Pare de viver de salário em salário

Eu vivi muito tempo apenas do meu salário. Até que percebi que estava a perder oportunidades. Tome a iniciativa e pare de viver apenas do salário.

Viver de salário em salário é a realidade da maioria das pessoas. E o mais grave é que acham que isso é normal e que tem de ser assim a vida inteira. E passam esse modo de vida aos filhos, como se fosse a única opção possível.

Durante muito tempo, eu fiz parte deste enorme grupo de pessoas. O meu projeto de vida era trabalhar todos os meses, para receber o salário, para pagar todas as minhas contas e - com alguma “sorte” - sobrar dinheiro para alguns luxos. Nunca planeei os meus gastos nem o meu futuro financeiro e o da minha família. 

Viver apenas do salário pode minar os seus sonhos

Com este rumo definido desde que começamos a trabalhar, muitos acabam mais tarde por ter uma reforma que os obriga a ter um nível de vida muito inferior ao que tinham enquanto trabalhavam, ou nunca chegam a atingir os seus sonhos.

Com a famosa “corrida dos ratos”, naquela roda eterna e repetitiva e sem rumo, muitos nem sequer conseguem realmente “aproveitar a vida” como é o desejo de todos nós, com a nossa família e amigos.

Qual foi o click que mudou a minha vida financeira? Foi ter percebido que o meu salário e os meus rendimentos, bem geridos, podem transformar-se numa fonte de rendimento que não depende do meu patrão e da minha empresa. 

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É preciso decidir começar

Se está a pensar que os seus rendimentos não são suficientes para sequer pensar nesta hipótese, está muito enganado. É verdade que as suas poupanças e investimentos serão proporcionais ao que ganhar, mas à sua escala é possível fazer verdadeiros “milagres”. Só tem de decidir começar.

Posso dizer-vos que o dinheiro que investi em várias ferramentas financeiras (com vários níveis de risco e rendimentos) ao longo dos últimos 3 anos, já me permitiram fazer escolhas, viver melhor e ter acesso a coisas que não tinha quando vivia apenas de salário em salário. Parte do meu dinheiro já está a trabalhar para mim. E não estou a falar de nenhumas fortunas. Só precisa começar.

Isso exige alguma coragem inicial porque é o seu dinheiro que está em “jogo”. O segredo é investir o seu dinheiro, mas com conhecimento do que está envolvido. Muitas vezes não investimos simplesmente por medo gerado pela nossa própria ignorância.

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Não vá apenas pela "dica"

Muitas pessoas perderam dinheiro porque confiaram numa “dica” ou conselho de um amigo ou de um gestor de conta menos honesto, e não porque sabiam exatamente o que estavam a fazer e os riscos que corriam.

O problema é separar o trigo do joio no mundo dos investimentos. Lembre-se sempre que se uma coisa parece demasiado boa para ser verdade, provavelmente é. Comece por investimentos considerados mais seguros como um PPR, Fundos de Investimento ou ETF. 

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Se só estes nomes que acabei de mencionar são uma coisa mais ou menos estranha para si, é porque toquei provavelmente no ponto mais sensível da sua vida financeira. Quer dizer que está muito próximo do grau zero do conhecimento financeiro que pode mudar a sua vida. E não se preocupe porque não estou a querer ofendê-lo ou a envergonhá-lo, pela simples razão de que eu estive décadas nessa situação. 

Hoje sinto que fui um completo ignorante e que perdi inúmeras oportunidades ao longo da minha vida, simplesmente porque desvalorizei este tipo de informações que podiam ter multiplicado várias vezes as minhas poupanças (se as tivesse feito na altura certa). Felizmente, ainda vou a tempo de fazer alguma coisa e estou a tentar partilhar esta informação com o maior número de pessoas. 

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Comece por um PPR

O primeiro passo é fazer um fundo PPR. Se nunca fez nenhum, comece pelo do seu banco "normal", se se sentir mais confortável. Provavelmente será um dos do fundo da tabela, mas mesmo assim - num prazo mais longo de 3 a 5 anos - será dezenas de vezes melhor do que qualquer depósito a prazo. Obviamente, terá de assumir o risco de em alguns momentos olhar para o extrato e ver lá menos do que o que investiu. Isso é perfeitamente normal. É essa experiência que eu gostava que tivesse (conscientemente) para perder o medo de começar a investir.

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Foi esse o click que mudou a minha vida financeira: perceber que estar a “perder” dinheiro não é perder dinheiro, mas apenas se o resgatar. Basta esperar que ele recupere. Corre o risco teórico de o perder? Sim. Está escrito em todos os documentos. É extremamente difícil que isso aconteça, mas deve ter conhecimento dos riscos. Experimente com 100 euros e veja. Também é um risco andar na estrada, e você conduz todos os dias.

Depois de perceber que é possível ganhar dinheiro com o seu dinheiro, pode transferir sucessivamente o seu fundo PPR para outro “melhor” noutros bancos ou corretoras sem qualquer custo ou penalização (no meu caso não coloco no IRS para o poder levantar quando quiser, mas também pode aproveitar os benefícios fiscais se só o usar dentro das limitações legais).

Depois de perceber como funcionam estas ferramentas torna-se mais fácil conseguir rendimentos e património que começam a gerar a sua riqueza. Sem ter de pedir aumentos a ninguém. Voltaremos a falar sobre isto. 

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Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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