Crédito Pessoal

Crédito pessoal no regresso às aulas? 8 cuidados a ter

Pensa pedir um crédito pessoal no regresso às aulas? Saiba que cuidados precisa de ter para encontrar a melhor solução para si.

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Crédito pessoal no regresso às aulas? 8 cuidados a ter

Pensa pedir um crédito pessoal no regresso às aulas? Saiba que cuidados precisa de ter para encontrar a melhor solução para si.

Conforme as despesas com a educação vão aumentando, alguns pais têm a necessidade de recorrer a um crédito pessoal no regresso às aulas. Afinal, do 1.º ano até ao 12.º ano de escolaridade, no ensino público, há despesas com materiais escolares, cadernos de fichas, materiais didáticos, entre outras, a que acrescem encargos com a alimentação e roupa de desporto.

com a entrada na universidade, os encargos aumentam com as propinas, livros e até com a possibilidade de ter de pagar um alojamento, caso o estudante frequente um estabelecimento longe de casa.

Assim, é natural que nem sempre seja possível suportar estes custos sem recorrer a um financiamento.

Mas é preciso analisar bem a finalidade do empréstimo, calcular a taxa de esforço para conseguir pagar as prestações sem ficar sobreendividado, verificar as melhores soluções no mercado e procedimentos a cumprir, e ter cuidado para não cair em burlas com créditos de aprovação em tempo recorde.

Assim, neste artigo, conheça oito cuidados a ter quando pede um crédito pessoal no regresso às aulas.

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1 - Antes de avançar com um financiamento, tenha a certeza de que precisa mesmo de um crédito

Pedir um financiamento requer bastante ponderação, pois vai ter um impacto no seu orçamento familiar durante vários meses.

Por isso, se as suas contas estão mais apertadas, pense bem porque é que precisa de um crédito neste regresso às aulas. Em muitas famílias, não é feito um planeamento que cubra os encargos com a educação dos filhos após um período de férias, onde se gasta mais dinheiro do que é habitual.

No entanto, caso a quantia que precise para comprar materiais escolares não seja elevada, analise se pode direcionar uma parte de uma poupança para fazer face a essas despesas ou até fazer alguns cortes em gastos não essenciais. Assim, não tem de contrair mais um financiamento e ficar sujeito ao pagamento de uma nova prestação de crédito.

Mas se os encargos com o regresso às aulas forem mais elevados, como o pagamento de propinas e alojamento, pode não conseguir suportar estas despesas atualmente. Nesta situação, pode mesmo ter de recorrer a um crédito.

Contudo, faça sempre este exercício antes de pedir um novo financiamento.

Leia ainda: Poupar dinheiro em casa: Um guia para controlar as contas

2 - Calcule a sua taxa de esforço

Antes de pedir um novo crédito, deve calcular o impacto que este vai ter na sua taxa de esforço. Se não está a par do significado desta taxa, trata-se de um indicador que reflete o peso das prestações de crédito no rendimento líquido de um agregado familiar.

A taxa de esforço permite identificar o valor máximo de empréstimos que o seu agregado familiar pode contrair. A partir de um determinado patamar (50%), o Banco de Portugal indica que as instituições financeiras não devem conceder um novo crédito.

Assim, faça primeiro este cálculo e tente antecipar se não vai ter encargos futuros que o obriguem a recorrer a outro financiamento ou condicionem a sua capacidade de cumprir com as suas obrigações.

Para calcular a sua taxa de esforço utilize a seguinte fórmula: Taxa de esforço = (Montante total de prestações financeiras / rendimento mensal líquido do agregado familiar) x 100

Para perceber melhor este cálculo, apresentamos um exemplo. Imagine que o rendimento líquido do seu agregado familiar é de 2.500 euros. No entanto, paga de prestação do crédito habitação 700 euros, 100 euros de um crédito automóvel e tem 80 euros por liquidar em cartões de crédito. Fazendo as contas, a sua taxa de esforço é de 35% [(880/2500)x100].

Se fizer um crédito pessoal no regresso às aulas com uma prestação de 100 euros, a sua taxa de esforço sobe para 39% [(980/2500)x100]. Embora seja uma taxa de esforço elevada, algumas instituições de crédito podem não lhe colocar entraves na concessão deste financiamento.

Contudo, assim que seja possível, faça um esforço para saldar as suas dívidas em cartões de crédito (dado que estes têm juros mais elevados) e sempre que possível amortize os seus créditos ao consumo. Desta forma, vai conseguir baixar a sua taxa de esforço e reduzir as probabilidades de um possível incumprimento.

