sustentável.
Compreender a sustentabilidade através dos seus três pilares
Pilar da dimensão ambiental
Quando se fala de sustentabilidade, rapidamente há uma associação à preservação dos recursos naturais de forma mais responsável, principalmente os recursos não renováveis ou fundamentais à vida. Mas este pilar vai além da preservação. Os recursos naturais devem ser conservados e geridos, sendo impedida a sua degradação, para ser assegurada a sua continuidade.
Minimizar o mal, em vez de "fazer o bem", não chega. É preciso respeitar os limites do planeta e atuar sem degradar os sistemas naturais, evitando a redução da biodiversidade.
Mas em que áreas ambientais é preciso agir? Algumas das ações principais passam por minimizar os impactos negativos no ar, na água e no solo. Além disso, é fundamental preservar a biodiversidade, proteger e melhorar a qualidade do ambiente e adotar medidas que promovam e controlem uma produção e consumo responsáveis.
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Pilar da dimensão social
Este é um dos pilares que nem sempre é associado à sustentabilidade. No entanto, a promoção de direitos e oportunidades para todos, permitindo um maior equilíbrio e justiça na distribuição da riqueza, é um ponto-chave do conceito do desenvolvimento sustentável.
Afinal, o acesso aos recursos e serviços essenciais para uma vida digna estão alinhados com os Direitos Humanos. E só com o acesso à educação, saúde, alimentação e habitação para todos é que é possível ter uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todos são respeitados por igual.
Nesse sentido, é preciso promover uma maior equidade nos públicos mais desfavorecidos. Esta é uma forma de criar condições para que todos tenham a possibilidade de prosperar, ter a sua independência e contribuírem para a evolução da sociedade.
O pilar da dimensão económica e o papel das empresas
Geralmente, quando se fala de sustentabilidade económica, há uma associação à prosperidade e eficiência das atividades económicas, garantindo que estas geram riqueza de acordo com certos princípios éticos, ao mesmo tempo que promovem e criam empregos dignos.
Mas é preciso ter em conta que a sustentabilidade corporativa tem um papel essencial no pilar económico. Afinal, esta atua em três fatores: os ambientais, os sociais e os de governance (aplicação de princípios de gestão ética que cumprem todos os princípios de compliance legal no modo como é feita a gestão da atividade económica e do lucro).
Por norma, em alturas de crise, a sustentabilidade económica e corporativa acaba por colocar de parte certas políticas, questões ambientais e sociais. Logo, é preciso continuar a incentivar as empresas a implementarem medidas e a fazer investimentos que acrescentem valor a todo o sistema, sem prejudicar outros fatores, como os ambientais ou sociais.
Ainda salientando a dimensão económica e o papel ativo das empresas, hoje em dia, a sustentabilidade empresarial é vista com bons olhos por parte de muitos investidores e clientes. Ou seja, estamos a falar de empresas que gerem a sua atividade tendo lucro, ao mesmo tempo que garantem benefícios sociais e ambientais para os seus stakeholders.
Numa primeira fase, foram aplicados requisitos que implicavam custos financeiros que as empresas não queriam suportar. Mas com o passar do tempo, o nível de consciencialização aumentou e até criou oportunidades de negócio, aumentando o seu valor económico.
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