Stablecoins são uma classe de criptomoedas que cuja proposta de valor é estabilidade, concedida pelo seu ativo subjacente. A sua popularidade tem aumentado, dado que procuram oferecer o melhor de dois mundos: a capacidade de processamento instantâneo, segurança e privacidade das criptomoedas, e a baixa volatilidade e valorização das moedas fiduciárias ou outros ativos.
Para quem tiver interesse em investir ou transacionar criptomoedas, mas está preocupado com a elevada volatilidade, as stablecoins podem ser uma opção a considerar.
As stablecoins, estão menos sujeitas à volatilidade porque têm um ativo subjacente, na maioria das vezes uma moeda fiduciária (euro, dólar, etc). No entanto, mantêm muito do apelo de outras criptomoedas, permitindo aos investidores o acesso a uma nova e evolutiva classe de ativos.
De momento, o valor de mercado de todas as stablecoins é superior a 100 mil milhões de UDS (cerca de 85 mil milhões de euros) e existem cerca de 200.
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Tipos de stablecoins
Uma stablecoin é uma moeda digital que está ligada a um ativo subjacente como uma moeda nacional ou um metal precioso, como o ouro. Os principais tipos de stablecoins incluem indexações a: moeda fiduciária, criptomoedas, metais preciosos e/ou commodities.
Indexada a moeda fiduciárias
A mais popular é Tether (USDT), tendo sido a primeira, criada em 2015, e que detém a maior adoção pelo mercado assim como a maior capitalização. Está indexada ao dólar americano. USDC é outra stablecoin indexada ao dólar americano, lançada em 2018 pela Coinbase and Circle. Posiciona-se como uma moeda que garante transparência financeira e operacional. Estas são stablecoins centralizadas, o que significa que são detidas por uma entidade ou bolsa. Existe também uma opção indexada ao euro, a EURS.
Indexadas a Criptomoedas
A DAI é uma stablecoin, com apoio criptográfico. Maker, uma plataforma construída sobre a rede Ethereum, apoia e estabiliza o valor da DAI através de um sistema dinâmico de posições de dívida colateralizadas e mecanismos de feedback autónomos.
Indexadas a commodities ou metais preciosos
Estas stablecoins estão apoiadas por metais preciosos, como o ouro, ou commodities como o petróleo. Algumas das moedas mais populares nesta categoria são o Tether Gold e o Paxos Gold. Esta categoria, é a mais suscetível a movimentos de preços, visto que os ativos subjacentes também o estão. No longo prazo, a expectativa é o aumento do valor, logo, os investidores podem comprar e deter este ativo para valorização do capital.
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Utilidade das Stablecoins
À primeira vista, não parece ser um ativo interessante: não existe mineração, nem especulação no seu valor de mercado. Depois, não podemos esquecer que o valor das stablecoins é fixo, o que varia é o valor do ativo subjacente. Sendo assim, qual a proposta de valor?
Uma das principais formas de utilização são os pagamentos rápidos e baratos ou transferências de dinheiro à escala global. As stablecoins permitem, de forma rápida, transferir depósitos e levantamentos entre moedas fiduciárias e criptomoedas. Com elas, os utilizadores podem enviar dinheiro para qualquer parte do mundo numa questão de segundos. Dado que são estáveis, proporcionam um fluxo de pagamentos fácil, tornando simples o processamento de pagamentos.
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Outra vantagem das stablecoins é a facilidade de utilização nas trocas por criptomoedas. Sendo altamente líquidas e negociáveis, torna-se fácil de trocar por outras criptomoedas ou mesmo moeda fiduciária. Quando os utilizadores de criptomoedas antecipam grande volatilidade, podem mover o seu dinheiro para as stablecoins e esperar que o mercado estabilize.
Em algumas plataformas, também é possível “emprestar” stablecoins, ganhando uma fee na operação.
Adicionalmente investir numa stablecoin apoiada por um metal precioso como o ouro, por exemplo, é semelhante a investir em ouro. Se o valor do ouro aumentar, o valor da moeda aumenta proporcionalmente. É apenas uma forma diferente de obter exposição à mercadoria.
Finalmente, as stablecoins permitem staking. De forma simples, é um processo que permite gerar rendimento, de uma forma passiva, simplesmente por guardar o ativo numa wallet, de forma que ele dê suporte a operações na blockchain. O staker (proprietário), receberá recompensas pelos “serviços” prestados. Cada stablecoin tem as suas condições de recompensa. Existem várias plataformas onde é possível fazer staking, como por exemplo Coinbase, Kraken e Binance. Todas têm condições e funcionalidades distintas.
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Sérgio Cardoso nasceu em Matosinhos, em 1979. Licenciado em Gestão pela Faculdade de Economia do Porto, frequentou The Lisbon MBA, que concluiu em UCLA. Fez grande parte da carreira profissional em media e entretenimento. Atualmente, é Chief Academic Officer no Doutor Finanças, sendo responsável pela Academia do especialista em finanças pessoais, dinamizando toda a área de formação. É ainda consultor, dedicando-se a ajudar empresas nas várias áreas da gestão, o que lhe permite acumular experiências que transmite aos alunos da licenciatura de Gestão, da UCP, onde é professor assistente.
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