Nota: Se tiver dificuldades com estes cálculos, recorra ao simulador de taxa de esforço.

3 - Contratar um crédito pessoal no regresso às aulas é mais vantajoso de que recorrer ao seu cartão de crédito

Recorrer a um novo cartão de crédito para pagar as despesas de educação dos seus filhos pode parecer-lhe a melhor solução para obter o financiamento que precisa. Afinal, os bancos facilitam o processo para ter acesso a cartões de crédito até um determinado valor de plafond. No entanto, contratar um crédito pessoal no regresso às aulas é mais vantajoso. 

Embora estes dois tipos de crédito estejam enquadrados no crédito ao consumo, as taxas de juro aplicadas a cada um são bastante distintas. Cada tipo de financiamento tem uma taxa máxima específica definida pelo Banco de Portugal trimestralmente.

E aqui é importante ter noção que os cartões de crédito são os financiamentos com taxas mais elevadas. Logo, em comparação com um crédito pessoal, a TAEG máxima é sempre mais baixa, independentemente da finalidade do crédito pessoal.

TAEG máximas no 3.º trimestre de 2024

Para ter uma ideia, no site do Banco de Portugal estão disponíveis as TAEG máximas permitidas no terceiro trimestre de 2024:

  • No crédito pessoal com finalidade Educação, Saúde, Energias Renováveis e Locação Financeira de Equipamentos, a TAEG máxima no terceiro trimestre é de 9,2%.
  • Já nos outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades), a TAEG máxima é de 15,8%.
  • Por fim, quanto aos cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto, a TAEG máxima é de 19,2%.

Ou seja, se olhar para estes valores, recorrer a um cartão de crédito é a solução mais cara. Se o seu objetivo de financiamento se enquadrar na finalidade educação, mesmo que um banco aplique a TAEG máxima do terceiro trimestre, existe uma diferença de 10% em comparação com um cartão de crédito.

Nota: Antes de pedir um crédito pessoal, consulte as TAEG máximas definidas pelo Banco de Portugal para o trimestre em causa.

Leia ainda: Juros no crédito ao consumo atingem novos máximos

4 - Não contrate um financiamento sem antes saber as condições e custos associados

Como referido, o crédito ao consumo abrange vários financiamentos e até dentro do crédito pessoal tem duas categorias distintas:

  • Empréstimos com finalidade Educação, Saúde, Energias Renováveis e Locação Financeira de Equipamentos;
  • E outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades).

No entanto, quando identificar qual é o crédito pessoal que pode contratar, saiba que pode encontrar maturidades máximas diferentes e o valor do montante financiado depende de alguns fatores, embora tenha um teto máximo estabelecido.

Leia ainda: Qual o melhor crédito pessoal para cada objetivo?

Maturidade

Em termos de prazo, o crédito ao consumo tem duas maturidades máximas estabelecidas. No caso de um crédito pessoal sem finalidade específica, o prazo não pode ultrapassar os sete anos. Mas se o crédito pessoal for para fins de educação, saúde ou energia renovável, o prazo pode ser estendido até a um máximo de 10 anos. Contudo, saiba que quanto mais longo for o prazo do contrato, mais caro será o seu empréstimo.

Montante máximo financiado

Um crédito ao consumo tem montantes mínimos e máximos estabelecidos. Em termos gerais, é possível aceder a um crédito ao consumo a partir de 200 euros, mas o montante máximo financiado não pode ultrapassar os 75.000 euros.

Contudo, se quiser pedir um crédito pessoal no regresso às aulas, o montante financiado vai estar condicionado aos seus rendimentos e ao seu endividamento, além do valor estabelecido de 75.000 euros.

Ou seja, segundo o Banco de Portugal, um cliente pode ter encargos com créditos que totalizem, no máximo, 50% dos seus rendimentos líquidos. Se o rendimento for de 2.000 euros, pode contrair créditos cujas prestações não superem os 1.000 euros. Mas se contratar um empréstimo de 1.000 euros, não terá acesso a mais nenhum financiamento. Pelo menos, enquanto esse empréstimo estiver a decorrer ou enquanto os seus rendimentos não aumentarem.

Custos associados

Um dos erros muito comuns ao contratar um crédito pessoal ou qualquer tipo de crédito ao consumo, é achar que apenas tem de suportar os encargos com a sua prestação mensal. No entanto, existem outras despesas associados quando pede um crédito.

