Energia

Como escolher o melhor fornecedor de eletricidade para poupar?

Poupar nas suas faturas da luz nem sempre é fácil. Caso não saiba como escolher o melhor fornecedor de eletricidade, descubra o que avaliar.

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Como escolher o melhor fornecedor de eletricidade para poupar?

Poupar nas suas faturas da luz nem sempre é fácil. Caso não saiba como escolher o melhor fornecedor de eletricidade, descubra o que avaliar.

Escolher o melhor fornecedor de eletricidade para poupar nas suas faturas pode ser desafiante. Afinal, hoje em dia, os consumidores são contactados regularmente por fornecedores com campanhas promocionais.

O problema é que, perante uma concorrência feroz para atrair novos clientes, pode existir alguma insistência para uma tomada de decisão. E se aceitar uma proposta apenas por ter uma campanha promocional atrativa sem olhar para todos os detalhes, corre o risco de mudar de fornecedor e não conseguir poupar a longo prazo.

Assim, o ideal é nunca se precipitar a dar uma resposta. Antes de equacionar uma mudança, compare várias opções no mercado, tendo sempre em conta o tipo de consumo da sua família.

Neste artigo, conheça algumas dicas para escolher o melhor fornecedor para reduzir os seus encargos mensais com a eletricidade.

Leia ainda: Guia de poupança por áreas: Como poupar nos seus encargos essenciais

Para escolher o melhor fornecedor precisa de conhecer o consumo da sua família

Antes de começar a reunir propostas e escolher o melhor fornecedor para poupar nas suas faturas de eletricidade, deve perceber os hábitos de consumo da sua família.

Afinal, cada família tem as suas próprias rotinas, com horas e dias em que é feito um maior consumo energético.

Por exemplo, há famílias que estão grande parte do dia fora de casa e só durante o período noturno ou ao fim-de-semana é que consomem energia. Já noutros agregados familiares, podem existir elementos que estão grande parte do dia em casa. Assim, os consumos acabam por ser repartidos ao longo do dia.

Além disso, avalie a eficiência energética dos eletrodomésticos e aparelhos que possui. Quando a eficiência energética é boa e não utiliza muitos aparelhos em simultâneo, tem a hipótese de reduzir ligeiramente a potência contratada.

Na maioria das famílias portugueses, a potência contratada situa-se entre os 3,45 KVA e os 6,9 KVA. Contudo, existem outras potências mais baixas e mais elevadas, que vão de 1,15 KVA a 41,4 KVA.

Avalie bem esta decisão. Pois embora tenha vantagens financeiras em baixar a sua potência energética, se esta ficar muito baixa, vai ter problemas no futuro quando utilizar alguns eletrodomésticos/aparelhos em simultâneo.

Ler mais: Quer poupar na luz? Saiba ler a etiqueta energética

Porque é que é tão importante analisar o consumo e a eficiência energética em sua casa antes de escolher um fornecedor?

Porque tem a possibilidade de escolher uma tarifa e uma potência adequadas ao consumo da sua família. Sabendo com antecedência qual é a tarifa e a potência certa, consegue identificar e comparar os valores que cada fornecedor pratica, podendo optar pelos preços mais baixos, de acordo com a oferta mais vantajosa para si.

Ler mais: Use os contadores inteligentes para poupar na eletricidade

O preço da eletricidade e as suas componentes

Se enquanto consumidor tem dúvidas sobre a forma como são calculados os preços da eletricidade, passamos a explicar. Na prática, a fórmula de cálculo resulta do somatório de três parcelas:

  • Energia;
  • Redes;
  • E taxas e impostos.

A parcela da energia inclui os custos de compra de eletricidade pelos comercializadores aos produtores e os encargos de comercialização.

Quanto à parcela seguinte, as redes (que é por onde a energia passa até chegar a casa de todos os consumidores) existem tarifas de acesso que são fixadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Estas incluem os custos de transporte, de distribuição, gestão do sistema elétrico ou operação logística de comercializador. Neste cálculo, a ERSE inclui ainda os custos de interesse económico geral, que resultam de decisões de política energética definidas por lei.

