Finanças pessoais

Fatores que influenciam o crescimento económico

Nem sempre conseguimos controlar toda a informação que dispomos. Contudo, é fundamental termos uma noção sobre o que podemos contar.

A economia e os mercados financeiros são influenciados por um enorme conjunto de fatores. Uns são previsíveis e outros nem tanto. A junção de toda a informação que está disponível faz com que os agentes económicos e os investidores definam as suas expectativas em relação ao futuro. Um exercício interessante passa por analisar o contexto global que estamos a atravessar e tentar antecipar quais serão os acontecimentos que irão ter maior influência no rumo da economia global. Se efetuássemos esta questão a agentes económicos, economistas ou investidores, todos nos dariam respostas diferentes, uma vez que a importância de cada fator varia em função do contexto de cada um de nós e da visão que cada um tem do desenvolvimento da economia.

1 - Decisões dos bancos centrais

Estes são os decisores que têm ganho maior dimensão e importância nos últimos anos. O seu papel foi determinante para ultrapassarmos, de uma forma mais consistente, as diferentes crises que surgiram no século XXI, nomeadamente a crise do Subprime e a pandemia do covid.

Numa fase em que o poder político perdeu alguma da sua credibilidade e em que surgem forças políticas mais populistas, quem tem colocado “ordem na casa” têm sido os bancos centrais, embora nem sempre tenham tomado as opções mais acertadas. As suas decisões têm uma influência enorme no rumo da economia global e nas expectativas dos agentes económicos. Em situações de stress, têm tido a capacidade de providenciar liquidez à economia, que é essencial para fomentar o desenvolvimento económico.

As reuniões dos bancos centrais são cada vez mais esmiuçadas por todos os intervenientes económicos. Para quem investe na economia real ou nos mercados financeiros, é muito importante perceber qual a direção que vai ser seguida pelas autoridades monetárias. A subida das taxas de juro foi uma medida essencial para controlar a inflação, que nesta fase se aproxima dos intervalos pretendidos. A expectativa dos agentes económicos é que as taxas de juro comecem, de uma forma progressiva, a regressar ao normal, de forma que os custos de financiamento baixem e criem um desafogo nas famílias e empresas. Por outro lado, os bancos centrais têm de ter o cuidado para não estimular em demasia a economia e permitir que a inflação fique novamente descontrolada.

Leia ainda: Descodificar a linguagem dos bancos centrais

2 - Eleições americanas

As eleições americanas são, por norma, um evento que gera muita expectativa. Em causa estará a liderança da maior potência global, assim como as linhas que a irão guiar. Num mundo cada vez mais extremado, estas eleições podem ser o reflexo de um povo cada vez mais dividido, onde os exageros existem e são bem visíveis. Assim, as eleições americanas têm um enorme impacto interno e externo. Internamente, será interessante perceber quais os planos económicos que Trump e Kamala Harris apresentam e como os agentes económicos os vão encarar. Externamente, a forma como se vão posicionar face aos conflitos armados já existentes ou na relação com outras potências terá um impacto enorme na harmonia que iremos ter no mundo atual.

3 - Conflitos geopolíticos

Os crescentes conflitos geopolíticos representam ameaças constantes à harmonia e paz no mundo e são um entrave a um crescimento mundial mais sustentado e consistente. As grandes potências acabam por ter muita influência na forma como estes conflitos se desenvolvem. O facto de vários países já terem acesso a armas nucleares transforma estes conflitos em algo com uma dimensão muito superior. Adicionalmente, o posicionamento de muitos países perante conflitos armados tem, muitas vezes, a ver com o que faz sentido para cada um deles, económica e socialmente. Num mundo cada vez mais global, a existência de novos conflitos geopolíticos constitui mais uma ameaça ao crescimento económico.

4 - A natureza

Estes são os eventos inesperados. Desastres naturais, pandemias, inundações ou tempestades são exemplos de eventos que podem condicionar o crescimento económico. A realidade é que todos nós ficamos com a sensação de que estes eventos são cada vez mais regulares. Isto poderá ter a ver com a forma como o nosso dia-a-dia afeta o clima e promove alterações climáticas cada vez mais extremas.

Se analisarmos o passado recente, percebemos a importância deste tipo de eventos inesperados, e a forma como influenciaram a dinâmica das economias globais e nos estão a forçar a alterar as nossas rotinas, obrigando-nos a ter comportamentos diferentes na forma como interagimos com o meio ambiente.

5 - Tecnologia

A revolução tecnológica está bem presente em todos nós. Os últimos 20 anos têm sido incríveis neste campo. O próximo passo, e talvez o mais difícil de concretizar, é o da inteligência artificial. De uma forma concreta, a inteligência artificial pode ser encarada como uma solução e uma ameaça. Na medicina, acreditamos que nos pode dar soluções incríveis e permitir avanços nos diagnósticos e nos tratamentos associados a doenças. Noutras áreas, a sua utilidade irá depender da forma como será programada. Uma coisa é certa, haverá um antes e um depois da inteligência artificial. Para que tudo funcione e tenha o caminho pretendido, será fundamental implementar regulamentação que consiga regular toda uma nova área de ação. Os desafios estão aí e são bem conhecidos por todos. O que percebemos é que a tecnologia irá continuar a dominar o nosso dia-a-dia e irá ser uma ferramenta fundamental para o crescimento económico.

Leia ainda: Tendências da Inteligência Artificial

Apaixonado pelo desporto e economia, foi jogador profissional de Futebol, tendo atuado em clubes como S.L. Benfica, Estoril, entre outros. Conciliou a carreira desportiva com a académica, terminando a licenciatura em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA SBE). Continua ligado às suas duas paixões profissionais, desempenhando a função de Financial Advisor e colaborando como analista desportivo na CNN Portugal. Foi comentador residente no programa Jogo Económico do JE e Presidente do Conselho Fiscal da Federação Portuguesa de Footgolf. (FPFG). Participa com regularidade em eventos sobre Literacia Financeira.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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