Em primeiro lugar, deve ter em conta que vai ter de pagar uma comissão relacionada com a abertura do processo ou tratamento da documentação. O valor desta comissão pode rondar os 3% do montante financiado, mas em certas instituições pode ter um valor fixo, que ronda os 500 euros.

Embora tenha de pagar esta comissão, num crédito pessoal não podem cobrar-lhe outro tipo de comissões, exceto se houver atrasos no pagamento das prestações ou quiser amortizar o seu crédito antecipadamente no futuro.

Depois, saiba que tem de pagar o imposto de selo. Este incide sobre comissões e juros e varia consonante o prazo do financiamento.

  • Nas comissões e juros o imposto de selo corresponde a 4%. Por exemplo, se a comissão de abertura for de 100 euros, tem de pagar 4 euros de imposto.
  • Quando o crédito tem um prazo inferior a um ano, o imposto corresponde a 0,141%/mês.
  • Num financiamento com um prazo igual ou superior a um ano e inferior a cinco anos, o imposto de selo é de 1,76%. O mesmo valor aplica-se aos financiamentos com prazos superiores ou iguais a cinco anos.
  • Por fim, nos créditos de duração indeterminada, o imposto de selo corresponde a 0,141%/mês.

Leia ainda: Pedido de crédito pessoal: Conheça as características e os custos

Comissão por reembolso antecipado num crédito pessoal no regresso às aulas

Se pedir um crédito pessoal no regresso às aulas, mas quiser amortizar o seu financiamento antecipadamente (de forma total ou parcial), pode ser cobrada uma comissão por reembolso antecipado. Esta comissão, aplica-se apenas aos créditos com taxa fixa. A comissão varia perante o tempo que falta para concluir o contrato:

  • Caso falte mais de um ano para concluir o seu crédito pessoal, pode ser cobrada uma comissão máxima de 0,5% do valor da amortização.
  • Se faltar um ano ou menos, a instituição pode cobrar no máximo uma comissão até 0,25% do montante reembolsado.

Nota: Num crédito pessoal com uma taxa variável, as instituições financeiras não podem cobrar comissões de reembolso antecipado.

Leia ainda: Quanto vou pagar para amortizar o meu crédito?

5 - Verifique qual é a melhor solução de crédito pessoal no regresso às aulas

Outro dos cuidados que deve ter ao contratar um crédito pessoal é não aceitar a primeira proposta que recebe. Com um mercado cada vez mais competitivo, deve pedir propostas de crédito junto de várias entidades e analisar qual é a melhor opção para si.

É importante que, ao comparar propostas, não fique preso apenas ao valor da prestação que vai pagar. Analise as várias condições do seu financiamento presentes na FINE, como os valores das comissões, o prazo do empréstimo, as condições de reembolso antecipado e, claro, o valor do MTIC e da TAEG. Estes dois indicadores revelam o custo final do seu crédito pessoal, permitindo-lhe perceber qual é a proposta mais barata que tem em mãos.

6 - Esteja bem informado sobre as fases de aprovação de todo o processo

Hoje em dia, é normal deparar-se com anúncios de instituições financeiras de crédito ou de bancos, que prometem a concessão de um crédito pessoal de forma fácil e rápida. No entanto, mesmo que este processo esteja mais célere, ele precisa de passar por várias fases até ser aprovado. E para evitar cair em esquemas fraudulentos, é essencial conhecer todas as fases de um processo de crédito pessoal.

A primeira fase consiste na simulação. Se quer contrair um crédito pessoal, deve recorrer a um simulador de crédito pessoal disponibilizado na plataforma oficial da entidade e fazer a sua simulação. Nesta etapa, precisa de indicar o montante pretendido para saber o valor da mensalidade que fica a pagar e a taxa de juro aplicada, conforme o prazo pretendido.

A partir daqui, pode submeter estes dados para ser contacto pela instituição. Assim que os dados são enviados, a entidade dá início à fase de pré-aprovação do seu financiamento. Mas, por norma, para avançar para o próximo passo, precisa de entregar alguns documentos adicionais (relativos a dados pessoais, morada fiscal, agregado e rendimentos). Só depois é que tem uma resposta sobre se o seu crédito pessoal está ou não pré-aprovado.

Ainda nesta fase, é natural que a entidade credora faça uma análise à sua situação financeira. Além de os seus rendimentos serem avaliados, é calculada a sua taxa de esforço, mas também se não está numa situação de incumprimento noutros créditos que possui. Esta última análise é realizada com recurso às informações da Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal.