Por fim, a última componente de cálculo diz respeito às taxas e impostos. Entram nesta componente:

No mercado liberalizado, o preço final pago por cada consumidor resulta da soma das seguintes parcelas:

  • Custo de acesso às redes;
  • Custos de compra de eletricidade pelos comercializadores aos produtores;
  • Margem de comercialização.

Nota: Devido ao número de comercializadores no mercado liberalizado, os preços estão em constante mudança para atrair novos clientes.

Já para os consumidores que estão no mercado regulado, é a ERSE que define a tarifa de venda ao consumidor final. O valor inclui os preços da energia, das redes e da comercialização.

Tanto no mercado liberalizado como no regulado, os consumidores têm sempre de pagar as taxas e impostos associados às faturas de eletricidade. 

Como posso saber quanto estou a pagar de eletricidade?

A forma mais simples de saber quanto está a pagar de eletricidade é reunir as suas últimas faturas. Pegue, por exemplo, na sua última fatura e olhe para os custos fixos e variáveis, que estão divididos em três categorias.

Por norma, os primeiros dados estão relacionados com os valores associados à potência contratada (inclui o valor da potência contratada ao dia, a tarifa de acesso às Redes e eventuais descontos que possa ter). Estes valores são fixos.

De seguida, surgem os valores associados ao consumo, que são variáveis e apresentados em euros por kWh. Basicamente, nesta categoria entram os valores do seu consumo associados à tarifa que escolheu (simples, bi-horária ou tri-horária).

Por fim, pode verificar as taxas e impostos que paga.

Nota: Hoje em dia, a maioria das companhias envia faturas bem estruturadas com um formato idêntico, sendo mais fácil de identificar todas as informações que precisa.

Ler mais: Como ler a fatura da eletricidade

Optar por uma tarifa fixa ou indexada?

Todos os consumidores têm a possibilidade de optar por uma tarifa fixa ou indexada (variável). No entanto, a melhor opção depende muito dos valores que estão a ser praticados em cada período. É preciso um controlo regular para saber se compensa ter uma tarifa fixa (que oferece estabilidade) ou uma variável que vai sofrendo ajustes regularmente.

Para perceber melhor como estas duas tarifas funcionam, explicamos de uma forma resumida.

  • Tarifa fixa: O comercializador entra em acordo com o consumidor sobre o valor fixo por kWh. Por norma, este valor fica fixado por um período de 12 meses.
  • Tarifa indexada: O montante a pagar por kWh é variável. Na prática, a fatura é calculada com base na média de valores diários verificados no período a que se refere a fatura (normalmente 30 dias). A variação das tarifas indexadas está associada ao preço diário apurado no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL). Dado que os operadores negoceiam enormes quantidades de eletricidade, os preços variam com base na lei da oferta e procura. Além disso, quando os comercializadores têm tarifas indexadas, ao valor no MIBEL são acrescentados outros valores, como uma comissão de gestão, desvios, perdas de rede, serviços do operador do sistema, tarifas de acesso às redes ou fator de adequação.

Na hora de optar entre uma tarifa fixa e variável, deve ponderar se pretende manter alguma estabilidade ou se está à procura de pagar sempre o valor mais baixo de eletricidade. E isto não significa que a tarifa indexada tenha sempre os preços mais baixos face a uma tarifa fixa.

Como referência, há valores que podem ajudá-lo a tomar decisões. Os preços no mercado grossista acima ou próximos de 100 euros por megawatt-hora são preocupantes para quem tem uma tarifa indexada. No entanto, se o valor estiver abaixo dos 80 euros por megawatt-hora, este é um indicador de que pode poupar face a uma tarifa fixa. Já se o preço médio rondar os 90 euros por megawatt-hora, os preços indexados e fixos não costumam apresentar diferenças relevantes.

Uma vez que uma tarifa indexada reflete o comportamento do mercado, há oscilações imprevisíveis. Por isso, se escolher esta tarifa, deve garantir que o contrato não tem um período de fidelização. Desta forma, fica livre para mudar de tarifário ou fornecedor sempre que desejar.

