Depois dos aumentos observados na segunda metade de 2023, o mercado imobiliário deu sinais de estabilização no início deste ano, com os preços das casas a registarem até uma ligeira descida nos primeiros três meses de 2024.
De acordo com a Alfredo, o preço médio dos imóveis em Portugal fixou-se em 2.312 euros por metro quadrado (m2) em março, o que traduz uma queda de 0,8% face à média do final do ano passado. Esta variação segue-se à subida de 5,9% entre setembro e dezembro, e de 4,8% nos três meses anteriores.
O Índice de Preços Alfredo reúne informação de vários portais públicos de listagem e sites de agências imobiliárias com dados de transação que são posteriormente trabalhados utilizando algoritmos avançados de Inteligência Artificial, o que permite caracterizar a realidade do mercado imobiliário em Portugal de uma maneira nunca vista. O Doutor Finanças é parceiro da Alfredo no relatório emitido com dados em tempo real.
O decréscimo de preços nestes três meses foi motivado exclusivamente pela categoria dos apartamentos – já que o preço médio do m2 das moradias até subiu ligeiramente – e acompanhado de um aumento da oferta de imóveis disponíveis no mercado, que ajuda a explicar, em parte, a descida de valores. Em março, havia 186.211 imóveis disponíveis para venda, mais 7,5% do que em dezembro (173.293).
Março prolonga desaceleração do crescimento dos preços das casas
Os dados da Alfredo relativos a março mostram que o preço do m2 dos imóveis residenciais nas 20 regiões analisadas (18 capitais de distrito e Ilhas) subiu 0,1% face a fevereiro e 6,5% quando comparado com o mesmo mês do ano passado. Esta variação homóloga, ainda que considerável, mostra que o crescimento de preços tem vindo a desacelerar ao longo deste ano, já que, em janeiro e fevereiro, a subida anual foi de 8,6% e 7,1%, respetivamente.
Em março, o preço médio do m2 dos imóveis vendidos no país foi de 2.312 euros, apenas mais três euros do que em fevereiro (2.309 euros) e menos 18 do que em dezembro (2.330 euros). Comparando com março de 2023, o preço médio ficou 229 euros mais elevado.
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Só a Guarda escapa ao aumento dos preços. Maioria das regiões tem acréscimo acima de 10%
Considerando os dados do último mês, apenas a Guarda escapou à subida anual do preço das casas que, na maioria das regiões, ultrapassou os 10%. Portalegre liderou o ranking, com os preços a aumentarem 20,8% em março face ao mesmo mês do ano anterior. Seguiram-se Ponta Delgada (17,2%), Funchal (17,1%) e Viana do Castelo (15,4%).
Nenhuma região em Portugal registou uma descida de preços e apenas na Guarda os valores médios se mantiveram inalterados em 459 euros por m2. Apesar de ser o município mais barato para comprar casa, foi na Guarda que os imóveis demoraram mais tempo a ser vendidos, em março, com uma média de 194 dias, o equivalente a seis meses e meio.
Em sentido oposto, o município onde os imóveis demoraram menos tempo a ser vendidos foi Évora, com um tempo médio de absorção de 130 dias. O município alentejano ficou também entre os que registaram um crescimento de preços mais baixo (+3,1%), juntamente com Vila Real (+2,9%) e Setúbal (+3,7%).
Em março, a região de Lisboa manteve-se como a mais cara do país para comprar casa, com um preço médio de 4.730 euros por m2 (mais 3,8% do que há um ano), seguida do Porto, com 3.128 euros (+6,7%), Funchal, com 2.880 euros (+17,1%) e Faro, com 2.596 euros (+10,9%).
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Preço das moradias sobe mais
O mais recente relatório da Alfredo mostra ainda que, apesar de, em Portugal, o preço médio dos apartamentos ser mais do dobro do das moradias, são estas últimas que estão a registar os maiores aumentos.
Em março, os apartamentos foram vendidos a uma média de 3.083 euros por m2, mais 4,1% face a março de 2023, enquanto nas moradias o preço médio cresceu 8,2%, em termos homólogos, para se fixar nos 1.246 euros por m2.
No que respeita aos apartamentos, Lisboa foi a capital de distrito com o maior número de apartamentos no mercado, 13.260, e também com o preço médio mais alto (400.000 euros), enquanto Portalegre, com apenas 72, foi a capital com o menor número de apartamentos disponíveis, e com o preço médio mais baixo (98.000 euros).
Também no caso das moradias, Portalegre destacou-se com a oferta mais reduzida, de apenas 215 imóveis, mas foi a Guarda que apresentou o preço médio mais baixo (43.120 euros). Em sentido oposto, o Porto liderou a oferta, com 1.776 imóveis, e Lisboa os preços, com as moradias a serem transacionadas a uma média de 594.000 euros.
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