Com a recente subida das taxas de juro, os bancos têm intensificado a sua disputa por novos clientes, lançando campanhas mais atrativas de crédito habitação, com spreads cada vez mais baixos. Nesta altura, o spread mínimo praticado já está abaixo de 1% na maioria das instituições financeiras. Mas há bancos que já estão a ir mais longe, com ofertas de 0,75%.
Se tem crédito habitação e o seu spread é superior a 1,1%, pode compensar renegociar ou mesmo transferir o encargo para outro banco. Os especialistas do Doutor Finanças apoiam-no nessa análise e ajudam a tomar a melhor decisão.
Crédito habitação: Já há bancos com spread mínimo de 0,75%
Numa altura em que os juros elevados têm dificultado o acesso ao crédito a muitas famílias, os bancos têm procurado oferecer condições mais vantajosas para continuarem a captar clientes. E fazem-no apertando a sua margem de lucro, refletida no spread. Neste contexto, já há bancos a oferecerem um spread mínimo de 0,75%, que é, atualmente, o valor mais baixo do mercado. Estas propostas, porém, não se aplicam a todos os contratos, estando condicionadas ao cumprimento de determinados limites relativos ao LTV (Loan-to-value), taxa de esforço e prazo do financiamento, assim como à contratação de produtos associados, como é o caso dos seguros.
Recorde-se que o spread – que, em conjunto com o indexante, forma a Taxa Anual Nominal (TAN) nos contratos com taxa variável - é a margem de lucro aplicada pelo banco a determinado empréstimo. E, assim, não é o mesmo para todos os casos, variando consoante as características do financiamento, as garantias do cliente e as chamadas vendas associadas. Quer isto dizer que, dependendo da estratégia comercial da instituição de crédito, na maioria dos casos, para ter acesso ao spread mínimo terá de contratar outros produtos, como os seguros de vida e multirriscos ou um cartão de crédito.
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Spread mais baixo não indica crédito mais barato
O spread e a TAN são, assim, indicadores a ter em conta na análise de propostas de crédito. Mas não os mais importantes. E isto porque um spread mais baixo não significa, necessariamente, um crédito mais barato. Imaginemos, por exemplo, que determinado banco lhe oferece o spread mais competitivo do mercado. Mas, em contrapartida, terá de contratar, naquele banco, o seguro de vida e o seguro multirriscos, assim como um cartão de crédito. Esse cartão terá uma anuidade, e os seguros são mais caros em comparação com as ofertas de seguradoras concorrentes. No fim de contas, o que pagará a mais pelos seguros e pelo cartão pode não compensar a diferença no spread.
Neste sentido, na hora de comparar propostas de crédito é essencial analisar outro indicador, a TAEG (Taxa anual de encargos efetiva global), que, essa sim, lhe permite identificar a oferta mais vantajosa: para propostas com o mesmo montante, prazo e modalidade de reembolso, a proposta com a TAEG mais baixa é a mais barata.
Ao contrário da TAN, a TAEG contabiliza, além dos juros do empréstimo, todos os outros encargos que o cliente terá de pagar por determinado crédito.
O seu cálculo inclui os juros, as comissões, as despesas (incluindo impostos e emolumentos relativos ao registo da hipoteca, no caso de se tratar de um crédito com garantia hipotecária), os seguros exigidos para obtenção do crédito, a comissão de manutenção de conta à ordem, cuja abertura seja obrigatória para a gestão do empréstimo e outros encargos associados ao contrato de crédito.
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Tem um contrato antigo? Pondere a transferência
Se já tem um crédito habitação há alguns anos, o mais certo é que tenha contratado o empréstimo com um spread muito superior ao praticado atualmente pela maioria dos bancos. Há dez anos, por exemplo, o spread médio aplicado nos novos contratos de crédito habitação com taxa variável estava próximo dos 3%. Nessa altura, as taxas Euribor já estavam em níveis historicamente baixos e os bancos estavam a restringir o montante de crédito alocado, num cenário de maior prudência na concessão de crédito e constrangimentos acrescidos no seu financiamento.
Desde então, o spread médio tem baixado, com as instituições financeiras a apertarem as suas margens e a aumentarem os montantes concedidos.
Neste cenário, poderá ser vantajoso transferir o seu crédito habitação, de forma a beneficiar de melhores condições, que lhe permitirão atenuar o impacto da subida dos juros na prestação mensal.
Peça várias propostas, compare as ofertas e escolha a que melhor se adequar às características do seu crédito e às suas necessidades.
Podemos ajudá-lo a tomar a melhor decisão para controlar o impacto da subida da Euribor e encontrar as melhores condições para o seu caso.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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