Nota: O período de fidelização nos contratos de eletricidade não pode ser superior a 12 meses.

No site do OMIE, pode acompanhar todas as oscilações referentes aos tarifários indexados e ao que o mercado vai ditar ao longo dos tempos, com um período de antecedência de 24 horas.

Tarifa simples vs. bi-horária ou tri-horária: Qual a melhor para a minha família?

Tal como a escolha do melhor fornecedor de eletricidade, a escolha da melhor tarifa vai depender muito dos hábitos de consumo da sua família.

  • Tarifa simples: Preço fixo. Não oscila ao longo do dia.
  • Tarifa bi-horária: Há dois preços distintos. O mais barato corresponde às horas de vazio. O mais caro aplica-se nas horas fora de vazio.
  • Na tarifa tri-horária, existem três preços diferentes, aplicados às horas de vazio (valor mais barato), horas cheias (valor intermédio) e horas de ponta (quando o valor é mais caro).

Nota: O preço praticado nas horas fora de vazio é mais elevado do que o preço da tarifa simples.

Para ter uma ideia dos valores associados a cada tarifa, vamos usar como exemplo os preços definidos pela ERSE para os fornecimentos em Baixa Tensão Normal (BTN), no mercado regulado em 2024.

  • Tarifa simples - 0,1625 euros/KWh
  • Na tarifa bi-horária: 0,1072 euros/KWh (horas de vazio) e 0,1968 euros/KWh (horas de fora de vazio).
  • Tarifa tri-horária: 0,1072 euros/KWh (vazio); 0,1741 euros/KWh (cheias) e 0,2400 euros/KWh (ponta).

Se optar por uma tarifa bi-horária ou tri-horária, deve fazer a maioria dos seus consumos energéticos nas horas de vazio. Caso contrário, pode vir a pagar mais do que pagaria com uma tarifa simples.

Nota: No mercado livre, os operadores são livres de praticar o preço que quiserem. Mas a lógica é a mesma do consumo dentro e fora das horas de vazio em comparação à tarifa simples.

Leia ainda: Que tarifa de eletricidade devo escolher?

Com uma tarifa bi-horária ou tri-horária, deve escolher o ciclo mais adequado ao consumo da sua família

Outro pormenor a ter em consideração é que com uma tarifa bi-horária ou tri-horária também tem de escolher entre um ciclo diário ou semanal.

O ciclo diário apresenta os mesmos períodos horários todos os dias da semana, sendo que a eletricidade é sempre mais barata entre as 22h e as 8h da manhã do dia seguinte.

No ciclo semanal, há uma diferença entre os dias úteis, o sábado e o domingo. Por exemplo, nos dias úteis, o vazio acontece entre a meia-noite e as sete da manhã. Contudo, num domingo, o vazio ocupa o dia inteiro. 

Importa referir que o ciclo diário garante 70 horas de vazio por semana. Já o ciclo semanal garante 76 horas. Tenha ainda em atenção que existem mudanças nos períodos horários entre o inverno e o verão. Por isso, o melhor é consultar todas as horas na página da ERSE.

Dicas para conseguir poupar com a sua tarifa ao escolher um fornecedor de eletricidade

  • Identifique as horas e dias em que costuma usar os eletrodomésticos que consomem mais eletricidade;
  • Se a sua família passar mais tempo em casa do que fora, a tarifa simples costuma ser mais vantajosa;
  • Caso use apenas aparelhos e eletrodomésticos no final do dia de segunda a sexta-feira, a melhor opção pode passar por uma tarifa bi-horária com ciclo diário;
  • Se as suas tarefas domésticas são realizadas ao fim-de-semana, provavelmente compensa contratar uma tarifa bi-horária com ciclo semanal. 
  • Caso não faça consumos nas horas de ponta, pondere a contratação de uma tarifa tri-horária.

É ou não mais vantajoso ter a eletricidade e gás natural juntos?

Tudo depende, mais uma vez, dos seus consumos e das ofertas que os fornecedores estão a praticar. Além disso, saiba que nem todos os fornecedores têm ofertas comerciais "dual" ou "duais" (serviços de eletricidade e gás natural no mesmo contrato).