Por fim, a instituição financeira irá pedir o envio da lista de documentos que indicamos a seguir. Caso reúna todas as condições necessárias, o seu crédito pessoal é aprovado e o dinheiro é transferido para a sua conta no período acordado. Por norma, quando se trata de créditos de fácil aprovação, o dinheiro fica disponível entre 24 a 48 horas. Mas os prazos variam de banco para banco.

Leia ainda: Procura um crédito pessoal fácil de aprovar? Conheça os passos

Documentos a enviar:

  • Documentos de identificação - Cópia do Cartão de Cidadão, caso seja um cidadão português. Se tiver outra nacionalidade, precisa de comprovar a autorização de residência em Portugal.
  • Comprovativo de morada: pode aceder ao comprovativo de morada fiscal no site da Autoridade Tributária, mas também serve como comprovativo uma fatura da luz, gás ou da água no nome do titular.
  • Demonstração de rendimentos: envio dos três últimos recibos de vencimento se for um trabalhador por conta de outrem. Mas se o financiamento for inferior a 7.500 euros, por vezes, as entidades pedem apenas o último recibo de vencimento. Se for trabalhador independente deve entregar a sua última declaração de IRS e a respetiva liquidação. No caso de já estar reformado, precisa de entregar um comprovativo do valor da sua reforma.
  • Comprovativo de IBAN: Consoante a instituição financeira deve entregar um talão de multibanco com o IBAN ou um documento impresso retirado do site com o comprovativo do seu IBAN.

7 - Cuidado com a possibilidade de sobreendividamento

Em certas alturas da vida, ou para certas finalidades, é normal que as pessoas não tenham capitais próprios para atingir certos objetivos ou pagar alguns encargos. E, no fundo, é para isso que servem os créditos.

Porém, para ter umas finanças saudáveis e equilibradas, só deve recorrer a financiamentos quando sabe que consegue liquidá-los rapidamente ou o valor financiado não faz disparar a sua taxa de esforço. Afinal, ao longo da vida, os imprevistos acontecem. E quantos mais créditos tiver, mais juros terá para pagar, e o valor total das suas prestações pode levá-lo a uma situação de sobreendividamento.

Por isso, se vai fazer um crédito pessoal no regresso às aulas, pense bem se pode suportar os encargos de todas as suas obrigações, caso surja um imprevisto. Tenha ainda em conta que, para evitar uma situação de sobreendividamento, não deve contrair mais créditos até saldar os que têm uma maturidade menor.

Se já está a pagar um preço demasiado elevado em prestações, informe-se sobre a possibilidade de recorrer a um crédito consolidado.

Através da consolidação de créditos, pode juntar todos os seus créditos ao consumo num só, passando a pagar apenas uma prestação em vez de várias. Esta solução permite-lhe organizar as suas contas e poupar um valor considerável. Mas como é que isto é possível? Na prática, porque é aplicada uma taxa mais baixa, em comparação a outros créditos. Consoante o seu caso, com um crédito consolidado pode reduzir o total das suas prestações de crédito até 60%.

Leia ainda: Pondera pedir mais um crédito pessoal? Conheça uma solução para ficar mais barato

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8 - Atenção às burlas na hora de pedir um crédito pessoal no regresso às aulas

O último cuidado a ter antes de contratar um crédito pessoal no regresso às aulas é certificar-se de que o financiamento é legítimo.

Hoje em dia, existem muitos anúncios que despertam a atenção dos consumidores, prometendo um crédito pessoal fácil de aprovar, com taxas muito baixas. No entanto, quando a proposta é demasiada atrativa, todos os cuidados são poucos.

Para ter a certeza que a entidade que lhe vai conceder o crédito está autorizada a exercer este tipo de atividade, ela precisa de fazer parte da lista de entidades aprovadas pelo Banco de Portugal.

Caso não encontre a entidade nesta lista, não avance com o processo, pois é bem provável que a proposta não passe de um esquema fraudulento. Se for contactado por SMS, email ou até por mensagens nas redes sociais para contratar um crédito, desconfie. Não carregue em links quando não houve qualquer interação com uma instituição de crédito. Além disso, confirme sempre se os números de contacto e e-mails que recebe pertencem à entidade em questão.

Sempre que surja a menor desconfiança sobre o processo, não avance. Mesmo que tenha urgência em obter um financiamento, não se precipite, pois pode não conseguir a melhor solução para si ou acabar a ser vítima de um burla.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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