Por isso, para ter a certeza se compensa ou não ter estes dois serviços juntos, compare diferentes propostas e verifique se é mais vantajoso ter os serviços separados ou juntos.

Em alguns fornecedores, as tarifas "dual" são mais atrativas. Isto porque o consumidor acaba por usar dois serviços de energia, tendo uma despesa mais elevada. Logo, é normal que, nestes casos, seja aplicada uma tarifa mais barata para atrair clientes.

Contudo, com as oscilações dos preços nos últimos tempos, pode encontrar soluções mais vantajosas, se separar estes dois serviços. Pode encontrar os preços mais baixos num tipo de serviço no mercado regulado e outro no mercado liberalizado. Não há mesmo uma resposta correta que se aplique a todas as famílias.

Leia ainda: Quer baixar a sua fatura do gás para metade?

Serviços adicionais podem compensar?

Depende muito da utilização que lhes vai dar. Os serviços adicionais não estão relacionados com o fornecimento de eletricidade. Por norma, estão associados a seguros, serviços de assistência técnica, entre outros. Assim, é importante avaliar se precisa mesmo destes serviços.

É normal que muitos fornecedores proponham estes serviços adicionais ao mesmo tempo que apresentam as condições de um novo contrato. Contudo, o fornecimento de eletricidade não pode depender da contratação de serviços adicionais. Por isso, os fornecedores devem apresentar propostas onde estes serviços não estão incluídos para que possa comparar bem os preços das duas opções.

Ofertas e descontos atraem, mas não significa que seja a melhor opção para si

A maioria dos fornecedores tem disponíveis várias campanhas para atrair novos clientes ou para renovar contratos. Entre algumas destas campanhas promocionais, estão ofertas ou descontos como: 

  • Oferta do valor de uma fatura;
  • Um dia de eletricidade grátis todas as semanas;
  • A redução direta no preço do kWh da eletricidade e gás;
  • Redução mensal de um valor estipulado nas faturas por um período temporário;
  • Diminuição do preço da potência contratada;
  • Receber uma parte do saldo num cartão de um hipermercado parceiro;
  • Descontos numa lista de parceiros, como por exemplo, postos de combustíveis, entre outras marcas e serviços.

Sem dúvida que muitas destas ofertas e descontos são bastante atrativos e podem levá-lo a querer mudar o mais depressa possível para não perder uma campanha promocional. Mas não se precipite a tomar uma decisão. Faça contas e veja se os descontos compensam a alteração de fornecedor, face aos valores que paga atualmente ou os que estão a ser praticados no mercado.

Para escolher o melhor fornecedor de eletricidade precisa de simular e comparar

Ao longo do artigo, referimos várias vezes que, para escolher o melhor fornecedor de eletricidade, precisa de simular e comparar propostas. Embora haja vários simuladores no mercado e até boletins de ofertas comerciais (ofertas de mercado relativas ao trimestre anterior), o simulador de preços da ERSE é uma excelente ajuda na hora de comparar propostas.

A ERSE disponibiliza não só um simulador de preços, que pode ser pré-definido ou personalizado, como também possui outro simulador onde pode verificar se a potência contratada é a mais correta para a sua família.

Em caso de dúvida, no site da Entidade Reguladora de Serviços Energéticos vai encontrar vários materiais explicativos que ajudam a utilizar estas ferramentas.

Antes de escolher o melhor fornecedor de eletricidade, olhe bem para a ficha contratual

Por fim, antes de escolher o melhor fornecedor de eletricidade, dedique um tempo a ler a ficha contratual. Afinal, é através desta ficha que consegue ter acesso a todas as condições contratuais simplificadas, podendo comparar melhor as propostas que tem em mãos.

A ficha contratual revela os seus direitos e deveres enquanto consumidor, os preços que vai pagar, as condições para uma rescisão contratual, os serviços adicionais incluídos, se existe ou não um período de fidelização, entre outras condições.

Entregar a ficha contratual é um dever de todos os fornecedores para que os clientes possam tomar uma decisão informada.

Ler mais: Contrato de eletricidade: O que deve saber e fazer antes de assinar

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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